À medida que nos aproximamos dos 50 anos, o corpo feminino passa por mudanças profundas — e não é à toa que a Organização Mundial da Saúde prevê 1 bilhão de mulheres na menopausa até 2030. Ondas de calor, irritabilidade, alterações no peso e queda da libido fazem parte do pacote hormonal, mas a boa notícia é que uma alimentação equilibrada pode ajudar na menopausa, aliviando sintomas e fortalecendo a saúde de forma integrada.
Segundo a ginecologista Ana Maria Passos, especialista em saúde da mulher 40+, “todas nós vamos passar por essa transição, mas ela não precisa ser sinônimo de sofrimento”. De acordo com a médica, o primeiro passo envolve informação, cuidado preventivo e ajustes simples no dia a dia.
Alimentação pode ajudar na menopausa
Entre tantas mudanças hormonais, os fitoestrógenos ganham destaque. Presentes em alimentos como soja, linhaça e grãos integrais, eles apresentam ação semelhante — porém mais leve — ao estradiol produzido pelo corpo.
Embora eles contribuam para suavizar sintomas, a especialista reforça que não substituem a terapia hormonal quando ela é indicada. Ainda assim, incluir esses alimentos no cardápio diário cria uma base importante para o equilíbrio do organismo. Além disso, eles funcionam como aliados em momentos de oscilação do humor e desconfortos físicos, já que interagem com receptores hormonais de forma natural.
Vegetais crucíferos
Couve, repolho, brócolis e couve-flor carregam indol-3-carbinol, um composto que favorece a metabolização do estradiol. Consequentemente, esse processo ajuda a manter o perfil hormonal mais estável e ainda reduz o risco de doenças relacionadas ao desequilíbrio estrogênico.
Como esse grupo vegetal é rico em fibras, ele também ajuda no controle do peso, um dos desafios típicos do climatério, e melhora o funcionamento intestinal, que muitas vezes se torna mais lento nessa fase.
Ômega 3 e proteínas
O ômega 3 aparece como outro grande aliado. Ele melhora o humor, regula respostas inflamatórias e contribui para a estabilidade emocional. No entanto, devido à baixa concentração presente na maioria dos peixes consumidos hoje, especialistas recomendam suplementação, sempre com orientação profissional.
As proteínas também merecem atenção. No climatério, o corpo perde massa magra com mais facilidade, por isso consumir cerca de 1,5 g por quilo de peso ao dia fortalece músculos, protege o metabolismo e preserva energia. Além disso, carboidratos de baixo índice glicêmico ajudam a manter a glicemia controlada e reduzem o risco de hipertensão e diabetes.
Hidratação e estilo de vida
Beber água na quantidade adequada — aproximadamente 35 ml por quilo de peso — faz diferença no humor, na energia e até na lubrificação da pele e das mucosas. Para além da hidratação, movimento corporal regular, boas noites de sono e práticas de manejo do estresse fecham o conjunto de cuidados essenciais (conforme já destaquei em outras matérias sobre saúde feminina).
Acompanhamento pelo SUS
O Sistema Único de Saúde mantém acompanhamento completo para mulheres no climatério, com consultas ginecológicas, exames e, quando necessário, terapia hormonal. Medicamentos para ondas de calor, distúrbios do sono e secura vaginal fazem parte da rede pública, assim como orientações sobre alimentação, exercícios e rotinas saudáveis.
Diante do aumento global de mulheres que chegarão à menopausa na próxima década, especialistas reforçam que informação, acesso à saúde e uma alimentação que pode ajudar na menopausa se tornam pilares indispensáveis para atravessar essa fase com qualidade de vida.
Resumo: A menopausa pode trazer desconfortos, mas ajustes simples na alimentação e no estilo de vida fazem grande diferença. Fitoestrógenos, crucíferos, ômega 3 e proteínas contribuem para o equilíbrio hormonal e o bem-estar físico e emocional. O SUS oferece apoio completo para mulheres nesse período, incluindo terapias específicas.
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