Alessandra Scatena, uma das mais famosas assistentes de palco da TV brasileira, contou a história de como foi parar na televisão em entrevista para a Revista AnaMaria, enquanto ensinava a receita de um delicioso frango açucarado em nossa cozinha (cujo vídeo está no final desta matéria). O curioso episódio envolveu seu pai, que até então estava ali como seu acompanhante.
Na época, Alessandra Scatena era uma modelo de 13 anos que foi ao SBT fazer um teste para ser assistente de palco do então novo programa de Gugu Liberato, o ‘Corrida Maluca’. “Precisavam de uma loira, uma morena e uma ruiva, mas quando cheguei lá já haviam escolhido”, conta. Foi aí que o diretor da atração, Homero Salles – que acabou virando padrinho de televisão e de casamento de Alessandra – entrou na história.
“Meu pai era aposentado por invalidez e, por isso, me acompanhava em todos os testes. Nisso, o Homero olhou para ele e falou: você não quer fazer parte de um quadro do programa [que se chamava ‘Família Maluca’]?”, relembra sobre seu José Scatena, que passou a integrar o elenco fixo da atração.
“Ele era meu acompanhante e eu virei acompanhante dele, porque meu pai começou a fazer as gravações, toda sexta-feira no SBT, e eu ia junto. Até que um dia o Homero virou e falou: vamos dar uma oportunidade para essa loirinha aí?”, conta Alessandra, que começou fazendo figuração dentro do próprio ‘Corrida Maluca’.
Tempos depois, Homero Salles chamou ela para ser assistente de palco da atração, marcando o início de uma carreira de sucesso na TV. Alessandra Scatena ainda passou pelo ‘Passa ou Repassa’, ‘Sabadão Sertanejo’ e, depois, o ‘Domingo Legal’, que em 2023 está fazendo 30 anos.
Deste último programa, Scatena relembra a marcante participação que o grupo Mamonas Assassinas fez, em 29 de outubro de 1995. “Eles participaram de um programa inteiro ao vivo, algo incomum entre os famosos da época”, conta. “Os meninos eram demais! Você via que eram jovens que curtiam aquilo, que não era pelo dinheiro ou pela fama. Aquilo era uma curtição”, relembra.
MEMÓRIAS
Enquanto cozinhava, Alessandra Scatena ainda relembrou a perda do marido, Rogério Gherbali, que morreu no final de julho de 2020, em consequência da covid-19. Juntos, os dois tiveram dois filhos – Enrico e Estéfano – e um casamento de 23 anos.
Na época em que covid-19 estava no auge, ela conta que a família optou por alugar um apartamento no Guarujá e ir se isolar na cidade localizada no litoral de São Paulo. “Como eu ficava inventando na cozinha – era um tal de fazer pão, musse e escondidinho – gravava tudo para mostrar no Instagram”, conta Alessandra.
Neste verdadeiro paraíso particular, a família também fazia noite temáticas de comida e de brincadeiras para entreter os filhos, sempre seguindo todos os protocolos de segurança. “Higienizando tudo o que chegava de fora. Foi uma mania que peguei e faço até hoje”, conta.
Enquanto as crianças tinham aulas on-line, Rogério, que era contador, ia e voltava de São Paulo (SP) para pegar documentos dos clientes e conseguir trabalhar no esquema de home-office. Alessandra diz que, até hoje, não tem certeza do modo como pegaram a covid-19. Inclusive, como foi logo no começo da pandemia e não havia tanto conhecimento, demoraram um tempo até procurar o hospital.
“Ele tinha sintomas que lembravam uma intoxicação alimentar e um pouco de estado febril. No dia seguinte, acordei com uma dor de cabeça, com os olhos que pareciam que iam saltar. Achei estar com dengue. Por isso a demora de uns quatro dias para procurar ajuda médica”, conta. Além dos dois, Enrico e Estéfano também tiveram a doença.
Após ficar internado por 31 dias na UTI, Rogério acabou morrendo aos 56 anos, deixando por aqui uma família que ainda não se recuperou completamente de sua partida. “Me apego a Deus e sempre falo: quando tem que ser… creio muito nisso”, ressalta.