A nova novela das 18h, ‘Mar do Sertão’, escrita por Mário Teixeira e dirigida por Allan Fiterman, bateu o recorde de atores nordestinos em seu elenco. Ao todo, são 19 artistas que entregam a representatividade que a trama precisa, uma vez que se passa na fictícia cidade nordestina Canta Pedra.
Érico Brás é um deles. Em entrevista à AnaMaria Digital, o baiano disse que o elenco nordestino é “o grande barato” do folhetim, sendo muito fiel à trama. “[O elenco] tem uma propriedade daquilo e é muito bonito ver os sotaques originais vencendo. Isso não deixa nada estereotipado”, afirma.
Além disso, a obra acontece em uma cidade que não existe na vida real, ou seja, não tem compromisso de ser fiel a nenhum lugar ou sotaque específico. “Estamos contando coisas baseadas em fatos reais na maioria das vezes, mas criar esse universo de Canta Pedra, criar personagens, criar relações e desenvolver a trama é o que está sendo o grande barato. E com esse maço de pessoas com propriedade, que recheia a obra, é certeza de que, no mínimo, a gente vai entregar algo muito fiel ao que se criou”, destaca.
UM JORNALISTA BAJULADOR
Na trama, Érico interpreta o jornalista corrupto Eudoro Cidão, que é dono do jornal local. Para o ator, seu personagem é “bajulador” e “esperto”, com ânsia para dominar todos os acontecimentos possíveis. “É um cara que tem grandes vontades, grandes anseios. Mas, que não perde nenhum momento. Tudo pra ele pode virar notícia.”
Em ‘Mar do Sertão’, Eudoro tem o prefeito Sabá Bodó, personagem do humorista Welder Rodrigues, como grande aliado. A relação corrupta e cheia de humor, claro, não passa despercebida pelo baiano, que aproveita para comparar a ficção com o atual cenário político brasileiro, o qual definiu como “tragicômico”.
“A nossa política brasileira é tragicômica. Eu sempre acho que tem coisas que dá pra rir, seja de nervoso, ou porque é engraçado. A gente ri porque não tem mais jeito, a gente ri por diversos motivos, a gente ri porque vai voltar, a gente ri porque vai continuar. O fato do Eudoro Cidão ser amigo do prefeito, que é um corrupto, torna ele um personagem meio parcial às vezes. Eles têm uma relação de amizade, mas o Eudoro Cidão, como um bom bajulador, usa da sua autonomia enquanto imprensa local para poder se beneficiar”, diz.
DE VOLTA ÀS NOVELAS
Ainda que não pareça, esta é apenas a segunda novela de Érico. Anteriormente, ele esteve em ‘A Lei do Amor’, exibida em 2016. A impressão de vê-lo sempre nas telinhas se deve aos seus extensos projetos em séries de humor da TV Globo, como ‘Zorra’, ‘Tapas e Beijos’ e a ‘Escolinha do Professor Raimundo’.
O baiano não nega que atuar em novelas demanda uma grande quantidade de energia, uma vez que se trata de um trabalho extenso, mas garante estar preparado para o projeto. “Voltar para as novelas é uma coisa maravilhosa, ainda mais porque ‘Mar do Sertão’ é mais que especial. Nesse momento, ainda no finalzinho da pandemia, a gente está precisando de alegria, de coisas bonitas, de cores, de diversão. Eu acho que a novela vai cumprir com esse papel e eu tô muito feliz em poder participar desse momento.”