De acordo com a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo), a endometriose atinge 1 a cada 10 brasileiras. Dor pélvica crônica e desconforto na relação sexual são sintomas que podem ser um indício da doença. Segundo a Febrasgo, a doença pode impedir até 50% das mulheres em idade reprodutiva de engravidar.
“Apesar da alta ocorrência de endometriose, as opções atuais de tratamento não estão abordando adequadamente os sintomas dolorosos e desafiadores das mulheres que vivem com esse transtorno”, diz a Dra. Sandra Milligan, chefe global de Pesquisa e Desenvolvimento da Organon, à AnaMaria Digital.
A endometriose é caracterizada pela presença de tecido endometrial (aquele que reveste a cavidade uterina por dentro) fora do útero. Embora seja uma doença comum, o diagnóstico ainda é um dos principais desafios médicos.
“Quando a paciente tem sintomas sugestivos e a investigação com exames específicos, como a ressonância magnética da pelve, não é feita, isso pode ser um problema. Se a endometriose não for tratada, pode haver uma progressão da doença, levando a sintomas mais graves e também ao acometimento de outros órgãos; além de ser uma das causas de infertilidade”, afirma a ginecologista Mariane Nunes de Nadai.
ENDOMETRIOSE E INFERTILIDADE
Boa parte das mulheres só descobrem a doença quando estão tentando engravidar. Apesar da endometriose ser uma das principais causas da infertilidade feminina, não significa que toda mulher infértil tenha endometriose e nem que toda mulher com endometriose seja infértil.
De acordo com Mariane de Nadai, se não houver outros fatores para dificultar a gestação, o indicado é estimular a paciente a tentar engravidar de forma espontânea por até seis meses.
“Em geral, a gente não deixa essa paciente sob tentativas por mais tempo porque a cada mês em que ela está sem tratamento da endometriose e tentando engravidar, pode haver uma progressão dos focos da doença. Por isso, depois desse período, partimos para técnicas de reprodução assistida”, explica a especialista.
A boa notícia é que, quando se fala sobre fertilização in vitro, estudos apontam que a eficácia da técnica entre as mulheres que têm a doença e as que não têm é bem parecida. “Deixando de lado o fator idade ou algum outro tipo de acometimento, atualmente, estudos mais robustos mostram que não há diferenças significativas em taxas de sucesso entre aquelas pacientes que têm endometriose e as que não têm, quando se submetem a uma técnica de fertilização in vitro”, informou Mariane.