A ex-vereadora Marielle Franco ganhará uma estátua no centro do Rio de Janeiro (RJ). Ela foi assassinada em março de 2018, em um crime ainda não completamente esclarecido. A peça foi esculpida pelo artista Edgar Duvivier, pai do humorista Gregório Duvivier, e será inaugurada no Buraco do Lume, nesta quarta-feira (27), dia em que Marielle faria aniversário de 43 anos.
De acordo com o Instituto Marielle Franco, a estátua representa uma homenagem à ex-vereada e está cheia de simbolismo, como os pés em movimento (lembrando que os passos antigos seguirão firmes) e o sorriso no rosto (marca registrada do acolhimento e afeto de Marielle), além do punho esquerdo para o alto (gesto histórico do movimento negro).
Na tentativa de evitar vandalismos, o local onde a imagem será colocada contará com a atuação de guardas municipais durante a inauguração, além de câmeras de vigilância. Além disso, a estátua de bronze também terá com um fundo monetário, obtido via financiamento coletivo, para auxiliar na manutenção.
“Erguer a estátua de Marielle é fazer com que esta e as próximas gerações conheçam Marielle e tudo o que ela representa para grupos de pessoas que historicamente neste país foram impedidos de acessar seus direitos. Vamos celebrar e erguer homenagens a quem dedicou sua vida para defender um mundo mais justo”, disse o Instituto.
MEMÓRIAS
Uma missa na manhã de 14 de março, na Igreja da Candelária, centro do Rio de Janeiro (RJ), lembrou os quatro anos do assassinato da vereadora e do motorista Anderson Gomes. Participaram da celebração familiares e amigos da vereadora.
As investigações sobre os crimes ainda não foram concluídas. Até o momento, ninguém foi condenado. Antes da missa, os familiares de Marielle voltaram a cobrar empenho nas investigações para se chegar aos mandantes do crime. Ela era vereadora pelo PSOL e cumpria seu primeiro mandato. A parlamentar e o motorista foram executados por volta das 21h30 do dia 14 de março de 2018, no bairro Estácio, na região central do Rio, quando o carro onde estavam foi surpreendido por disparos provenientes de outro veículo. Fernanda Chaves, assessora da vereadora que estava junto às vítimas, sobreviveu ao ataque.
Os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio de Queiroz estão presos na Penitenciária Federal de Segurança Máxima de Campo Grande, em Mato Grosso do Sul, acusados de serem os autores dos assassinatos. Eles vão a júri popular, ainda sem data marcada.
O pai de Marielle, Antônio Francisco da Silva Neto, lembrou a atuação da vereadora de “dar voz a quem não tem voz”. “Quatro anos se passaram e ainda não temos a resposta que tanto nós, família de Marielle, e a sociedade, quer: quem são os mandantes e por que mataram Marielle. Esse crime não pode ficar sem resposta”, afirmou Antônio.