Basta uma rápida ida ao supermercado para o consumidor notar uma grande diferença em um alimento essencial: o aumento do preço do ovo – para piorar, em alguns casos, o item nem é encontrado nas prateleiras.
E isso está longe de ser uma falsa impressão ou algo exclusivo de algumas regiões. Segundo a pesquisa realizada pela empresa de inteligência Horus em parceria com o Instituto Brasileiro de Economia (IBRE/FGV), a alta no preço do ovo afeta todas as capitais do país. E uma péssima notícia: o preço elevado deve seguir até o início de abril. Saiba os motivos:
Ainda de acordo com o levantamento, a dúzia do alimento, que custava R$ 10,49 na média de janeiro e passou para R$ 11,43 em fevereiro, ficou mais cara por algumas causas – que não incluem a gripe aviária, ao contrário de algumas sugestões.
“A gripe aviária não atingiu o Brasil porque os produtores tomaram medidas para evitar que isso aconteça. Não podemos dizer que houve impacto no preço por conta dessa crise”, avalia Luiza Zacharias, diretora de novos negócios da Horus.
Ainda segundo a especialista, o preço do ovo está diretamente relacionado ao aumento no custo de produção e alimentação das aves, afetadas diretamente pela Guerra na Ucrânia. Outro motivo apontado por ela é o crescimento no consumo, agravado pela alta de outras proteínas, como a carne e o frango.
CONSUMO
Juliana Ferraz, analista do mercado de ovos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), mantém a análise sobre o crescimento no consumo e afirma que é comum o preço do alimento subir na época da Quaresma – por isso, a expectativa é que a alta deve se manter até o final do período religioso.
“A procura por ovos cresce. Somado a isso, tem uma menor oferta de ovos no mercado brasileiro. O custo de produção subiu muito nos últimos anos, então os produtores reduziram a oferta”, analisa Ferraz.
A ALTA POR CAPITAL
Ainda segundo a pesquisa, Fortaleza (CE) lidera a lista das capitais mais afetadas pelo aumento repentino no preço dos ovos. Confira a lista:
- Fortaleza (CE) – +4,7%
- São Paulo (SP) – +4,1%
- Belo Horizonte (MG) – +3,0%
- Brasília (DF) – +2,9%
- Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), Salvador (BA) e Manaus (AM) – fecham a lista com menos de 2%