A atriz Maria Eduarda de Carvalho foi às suas redes sociais na última sexta-feira (21) para dar um depoimento um tanto quanto tocante. Por meio de um vídeo publicado em seu Instagram, ela compartilhou uma história de horror que viveu: um abuso sexual aos 12 anos de idade..
Alerta de gatilho: o relato abaixo é pesado e contém descrição gráfica de abuso sexual de menores de idade.
“Eu tinha 12 anos e ele bem mais de 40. Era um homem de família, tinha um filhinho de 4 anos, tinha uma namorada. Tinha fé em Cristo, mas eu duvido que Jesus abençoasse a forma que ele olhava pra mim”, iniciou ela.
Na sequência, a intérprete de Andrea em ‘Cara e Coragem’ descreve cenas fortes: “Um dia ele me surpreendeu sozinha na sala, enfiou a língua no meu ouvido e chupou a minha orelha. Eu, completamente atordoada, não consegui oferecer resistência. Me senti suja, parecia que eu tinha sido carimbada com um selo de impureza”.
“Uma noite, numa festa na minha casa, eu já dormia porque era tarde e acordei com ele apalpando os meus seios. Seios de uma menina de 12 anos. Quando eu entendi o que tava acontecendo, eu me virei de bruços pra interromper aquele toque. Ele subiu em cima de mim e, incompreensivelmente excitado, começou a esfregar o corpo dele contra o meu com força. Aí eu gritei. Eu berrei pela minha mãe, que veio ao meu socorro”, continuou a atriz.
“Essa história me assombrou como um fantasma durante muitos anos da minha vida. Eu nunca imaginei que um dia fosse sentir necessidade de contá-la publicamente. Mas a verdade é que as marcas que eu carrego comigo até hoje seriam infinitamente maiores se eu não tivesse podido contar com o socorro da minha mãe”.
A artista chamou a atenção para a fala de Bolsonaro, que banalizou um crime. “Milhares de meninas não podem e estão nesse momento inteiramente reféns de homens como o presidente da república Jair Bolsonaro, que acredita que pode ter ‘pintado um clima’. Não pintou um clima, pintou um crime”, disse. Por fim, ela deixou uma mensagem: “Pelos nossos corpos, pelos corpos das nossas filhas, não dá pra relativizar”.