Arnaldo Jabor morreu na madrugada da última terça-feira (15), aos 81 anos, em decorrência de complicações de um Acidente Vascular Cerebral (AVC). O jornalista, cineasta e cronista estava internado no Hospital Sírio-Libanês, na capital paulista, desde dezembro do ano passado.
O AVC, de fato, é uma doença que causa bastante preocupação, já que está entre as que mais mata no Brasi, sendo uma das maiores causas de incapacidade no mundo, de acordo com a neurologista Kristel Back Merida, do Instituto de Neurologia de Curitiba (INC).
E a médica tem razão. Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 100 mil pessoas morrem por ano no país só por causa dessa doença. “Até 70% das pessoas que sofrem AVC não retornam ao trabalho e 50% ficam dependentes de outras pessoas no dia a dia”, diz Kristel.
MAS O QUE É O AVC?
Ele ocorre quando há uma interrupção do fluxo sanguíneo, no caso do isquêmico, ou quando acontece a ruptura de um vaso, causando um sangramento cerebral, que é o caso do hemorrágico. “Ambos comprometem o fornecimento de oxigênio para o tecido cerebral, causando a morte das células em alguns minutos”, diz a especialista.
As causas do acidente vascular cerebral diferem nestes dois tipos citados, segundo a médica. No isquêmico, que é o mais comum, os principais motivos são os coágulos, que geralmente se originam do coração ou de fragmentos de gordura que se desprendem das artérias.
“Já no AVC hemorrágico, as principais causas são picos de pressão arterial, a presença de aneurisma cerebral e uso de algumas medicações anticoagulantes”, completa.
PRINCIPAIS SINTOMAS
Mas como saber se a pessoa está tendo um AVC? Na verdade, alguns sinais podem dar indícios do problema. Kristel destaca como principais:
- Fraqueza de um lado do corpo;
- Dificuldade para falar;
- Perda súbita da visão;
- Desvio de rima, que é a boca torta.
“A principal caraterística é que ocorre de maneira súbita, ou seja, de um minuto para o outro. Em alguns casos, a pessoa pode dormir bem e acordar no outro dia já com alguns desses sintomas”, alerta.
PODE SER EVITADO!
A boa notícia é que, segundo a médica, estudos mostram que até 90% dos AVCs podem ser evitados. Para isso, porém, é necessário mudar alguns hábitos, como:
- Sedentarismo;
- Má alimentação;
- Sobrepeso ou obesidade;
- Tabagismo;
- Uso de drogas e bebidas alcoólicas.
Kristel completa que doenças como diabetes e hipertensão arterial, altas taxas de colesterol no sangue e doenças cardíacas precisam ser devidamente tratadas e acompanhadas. Então, se cuide!
“É muito importante que a pessoa vítima de um AVC procure um serviço de emergência imediatamente, pois, dependendo da causa, pode haver tratamento”, ressalta a médica, antes de concluir: “Quanto antes tratado, menor perda de tecido cerebral e, consequentemente, melhor recuperação.”