Mãe de uma criança que estava na creche durante o ataque desta quinta-feira (5), em Blumenau (SC), Patrícia Bernz deu uma entrevista deu uma entrevista ao jornalista Hygino Vasconcellos, para o UOL, e contou como ficou ao saber do ocorrido na escola onde a filha de 9 anos estuda. Quando recebeu a notícia, a técnica de suporte estava trabalhando e ficou desesperada. “As pernas tremeram, medo de chegar aqui e não ter a filha mais”, afirmou ela.
Confira seu relato na íntegra:
“Eu tava no trabalho, aí quem me avisou foi minha mãe, que ligou desesperada. O telefone ficou tocando várias vezes, com várias mensagens. Quando ela falou que tinha dado alguma coisa aqui, meu mundo caiu, as pernas tremeram, medo de chegar aqui e não ter a filha mais. Só falaram que deu um atentado no cantinho onde ela fica: ‘Vai para lá que parece que aconteceu coisa ruim’. Aí eu saí e, nisso, um rapaz que trabalha comigo, que também atua nessa parte de bombeiro, já sabia e me acalmou um pouco, e uma colega de trabalho me trouxe até aqui”, iniciou Patrícia.
“Até chegar, paramos no caminho, porque estava tudo parado. Aí, vim andando. Não sabia se andava, se corria… as pernas tremiam e, quanto mais chegava perto, maior era o medo de não ter a filha ali, bate o desespero. Quando cheguei, descobri que minha mãe conseguiu chegar antes e já estava com ela, do outro lado da rua. Eu estava tão nervosa que eu nem vi as duas. Quando uma professora disse que a avó já tinha pego ela, eu estava tentando contato com a minha mãe. [Tive] vontade de não soltar mais e de abraçar ela, de tão nervosa que eu tava. Queria agradecer a Deus por ela [filha] estar bem”, disse, visivelmente emocionada.
Na sequência, Patrícia falou sobre a reação da filha de 9 anos durante o ataque: “Na hora do ocorrido ela tinha acabado de sair do banheiro, sair do banheiro, daí viu aquela movimentação e foi pro outro lado, ela não viu nenhuma criança morta, ela pensa que as crianças estavam dormindo. Eu nem contei pra ela ainda que quatro crianças faleceram, são crianças menores, têm pais que estão ali dentro ainda”, contou.
Por fim, ela reconheceu o esforço dos profissionais da escola infantil para tentar salvar todas as crianças. “A dona da creche é uma pessoa muito abençoada, também tá muito nervosa, coitada, muita emoção, ela se sente ruim, mas é uma pessoa que conseguiu salvar muita criança. Ela e as professoras conseguiram tirar bastante criança de perto desse maluco, mas infelizmente não deu para salvar as que ele pegou primeiro. Foi muito rápido, ele (criminoso) pulou e já foi atacando as crianças”, disse Patrícia Bernz.
O ATAQUE
Uma creche de Blumenau (SC) foi alvo de uma ataque, na manhã desta quarta-feira (5). De acordo com informações iniciais da Polícia Militar, quatro crianças foram mortas após a invasão de um homem com uma machadinha.
O ataque aconteceu na creche particular Cantinho Bom Pastor, no bairro Velha. A PM informou que um homem de 25 anos invadiu a escola infantil com uma machadinha em mãos e atacou as crianças. Logo depois, ele se entregou às autoridades locais.
O delegado Ulisses Gabriel afirmou que entre os mortos há três meninos e uma menina, nascidos entre 2016 e 2018. Até o momento, não há informações sobre o número de feridos, mas, de acordo com o portal G1, há uma criança em estado grave. As outras foram retiradas do local pela polícia e entregues aos pais.