Manter uma alimentação equilibrada sempre fez parte das principais recomendações para a saúde feminina. No entanto, agora, novas evidências reforçam esse cuidado. Um estudo apresentado no San Antonio Breast Cancer Symposium, nos Estados Unidos, indicou que o consumo regular de vegetais crucíferos pode ajudar a reduzir o risco de câncer de mama.
Esses alimentos, como brócolis, couve, repolho e couve-flor, concentram glucosinolatos, compostos bioativos conhecidos por sua ação anticarcinogênica. Ou seja, eles atuam no organismo ajudando a neutralizar processos que favorecem o surgimento de tumores. Além disso, os pesquisadores observaram que mulheres que incluíram esses vegetais com maior frequência na rotina alimentar apresentaram resultados mais positivos ao longo do tempo.
De acordo com os dados apresentados, mulheres que consumiram ao menos seis porções semanais de vegetais crucíferos tiveram uma redução de 8% no risco geral de desenvolver câncer de mama. Quando o foco recaiu sobre o subtipo com receptor de estrogênio negativo, considerado mais agressivo, a diminuição chegou a 13%, especialmente quando comparada ao consumo de apenas uma porção por semana.

Entre os alimentos avaliados estavam brócolis, couve-de-bruxelas, rúcula, agrião, rabanete, nabo, acelga chinesa e repolho. Portanto, trata-se de opções acessíveis e presentes no dia a dia de muitas famílias brasileiras, o que torna a recomendação ainda mais prática.
Alimentação saudável e microbioma em equilíbrio
Segundo o mastologista Gilberto Amorim, da Oncologia D’Or, os achados reforçam algo que especialistas já observam na prática clínica. “Esses vegetais ajudam a melhorar a quantidade de bactérias benéficas no organismo. Assim, o microbioma passa a atuar de forma mais eficiente, regulando a imunidade, os hormônios e aumentando a proteção contra o câncer”, explica.
Além disso, uma alimentação rica em fibras e compostos naturais favorece o funcionamento do intestino. Consequentemente, o corpo consegue absorver melhor os nutrientes e manter processos inflamatórios sob controle, essencial na prevenção de diversas doenças.
Os pesquisadores, liderados por Andrea Romanos-Nanclares, do Brigham and Women’s Hospital e da Harvard Medical School, analisaram dados de dois grandes estudos de coorte: o Nurse’s Health Study e o Nurse’s Health Study II. Juntos, eles acompanharam 238.129 mulheres entre 1984 e 2019.

Ao longo de mais de três décadas, as participantes responderam questionários alimentares validados, atualizados a cada quatro anos. Ao final do período, os cientistas identificaram 12.352 casos de câncer de mama invasivo, incluindo tumores com receptores hormonais positivos e negativos.
Peso corporal pode influenciar os resultados
Por fim, análises adicionais mostraram que o índice de massa corporal também interferiu nos resultados. Mulheres com sobrepeso ou obesidade apresentaram associações ainda mais fortes entre o consumo de vegetais crucíferos e a redução do risco de tumores HER-negativos. Dessa forma, os dados sugerem que hábitos alimentares saudáveis exercem papel ainda mais relevante em grupos com maior vulnerabilidade metabólica.
Resumo: O consumo frequente de vegetais crucíferos pode contribuir para a redução do risco de câncer de mama, segundo estudo apresentado nos EUA. A ingestão de ao menos seis porções semanais mostrou resultados positivos, especialmente em tumores mais agressivos. Além disso, os alimentos favorecem o microbioma e fortalecem a imunidade. Uma escolha simples, acessível e com impacto importante na saúde feminina.
Leia também:
Quais alimentos devem ser evitados durante a TPM?







