Walter Casagrande contou sobre os motivos que o fizeram deixar a Globo, após quase 25 anos como comentarista esportivo da emissora carioca. A conversa aconteceu durante entrevista ao ‘TV Fama’, da RedeTV!, e foi exibida no programa da última quinta-feira (28).
“Eu me posiciono dentro da sociedade. Gosto de me colocar nessas situações e acho que o perfil da emissora foi mudando nos últimos anos”, declara Casão, que foi contratado pelo canal no fim da década de 1990.
“A escolha [deles] está indo para um estilo de comentário um pouco mais leve, um pouco mais ao próprio futebol mesmo. Não estava dando mais para mim”, avaliou o ex-jogador para a atração.
Atualmente com 59 anos, ele garante não possuir mágoas do lugar onde trabalhou cobrindo diversos eventos esportivos, como Copas do Mundo e Olimpíadas. “Para mim foi bom [sair] e para eles também, obviamente. Eu já estava meio que empurrando com a barriga a situação, e acho que eles estavam fazendo a mesma coisa.”
“Todo divórcio alguém tem que tomar a iniciativa. Eles me chamaram para conversar, fizeram uma proposta e eu concordei na hora. Não teve discussão, argumento, nada. Foi de boa. Estou bem, feliz e tranquilo”, declara Casão ao TV Fama.
CRÍTICO
Walter Casagrande costuma fazer críticas bastante contundentes sobre determinados assunto. Em uma participação no ‘Encontro’, por exemplo, ele falou sobre como o atual governo afeta o país e a Justiça falha em punir crimes como os cometidos contra Marielle Franco.
O ex-jogador descreveu o governo de Jair Bolsonaro como covarde, mentiroso e cruel, e disse que “o Brasil não é perverso, não é psicopata. O Brasil está perverso e psicopata”.
Sem mencionar ninguém, ele afirmou ainda que muitas atitudes acabam sendo um reflexo daquilo que a população vê das autoridades: “As pessoas não estão mais com medo de serem cruéis, de atacar, de serem racistas ou homofóbicas. Está tudo assinado, com aval. As pessoas se soltaram mesmo e isso machuca a gente”.
Casão também alfinetou a Justiça, falando sobre a falta de esclarecimentos do que houve com Marielle Franco e Anderson Silva, trazendo o problema da impunidade para o presente. “Agora a gente quer saber quem matou o Dom Phillips e o Bruno Pereira. Isso não pode ficar como o crime cometido contra a Marielle”, disse.