Após a notícia de que Ana Paula Renault brigou com o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) em um voo que partiu de Congonhas, em São Paulo, a ex-BBB se pronunciou, em um vídeo enviado ao Splash do UOL.
“Acabou de acontecer que realmente eu encontrei com o Nikolas Ferreira dentro da aeronave. Eu estava na poltrona 2D, já sentada, quando eu vejo ele passando e falo: ‘Transfobia mata, transfobia é crime’. E ele andou para frente, só que logo depois ele voltou e sentou ao meu lado, ficou na poltrona 2A. E aí eu indaguei: você tem ideia do quão prejudicial isso foi, do quão perigoso isso é?”, contou Ana Paula Renault.
Ela contou que o deputado federal disse que se tratava da opinião dele, mas ela rebateu: “Mas opinião é uma coisa, crime é outra coisa”. Em seguida, Ana Paula disse que ele mencionou o fato dela ter apoiado Lula (PT) nas eleições em 2022, e ainda trouxe à tona sua expulsão no BBB 16. “Sabe aquela coisa que a pessoa perdeu o argumento?”, disse ela.
“Então foi isso, acho que eu fiz a minha parte, sabe? Porque ele foi eleito para nos representar. E o que ele fez no plenário da Câmara não é nos representar, é exatamente jogar na lata de lixo o voto de confiança que as pessoas deram para ele. Então a gente tem que viver numa nação mais unida, mais justa”, opinou ela.
Confira o vídeo enviado por Ana Paula Renault:
ENTENDA O CASO
O caso pelo qual Ana Paula Renault discutiu com Nikolas Ferreira ocorreu no Dia Internacional da Mulher, na última quarta-feira (8). Na ocasião, o deputado fez declarações transfóbicas no plenário da Câmara. Com uma peruca loira, ele disse ser a “deputada Nicole”, que “se sente mulher” e, por isso, “tem lugar de fala” na data, debochando de pessoas transgênero.
Deputados federais pediram a cassação do mandato de Nikolas Ferreira. Além disso, foi solicitado ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), que um processo disciplinar seja instaurado no Conselho de Ética na Casa. Segundo o documento apresentado, o deputado quebrou o decoro parlamentar.
Assinaram o documento a bancada do PSOL, Duda Salabert (PDT-MG), Tabata Amaral (PSB-SP), André Figueiredo (PDT-CE), Túlio Gadelha (Rede-PE) e o presidente do PSB, Carlos Siqueira.
Em suas redes sociais, Arthur Lira publicou uma “reprimenda pública” condenando o ato do deputado e disse que o plenário “não é palco para exibicionismo”.
Na quinta-feira (9), o Ministério Público Federal (MPF) pediu que o Conselho de Ética na Câmara investigue Nikolas Ferreira. “É repugnante um congressista usar as vestes da imunidade parlamentar para, premeditadamente, cometer crime passível de imputação a qualquer cidadão ou cidadã”, diz a Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão do Ministério Público.