A Black Friday é uma das datas mais importantes para lojistas e consumidores. O evento comercial acontece na última sexta-feira do mês de novembro e é famoso por oferecer diversas promoções atraentes, tanto em lojas físicas quanto em estabelecimentos on-line. O dia, que surgiu nos Estados Unidos, se popularizou no Brasil a partir de 2010 e, desde então, bate recorde de vendas. Porém, nos últimos anos, tem levado fama de “Black Fraude”, por muitos descontos não serem reais ou muito baixos.
Black Friday e Copa do Mundo
A Black Friday é vista, por muitos, como uma forma de aproveitar as melhores ofertas no varejo e, consequentemente, economizar. “Neste ano, essa data do varejo ‘concorre’ com outro grande acontecimento, a Copa do Mundo fora de época. Mas, para os comerciantes, a ocorrência simultânea do mundial de futebol gera ainda mais oportunidades para impulsionar as vendas”, avalia Rodrigo Garcia, CEO da Petina Soluções Digitais – startup especializada na gestão de marketplaces.
Contudo, as pessoas precisam ficar bastante atentas às pegadinhas a fim de que não “troquem gato por lebre” na hora de aproveitar as promoções anunciadas no mercado. “O principal, antes de tudo, é se planejar para não comprometer o orçamento, e também, é claro, estar sempre atento e desconfiar das promoções ‘imperdíveis’, pois muitas delas não passam de fraudes para ludibriar o consumidor”, alerta Garcia.
“Black Fraude” e “tudo pela metade do dobro”
Segundo o executivo, a data também é conhecida como “Black Fraude” em razão das práticas enganosas cometidas por algumas empresas. “Isso acontece porque há lojas que costumam até dobrar os preços dos produtos dias antes da Black Friday, o famoso ‘tudo pela metade do dobro’”, adverte Garcia.
No entanto, ele ressalta que as grandes plataformas de vendas têm combatido essa prática com o uso da tecnologia. “O Mercado Livre, por exemplo, tem uma trava capaz de deixar o produto que sofreu aumento de preço 30 dias antes da Black Friday inelegível para entrar em campanha. Então, se a empresa tiver o intuito de enganar o cliente, irá perder pelo menos um mês de vendas”, esclarece o diretor da Petina.
Rodrigo Garcia também explica que o Procon monitora os produtos 90 dias antes do evento e tem autuado lojas que tentam ludibriar o público com campanhas fraudulentas. Pensando nisso, o executivo listou 5 dicas para os consumidores fugirem das promoções enganosas nas compras durante a Black Friday. Confira!
1. Faça o monitoramento de preços
Antes de efetuar uma compra na Black Friday, é recomendável fazer uma ampla pesquisa do valor do tão desejado produto. O diretor da Petina destaca que esse monitoramento deve ser feito com antecedência, pelo menos alguns dias antes da “data oficial” da promoção. A meta é ter certeza que a mercadoria está realmente em oferta.
“Caso veja alguma irregularidade, como um aumento excessivo e depois um corte ilusório do preço, denuncie ao Procon. Existem sites que também fazem esse acompanhamento para certificar as lojas que usam promoções de verdade, como é o caso do Reclame Aqui. Ele é uma boa fonte de consulta”, esclarece.
2. Verifique se a marca é confiável
Outra dica importante é se certificar de que a marca da loja escolhida ou pesquisada pelo cliente para compra tem uma boa reputação no mercado, tanto nos sites de defesa do consumidor quanto nos comentários colocados por demais compradores. Garcia ressalta que também é necessário desconfiar de produtos com preços muito baixos nas páginas da internet, pois isso pode significar uma tentativa de golpe.
Nessa linha, o marketplace costuma dar mais segurança aos compradores, porque a chance de uma possível fraude é bem mais remota devido à confiabilidade dessas plataformas. “A pessoa precisa ter bastante cuidado na hora de inserir os dados on-line e as informações pessoais. Em muitos casos, o baixo valor é para atrair a vítima para um golpe”, pondera.
3. Veja se é possível cancelar a compra
Avaliar as formas de cancelamento das compras junto às lojas virtuais (e-commerce) é outra maneira de se preservar. Esse tipo de desistência de produtos adquiridos pela internet é assegurado pelo Código de Defesa do Consumidor (CDC), que garante um prazo de 7 dias em caso de arrependimento, por questões financeiras ou porque o produto não está de acordo com as condições ofertadas.
Garcia esclarece que alguns marketplaces, por exemplo, dão prazo de até 30 dias para realizar a devolução. “O estabelecimento tem a obrigação de garantir esse direito. Caso a desistência não seja assegurada, está em desacordo com a legislação, e é possível denunciar aos órgãos competentes de defesa do consumidor. É bom lembrar que o produto precisa estar na embalagem original e não pode ter sinais de uso se o cliente for devolver só por desistência e não por defeito”, salienta.
4. Atente-se aos prazos de entrega
A fim de evitar cancelamentos por parte dos clientes devido à chegada da mercadoria fora do período prometido, os marketplaces dispõem de processos em suas operações, em que a loja precisa cumprir o despacho da encomenda em até 24 horas. Se o estabelecimento não cumprir isso, a sua conta nesse espaço virtual de compras será prejudicada.
Garcia ressalta que esse procedimento garante a entrega, visto que o determinado produto já se encontra no Centro de Distribuição do marketplace. “São formas de garantir a chegada na data prometida e evitar insatisfação.”
5. Confira os produtos mais vendidos
O diretor da Petina orienta os consumidores a verificarem a lista dos produtos mais vendidos na edição passada da Black Friday. A iniciativa tem o intuito de conferir se esses itens, de fato, tiveram boas promoções. Outra dica é verificar os reviews do produto na plataforma, que mostram a sua classificação quanto à aceitação junto ao público e os comentários de outras pessoas que compraram a referida mercadoria.
“Esses são bons termômetros para a pessoa conseguir comprar o produto dos sonhos sem grandes problemas e saber se realmente está em oferta. Muitos esperam exatamente por essa data, então a dica é aproveitar esses dados como uma importante ferramenta de consulta”, completa Garcia.
Por Julia Calanca