Meu filho tem apenas 13 anos e foi diagnosticado com diabetes. Estou assustada… Como cuidar dessa doença?”
M. L., por e-mail
Diabetes é uma doença crônica que pode acometer tanto adultos quanto crianças e é consequência de quando o pâncreas produz insulina de forma insuficiente ou o organismo não a utiliza de forma eficaz. Como ela é o hormônio responsável por tirar a glicose do sangue e levar para as células, quando está deficiente, a glicose no sangue aumenta e ocorre a doença.
O diabetes tipo 1 é mais comum na infância e adolescência e ocorre por uma reação autoimune, fazendo com que nenhuma ou pouquíssima insulina seja produzida pelo pâncreas.
No tipo 2, mais comum em adultos, o corpo não utiliza a insulina de forma correta e não consegue manter os níveis de glicose dentro da normal. Mas, com o aumento da obesidade infantil, esse tipo aumentou muito entre crianças e adolescentes também.
Os sintomas do diabetes (tipo 1 ou 2) são aumento da fome e sede, emagrecimento, os pacientes urinam com frequência e se sentem fracos e sonolentos. O tipo 1 não está associado a erros alimentares. Existem alguns genes que podem aumentar as chances de desenvolvimento desse mal. Já o tipo 2 tem relação com o excesso de peso e maus hábitos alimentares.
No entanto, o diabetes tipo 1 é insulino dependente e seu tratamento depende da administração diária de insulina por meio de seringas, canetas ou sistema de infusão contínua de insulina. No tipo 2 os remédios visam diminuir as taxas de glicose do sangue, mantendo o funcionamento do pâncreas normal. Em casos graves, é preciso injetar insulina também.
Mudanças no estilo de vida, com alimentação saudável e prática de atividade física, são fundamentais para ambos os casos. Vale lembrar que, às vezes, é preciso acompanhamento psicológico no processo de aceitação da doença.
AUTOMONITORIZAÇÃO DA GLICEMIA
A automonitorização da glicemia, a educação em diabetes, a prática de atividade física e o controle nutricional são importantes em qualquer idade. Vale enfatizar que é fundamental que os pais ensinem as crianças e/ou adolescentes a realizarem a automonitorização, de modo que se envolvam nas tomadas de decisões.
ACOMPANHAMENTO MÉDICO
Os pacientes devem manter um acompanhamento médico adequado para avaliação do crescimento e desenvolvimento – e até mesmo para ajustes na terapia insulínica, que muda de acordo com as fases do desenvolvimento dos pequenos.
“Mudanças no estilo de vida, com alimentação saudável e prática de atividade física, são
fundamentais para prevenir e tratar diabetes tipo 1 ou tipo 2. Às vezes, é preciso acompanhamento psicológico no processo de aceitação da doença”
FERNANDA ANDRÉ é endocrinologista pediátrica pela Associação Médica Brasileira (AMB). Mestre em endocrinologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Na Revista AnaMaria ela responde dúvidas dos leitores. Instagram @drafernandaandre