Com a chegada da vida adulta, o desejo de ter o próprio lar é um objetivo a ser alcançado. Planejar um apartamento alinhado ao estilo e às necessidades de jovens moradores é uma empreitada e tanto. Por mais prazerosa que seja, os desafios ficam por conta das inúmeras decisões e do orçamento.
Pensando isso, as arquitetas da Mirá Arquitetura, Fernanda Hardt e Juliana Rinaldi, listam os requisitos para realizar um projeto sem gastar muito e, ao mesmo tempo, suprir todas as demandas e desejos.
ORÇAMENTO
Com o projeto definido, o próximo passo é articular a matemática financeira e a perspicácia de encontrar os melhores materiais e mobiliário. O cuidado com o orçamento é fundamental – é preciso ter sempre uma referência próxima à realidade do morador. Assim, além da cotação com fornecedores, sempre há a possibilidade de promover substituições que não mudam a essência. Por exemplo, o piso de madeira, que costuma onerar a verba, pode ser substituído pelo porcelanato ou vinílico.
REFORMA
A prioridade é começar a obra pela parte pesada, como a troca do revestimento, demolição e construção, iluminação, forro, marmoraria e marcenaria principal, que compreende cozinha e dormitório. Uma resolução ‘três em um’ indicada pelas profissionais é fazer boas escolhas nas opções de acabamentos disponibilizadas pelas construtoras.
“Além de já atender o estilo do comprador, deixa de ser um gasto e um quebra-quebra depois da entrega das chaves”, aconselha Juliana. Para aqueles que estão com a verba mais que apertada, a recomendação é priorizar. “Assim os moradores podem se capitalizar e retomar o fôlego das finanças para completar a casa”, orienta Fernanda.
SOLTEIRO OU CASAL?
Dependendo do estado civil dos moradores, o estilo do apartamento e as necessidades podem mudar totalmente. Para um casal, ocasiões para a privacidade e dimensão dos cômodos precisam ser pensadas para o conforto dos dois e, em muitos casos, as arquitetas apontam que ambos precisam ser flexíveis nas tomadas de decisões.
De olho na decoração, a base neutra da marcenaria e móveis de maior porte, como o sofá, permitem que acessórios como tapetes, almofadas e quadros possam conter mais informações (e cores), que também podem ser substituídas com mais facilidade.
Já no apartamento do solteiro, a atenção com a privacidade não é uma questão prioritária, uma vez que a morada será uma espécie de universo particular. Com isso, os ambientes tendem a ser mais abertos, integrando os cômodos na área social e aumentando o espaço – essencial para receber convidados. Outra diferença está na decoração, que pode ser mais ousada.
FALANDO EM DECORAÇÃO…
Na empolgação de decorar o primeiro apartamento, os moradores podem cometer excessos tanto na parte visual quanto na parte financeira. Fernanda e Juliana contam que o segredo é considerar a filosofia do ‘menos é mais’, adotando estilos minimalistas para que, mais adiante, os residentes não enjoem facilmente da seleção.
Em relação às cores, a dica é evitar tons vibrantes logo na primeira morada. “Salpicar as cores mais intensas, como em uma poltrona, traz um clima gostoso e um contraste agradável no ambiente. Outro caminho é a monocromia, que permite imprimir personalidade ao projeto”, sugerem.
INVESTIMENTO E SONHO NA MESMA MOEDA
O primeiro apartamento ou a casa própria é um investimento e um sonho para todos. Entretanto, antes de efetivar a compra, procure considerar os custos de uma reforma. “Empregar a verba completa no imóvel pode ser frustrante, pois, além da decoração, melhorias que se adequarão ao modo de vida são sempre fundamentais. Nos casos de apartamentos comprados na planta, iniciar o projeto antes da entrega das chaves é uma decisão acertada”, concluem Fernanda e Juliana.