Alinne Prado celebrou a chegada dos 40 anos do jeito que mais gosta: ao lado da família, de amigos que fez ao longo da vida e de muito samba em uma festa na Praça Iaia Garcia, Ribeira, Ilha do Governador, bairro em que Alinne nasceu e cresceu ali no Rio de Janeiro (RJ).
Em um país que não valoriza pessoas maduras, a apresentadora do ‘Bom Dia, Você”, exibido pela RedeTV!, revela para esta coluna que, nos dias que antecederam o próprio aniversário, começou a se questionar sobre essa nova faixa etária, mas ressaltou que foi o marido quem a puxou para a realidade.
“Eu estou fazendo 40 anos, já superei incontáveis desafios e sigo superando. Chego firme e cheia de gás para enfrentar os preconceitos que já enfrento sendo mulher, negra e nascida na favela. Agora tenho apenas mais um preconceito na lista – o etarismo- e vou tirar de letra”, avalia.
FÊNIX
Aproveitando este aniversário tão marcante, Alinne lembra ainda de toda a sua história de lutas, que incluem uma depressão causada pela estrutura racial, além de uma síndrome do pânico desencadeada por um assalto em que ela e a família foram feitos reféns.
“Busquei inúmeras terapias e o autoconhecimento, que me fez evoluir e reerguer. Estou tão realizada com minha vida pessoal e a família estruturada que construímos e alimentamos diariamente de amor. Tenho uma carreira onde hoje sou respeitada e sigo como referência para tantas e tantos. Tô aqui me sentindo como uma fênix, forte, linda e voando alto”, conta.
A CARA DO BRASIL
À frente do programa “Bom dia, Você” como apresentadora solo, após a saída de Eri Johnson, ela conta que a sua ideia é que os Brasil se veja representado no programa. “Com histórias de transformação, dicas, exemplos de vida, mas tudo isso através do entretenimento leve. Quero que o espectador se sinta bem acolhido”, explica.
Com 20 anos de carreira dedicados ao jornalismo e entretenimento, ela diz que Alinne de 20 anos atrás dá muito mais conselhos e transmite força para a Alinne de hoje.
“Porque há duas décadas eu ainda morava no morro, descia de madrugada para ir trabalhar cedo na TVE (que virou TV Brasil – EBC). Depois, ia à tarde para a rádio Tupi e a noite para faculdade, sempre em ônibus lotados. Hoje estou no desafio de ponte aérea semanalmente, ascendi socialmente e todo dia recorro a menina que descia a favela para não me deslumbrar e jamais errar o caminho”, conta.
Exatamente por toda essa história de vida, ela revela o seu lema de vida: agradece que a graça desce! “Digo isso diariamente no programa e para mim. Começo o dia agradecendo por estar viva, por ter nova oportunidade para fazer melhor e ser ainda mais feliz.”
