Que Páscoa vai muito além do chocolate, todos sabem. Como explicar, porém, o real sentido da data para as crianças? Como ensinar sobre o respeito aos queridos coelhinhos, lembrando que animais não são um presente, como uma barra de chocolate, mas sim seres vivos e que precisam de cuidado e carinho? E como inspirar a magia da caça aos ovos, quando chocolate não é a opção?
Essa preocupação com a comemoração da data já acontece na casa de Mayla Tauany, mãe de Lucca, de apenas 9 meses. Embora o menino ainda não tenha consciência para entender a data, ela já tem planos para esse ano, de não associar a Páscoa ao chocolate. Apesar disso, querem que o bebê crie lembranças. “Então, como ele ama bagunça, vamos colocar as famosas ‘pegadas do coelhinho’ e estimular para que vá pegando uma a uma e entendendo a dinâmica. E, no final, vamos deixar ovinhos desenhados”, conta.
Sobre o futuro, ela sabe que será difícil dissociar o presentear com chocolate na data, mas quer que o filho tenha entendimento do real significado da Páscoa. “Claro que, ao longo dos anos, quando ele crescer, dar o chocolate vai fazer parte da data, mas vamos explicar até a simbologia de dar ovos, uma tradição antiga que surgiu antes de Cristo, quando os romanos e persas acreditavam que o mundo teria surgido dentro da casca de um ovo e, então, se tornaram sagrados.
ENTENDENDO A DATA
Habitualmente, até mesmo nós, adultos, associamos a Páscoa a almoço em família e distribuição de ovos de chocolate. A data, porém, significa muito mais do que isso, obviamente. Priscila Ximenes Souza do Nascimento, doutora em educação e professora do curso de licenciatura em pedagogia da PUCPR, explica que, para além do aspecto religioso e comercial (devido a venda de chocolates e outras lembrancinhas), a Páscoa é um marco histórico de um povo: os judeus israelitas.
“Portanto, saber sobre a Páscoa é conhecer a História e entender muitos dos acontecimentos na atualidade como, por exemplo, os conflitos por disputa de território no Oriente Médio. É importante também para que as crianças compreendam a diversidade de manifestações culturais que temos em nosso cotidiano. Já os ovos e os chocolates foram símbolos agregados a data com a intenção de reforçar seu significado. Primeiro para os judeus, cuja Páscoa simboliza a libertação da escravidão do povo do império egípcio com a promessa de que seriam uma grande nação (coelho como símbolo de fertilidade). E, posteriormente, para os cristãos que ressignificam a Páscoa como uma nova aliança entre Deus e Seu povo a partir da morte e ressurreição de Jesus Cristo (ovo como símbolo de vida e renascimento)”, pontua.
Mas atenção: é importante utilizar as linguagens próprias das crianças e considerar a faixa etária das mesmas. Usar brincadeiras, músicas, história contada com fantoches, dramatizações e até mesmo um livro são boas opções.
Para o historiador Rafael Ribeiro Bollis de Souza, que também tem formação em teologia, a Páscoa, apesar de ser a maior festa da religião cristã, não é exclusiva do cristianismo – outras religiões ao redor do mundo comemoram a Páscoa, cada qual a seu modo. “No cristianismo, é a celebração da ressurreição de Cristo; no Judaísmo, a libertação do povo Judeu; e em alguns segmentos do Hinduísmo, a chegada da primavera. Se existe algo comum sobre a Páscoa entre essas religiões é que ela sempre aponta para a fraternidade. Uma boa forma de ensinar as crianças de forma lúdica, independentemente da religião de cada uma, é criando nelas a compreensão de que a Páscoa é um tempo de fraternidade, é um tempo de amor. Elas podem fazer isso presenteando o próximo com um chocolate, como é feito no Ocidente, ou compartilhando uma refeição e fazendo leituras de histórias como o povo judeu no oriente”, esclarece.
Mas por qual motivo se presenteia com ovos de chocolate na Páscoa?
Além do que foi pontuado por Priscila, Rafael explica que, erroneamente, alguns religiosos associam os ovos de Páscoa à rituais pagãos – e, de fato, uma das origens do coelho e dos ovos advém da simbologia da fertilidade na mitologia germânica, mas não se pode desconsiderar que a prática de pintar ovos já existia em diversos locais do Oriente e da Europa, mesmo sem relação com a Páscoa. Na Europa, por exemplo, os ovos eram pintados e utilizados nas celebrações dos jogos de primavera. Com a expansão do Cristianismo no mundo todo, e principalmente na Europa, os jogos de primavera começaram a ser realizados na Semana Santa e, a partir daí, foram incorporados ao cristianismo como um símbolo de nascimento e ressurreição.
“É por isso que, no Ocidente, as pessoas presenteiam umas às outras com ovos de chocolate durante as celebrações da Páscoa”, conta. Ela comenta, ainda, sobre no hemisfério Norte a Páscoa ter ligação com a chegada da Primavera e como essa associação acontece no hemisfério Sul. “A primavera, por si só, já traz uma mensagem de renovação, florescimento e, sobretudo, ressurreição, pois ocorre após um inverno extremamente rigoroso no hemisfério norte. Por isso, essa associação da Páscoa com a primavera no hemisfério norte é proposital, já que, na religião cristã, a Páscoa é a celebração da ressurreição de Jesus Cristo. É importante ressaltar que essa associação da Páscoa com a primavera é apenas simbólica, pois está relacionada a aspectos religiosos e simbólicos da tradição cristã, e não necessariamente à primavera. Por isso, aqui no hemisfério sul, a Páscoa ocorre normalmente durante o outono, uma estação oposta à do hemisfério norte”.
E não é apenas em casa, com a família, que o tema deve ser abordado mais profundamente com as crianças. As escolas têm um papel fundamental nesse contexto, não apenas explicando sobre a data em si e suas características e particularidades, mas também alertando sobre alguns “problemas” da Páscoa – como alimentação sem tanto açúcar e respeito aos animais. A pedagoga Alice Loures, que é CEO Elas Editora Litterae e fundadora dos projetos Alou Mulheres e Hub Club Mães Atípicas RJ, é importante que as escolas adotem uma abordagem inclusiva e respeitosa em relação às diferentes crenças e tradições religiosas.
“Uma abordagem cultural da Páscoa pode explorar as diferentes tradições em todo o mundo, destacando as semelhanças e diferenças entre as diferentes comemorações. Ela também pode ser vista como uma celebração secular, que se concentra no renascimento e renovação. Quando há um distanciamento da temática religiosa e do chocolate, conseguimos trazer reflexões importantes, principalmente sobre respeito a diversidade cultural entre as pessoas, trabalhando sentimentos como a empatia, fazendo com que as crianças, que naturalmente já possuem um olhar observador, analisem as diversas possibilidades de mensagens presentes nessa e em outras datas”, comenta.
E continua: “uma alimentação saudável durante a época da Páscoa não significa que as crianças não possam desfrutar de umas delícias. Existem muitas opções saborosas e nutritivas que você pode apresentar para elas. A moderação é fundamental e as crianças podem desfrutar de algumas guloseimas de vez em quando. Já em relação ao respeito aos animais, é importante conscientizar as pessoas sobre os problemas associados à prática de dar animais de preservação como presentes de Páscoa, especialmente coelhos, que exigem muitos cuidados e atenção”, complementa, sugerindo, ainda, alternativas criativas, como brinquedos, livros, jogos ou atividades em família que não envolvam animais.
Já entre as atividades que podem acontecer dentro da própria escola, Alice sugere algumas atividades que levem a uma reflexão sobre o significado da Páscoa, além de promover ações solidárias. “Os alunos podem realizar diversas ações solidárias, como arrecadação de alimentos, brinquedos, roupas e produtos de higiene pessoal. Além disso, podem promover atividades como visitas aos idosos ou passeios com animais de cuidado para estimular a empatia e o cuidado com o próximo. Ao final da atividade, é importante que os alunos compartilhem suas experiências e aprendizados com a turma, para que todos possam refletir sobre a importância da comunhão e da união na promoção da empatia e da solidariedade”, enfatiza.
Mas atenção: embora a Páscoa seja normalmente associada aos cristãos, é possível abordar o tema sem falar especificamente sobre determinada religião. “Há um aspecto histórico importante que envolve a Páscoa. Contudo, enquanto data comemorativa, vale considerar a confissão religiosa das famílias e ter essa ocasião como uma oportunidade para trabalhar a tolerância e o respeito as diferenças. Ademais, a data é mais uma situação relevante para explorar o senso crítico das pessoas quanto as questões de consumo consciente dado o fervor do comércio, hábitos de saúde e alimentação mais saudáveis fomentando, por exemplo, a realização de receitas culinárias com o uso de cacau em vez de chocolate que possui mais açúcares e gorduras”, sugere Priscila.
E complementa: “Há muitos assuntos que podemos abordar a partir da Páscoa e é fundamental que as escolas e famílias tratem de maneira mais significativa os símbolos e significados dessa data, indo além dos estereótipos coelhinho e ovos de chocolate. Entender melhor sobre essa comemoração contribui para que as crianças compreendam o mundo em que vivemos e se vejam como participante dele. Sempre recomendo explorar a curiosidade das crianças quando desejamos que elas aprendam algo. Então, em vez de explicar sobre a Páscoa diretamente, e façam perguntas para que as crianças falem o que já sabem sobre essa data e incentivem que realizem pesquisas na internet e também em grupos religiosos da comunidade, com profissionais da área de alimentação/culinária, saúde, proteção animal etc”.
SÃO VIDAS, NÃO PRESENTES
Você certamente já ouviu falar sobre pais que querem dar coelhinhos na Páscoa para seus filhos e até comércios que dão de brinde o animal. E isso, é claro, é muito errado. Afinal, estamos falando sobre vidas e não objetos. Mayla, por exemplo, desde cedo já mostra para Lucca que os animais merecem respeito e não são objetos para dar de presente.
“Temos aqui em casa muitos animais resgatados e ensinamos, dia a dia, sobre respeito, amor, carinho e cuidados com eles. E esses ensinamentos são fundamentais para as crianças entenderem desde cedo que animais não são brinquedos. Acho, inclusive, que a Páscoa é um período importante para abordar esse assunto, já que muitos pais acabam cometendo o enorme erro de dar coelhinhos para os filhos nessa época, que, sim, são fofinhos e lindos, mas estão longe de serem animais de estimação ou que devem ser usados para comemorar uma data”, pontua.
A professora universitária Joanna Douat, que administra o projeto Coelhos da Saúde (@resgate.coelhosdasaude), que resgata esses fofinhos, conta que, durante a Páscoa, a distribuição descontrolada de coelhos como brinquedos é um grande problema todos os anos. “Muitos coelhos são dados como presentes ou brinquedos infantis e, normalmente, são ofertados em agropecuárias e petshops sem nenhuma orientação sobre manejo, ambiente e alimentação adequados. Vendem o animal e a gaiola, que custa 5 vezes mais que o animal, sendo que é inapropriado que vivam em gaiolas. Desses, apenas 5% completam um ano de vida, sendo que a expectativa de vida de um coelho doméstico é de pelo menos 10 anos, se bem cuidado. E a grande maioria é abandonada depois que o animal cresce – e eles crescem rápido -, ou porque ‘perdem a graça’, ou percebem que dá trabalho e exige um planejamento financeiro. Já tivemos coelhos do resgate que foram devolvidos por, inacreditavelmente, por comerem muito”, comenta.
Jorge Salomão, médico veterinário responsável técnico da Ampara Silvestre e do Instituto Libio (libio.org.br), que foi criado em 2020 pela médica, ambientalista e conservacionista Raquel Machado e é dedicado à reabilitação de animais silvestres, à educação ambiental e à criação e gestão de refúgios, é enfático: “Animal não é brinquedo. Se os pais resolverem dar coelhos de presente, pelo simbolismo associado à Páscoa, que ofertem coelhos de pelúcia, que tem vários e bonitos. Sempre orientamos que coelho é um animalzinho, uma vida, e que jamais seja dado com esse objetivo, o de ser um presente”.
Além do absurdo da situação (presentear os filhos com um ser vivo, já que não são de brinquedo, Salomão lembra, ainda, das particularidades do animal. A decisão de se adotar/adquirir um coelho tem de ser muito bem pensada. É que, por ser um mamífero lagomorfo (espécies herbívoras de pequeno porte, como as lebres, que se diferenciam dos roedores por terem quatro dentes incisivos na mandíbula superior, ao contrário dos roedores que têm apenas dois) , tem algumas particularidades interessantes e que fazem diferença no dia a dia e em seu manejo, que é muito específico, principalmente quando a gente fala do ponto de vista de manejo nutricional.
“Trata-se de um animal que precisa de uma dieta própria, balanceada, desenvolvida por um profissional. Não pode ser alimentado simplesmente com ração porque ele teria uma série de problemas de saúde, inclusive em seus dentes, que têm crescimento contínuo. Fora isso, é muito comum eles apresentarem sarna e alguns problemas de pele relacionados a ácaros. Eles também não podem ficar constantemente molhados, pois desenvolvem dermatofitoses, doenças de origem fúngica que acometem com muita animais que não têm boa tolerância ao calor. Outro aspecto é a higienização do local em que eles vivem, que deve ser constante, para se evitar o surgimento de dermatites. O coelho, por suas particularidades, depende de uma série de cuidados e seu manejo é trabalhoso no dia a dia, não é algo simples”, detalha.
A também médica veterinária Elizabeth Alvim de Souza Mello, diretora técnica do Instituto Eu Sou o Bicho (@institutoeusouobicho), lembra, ainda, que com mais de 30 milhões de animais abandonados pelo Brasil, alguém pensar em comprar animais é algo assustador. E quando se trata dos coelhos, que não são considerados animais domésticos e, assim como as vacas, são criados somente com fins econômicos, o absurdo é maior ainda.
“Além da questão da comercialização, a grande diferença é que eles não são animais de estimação. Animais de estimação gostam de colo, de carinho, e tudo o que o coelho não quer é ficar no colo, principalmente das crianças. Quem tem que se educar em relação a isso são os adultos, que na tentativa de fazer algo diferente pra atrair a atenção dos filhos, não entendem o mal que estão causando para os coelhos. Animal não é coisa. Animal não é brinquedo. As pessoas precisam urgentemente se conscientizar disso”, enfatiza.
Ela lembra, ainda, que assim como todos os animais, os coelhos precisam de cuidados, de atenção, de carinho e viverem no ambiente que se sintam mais seguros. Existem vacinas para os coelhos, mas que não são disponibilizadas no Brasil. Eles precisam de espaço, não ficar em uma gaiola. Eles precisam explorar o habitat e as pessoas não tem tempo nem paciência de cuidar da forma adequada. Eles são bagunceiros, roem fios, nem sempre fazem suas necessidades nos lugares adequados. Isso tudo pode ser fatal para o bichinho, pois eles são muito mais suscetíveis ao estresse por não ter suas necessidades atendidas. Outro grande problema é que não existem muitos veterinários especializados em coelho e, se acontecer algo, não tem muito pra onde correr”, complementa.
Além dos detalhes especificados por Salomão sobre o manejo dos coelhos, ainda há o fato deles, na verdade, nem estarem habituados a lidar com crianças. “Ele pode se defender através de mordidas. Além disso, pode transmitir enfermidades para as crianças, como a verminose. A criança, por vezes, não higieniza a mão direitinho e toda vez que mexer com o coelho pode desenvolver verminose. Outro aspecto é que os coelhos são animais de pequeno porte e, não raro, as crianças, mesmo sem ter a intenção, durante as brincadeiras acabam os machucando. É muito comum, na rotina clínica hospitalar, a chegada de animais vítimas de traumas ocasionados por crianças, decorrentes de uma queda do colo ou pisada. Por serem pequenos, eles se traumatizam muito fácil, inclusive com casos de fratura”, complementa. Elizabeth alerta, ainda, que assim como qualquer outro animal, os coelhos também têm sua personalidade e podem, muitas vezes, serem mais nervosos.
“Como ele não é de pelúcia e nem é brinquedo, quando a criança vai brincar e ele não quer, pode morder, sair correndo, se esconder, mudar o comportamento e isso tudo causa estresse nos tutores, mas, muito mais estresse nos coelhos, o que pode ser fatal. Quando eles estão com dor, não sabem se expressar e a tendência é morder também. Como as pessoas não estão acostumadas e não sabem identificar, podem muito bem achar que são malcriados e até maltrata-los”, diz.
Sabemos que para além do “presente”, que fatalmente será deixado de lado pelos pequenos em algum momento – seja por não saberem lidar, por não terem infraestrutura para ter coelhos ou simplesmente por perderem o interesse – existem, sim, crianças que são apaixonadas por animais, que cuidam com o devido cuidado e amor, e que, consequentemente, podem se afeiçoar muito pelo bichinho e realmente se esforçarem para cuidar bem.
É preciso mostrar essas crianças, porém, que mesmo sabendo do enorme amor que elas têm pelos animais, o melhor local para esses animais ficarem não é dentro de apartamentos trancados. E aí? Como explicar isso para os pequenos? “O melhor é explicar de forma didática. Esses animais demandam de manejo delicado, espaço, terra. Então, acho que é fundamental passar isso a uma criança de forma didática, ainda mais para aquelas que já têm essa conscientização de não querer comer carne pela associação aos animais. É preciso explicar que o coelho precisa de espaço, de terra, de grama. Se ele não comer o seu matinho fresco todo dia, ele vai ter problema com os dentes, não irão se desenvolver de forma adequada, podendo gerar dor e ouros malefícios, podendo até morrer”, sugere Jorge.
Já para as famílias que realmente gostam e resolvem ter um coelhinho em casa, é preciso ter consciência que o peludo precisa de algumas adaptações: um espaço mínimo de 1,5 metro por 1 metro para poder andar e se exercitar; que seja solto (com supervisão) pelo menos duas vezes por dia; que não o levem para passear de coleira no parque (muitos tutores levam seus coelhos para passear), pois é um animal extremamente territorialista, que gosta de se sentir seguro no seu espaço e território – ao levar o coelho para um parque ou um terreno desconhecido, o animal estará exposto a cheiros de diversos predadores diferentes, e por isso eles são mais felizes e se sentem mais seguros em apartamentos do que em terrenos abertos.
“Muitos tutores, eu inclusive, adaptam a sua casa para eles especificamente, tirando os fios dos alcances dos coelhos, por exemplo, para deixá-los livres por toda casa ou apartamento. Mas não é preciso só isso para faze-los felizes. Coelhos são animais carinhosos e presas, não são animais agressivos, mas podem morder e avançar caso se sintam estressados ou ameaçados. Inclusive, essa é uma das principais causas de abandono e entrega da tutela do coelho para santuários. Os tutores chegam dizendo que o coelho ‘ficou agressivo’, mas isso não acontece do nada. Então, é preciso sempre enfatizar os cuidados e as particularidades do animal para os que decidem, conscientemente, ter um coelho em casa”, avalia.
Isso porque existem situações que são gatilhos para essa ‘agressividade’, como quando passam a vida em gaiola e não tem interação com as pessoas fora dela; quando se sentem ameaçados pelo cheiro de outros animais da casa, como cachorros e gatos; quando não têm contato com carinho humano. “Alguns coelhos são acostumados e convivem bem com outros animais, mas são exceções. Portanto, o melhor é que sejam o único animal em casa, já que brigam e disputam espaço e alimento. Coelhos adultos brigam entre si para defender o seu território, por isso que a adaptação entre eles pode ser um processo complexo e demorado. Eles gostam muito do canto deles, onde se sentem seguros”, pontua Joanna.
Outro problema comum para quem resolve ter um coelhinho é achar que pode replicar o comportamento e a comunicação que acontece com animais mais convencionais, como os pets, para coelhos. “Muitas vezes, tem situações em que o coelho está com muito medo, mas como ele não late e não chora, o tutor acha que ele está gostando e o submete por horas a situações de estresse e desconforto, o que pode afetar o sistema intestinal do coelho e causar sérios problemas de saúde, com risco de óbito”, completa Joanna.
E como melhorar essa situação? Com conscientização. “É preciso fazer palestras em escolas, conscientizar as crianças de que eles sentem sede, fome e frio, e, principalmente, que não são de brinquedo. As crianças são muito mais receptíveis e conseguem entender melhor que os adultos. Por isso a escola seria um grande aliado nessa conscientização. A vida dos animais não vale menos que a de ninguém. São seres divinos que merecem todo respeito e amor”, pontua Elizabeth.
E um alerta importante, que serve para todos: coelhos em situação de abandono, quando encontrados em terrenos particulares, deve ser acionado o policiamento ambiental para o registro do boletim de ocorrência (maus tratos, abandono, preservação de direitos), conforme preconiza a Lei de crimes ambientais 9.605/98 – bem como acionamento de outros órgãos de fiscalização como vigilância sanitária do município etc. E os animais recolhidos devem ser encaminhados para o veterinário especialista em animais exóticos que vai orientar quanto ao manejo e cuidados.
Quem nunca teve experiência com coelho, deve recolher o animal e deixá-lo em um cantinho da casa seguro, isolado de outros animais, como um box do banheiro por exemplo, com água e bastante feno (caso não encontre feno, alimentar com verduras verde escura, exceto alface, e ração). Assim que possível, deve pedir ajuda e orientação para ongs de coelhos, que podem ajudar divulgando o pedido de adoção ou acolhendo o animal.
“Ressalto, ainda, que em hipótese alguma o animal deve ser largado em um terreno ou entregue para qualquer pessoa. Coelhos, apesar de terem aparência parecida, não são como lebres, não sabem buscar seu próprio alimento, pois foram domesticados há milhares de anos. Não conseguem sobreviver na natureza sozinhos. Portanto, não cabe ‘reinserção’ para essa espécie de animal”, alerta Joanna. E complementa: “nossos coelhos foram resgatados de um terreno onde sofriam maus tratos e eram criados para serem comida. Todos receberam tratamento médico veterinário, estavam doentes, tomaram antibióticos, foram castrados e buscamos um lar cheio de amor e carinho para cada um deles”.
PÁSCOA NÃO É SÓ CHOCOLATE
É difícil, entendo, dissociar a Páscoa do chocolate. Afinal, a nossa geração cresceu comemorando a data com muitos ovos. Entretanto, é preciso – e possível – mudar essa ‘tradição’. A pediatra com especialização em endocrinologista pediátrica, Valéria Goulart, que é nutróloga e endocrinologista, explica que as festividades com muitos doces, como a Páscoa, podem ter um impacto negativo na saúde das crianças se não forem controladas, causando doenças como obesidade, cáries dentárias, diabetes tipo 2, entre outros. E a obesidade infantil é um problema de saúde pública crescente em todo o mundo.
De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o número de crianças obesas com menos de cinco anos de idade aumentou em quase 10 milhões nos últimos anos. O consumo excessivo de açúcar é um dos principais fatores que contribuem para a obesidade infantil. Além disso, o consumo excessivo de açúcar também pode levar a cáries dentárias, uma das doenças mais comuns na infância. “Estima-se que cerca de 60-90% das crianças em todo o mundo têm cáries dentárias. O diabetes tipo 2, que era considerado uma doença que afetava principalmente adultos, está se tornando mais comum em crianças. O consumo excessivo de açúcar é um dos principais fatores de risco para o desenvolvimento de diabetes tipo 2. Para evitar esses problemas de saúde, é importante limitar o consumo de doces e açúcar durante as festividades. Os pais podem incentivar seus filhos a consumirem mais alimentos saudáveis, como frutas e vegetais, em vez de doces. Além disso, é importante escovar os dentes regularmente e visitar o dentista com frequência para prevenir cáries dentárias”, pontua.
Luane Villar, que é nutricionista infantil, lembra, também, que como o chocolate é rico em calorias e gorduras saturadas, pode causar alguns outros efeitos negativos, como colesterol e triglicerídeos altos, se consumido em grande quantidade. “No caso das crianças, as maiores consumidoras do produto, a recomendação é não dar ovo de Páscoa para os menores de dois anos, porque nessa faixa de idade, elas ainda estão no processo de maturação intestinal. E o chocolate, por ser um alimento que tem uma quantidade maior de gordura, pode acarretar em algum tipo de intercorrência, principalmente a má digestão, diarreia, vômito e alergias, por conta de corantes nos ovos coloridos. Já para as crianças acima de dois anos, o consumo deve ser de 10 a 25 gramas, equivalente a dois ou três tabletes por dia”, determina.
Mas é possível comemorar a Páscoa com equilíbrio. Giliane Belarmino, nutricionista e consultora de Philips Avent, pontua que tudo depende da intimidade que você tem com as pessoas que costumam dar chocolates aos seus filhos. A solução é ser sincera e falar que gostaria que a criança ganhasse menos chocolates. “Mas vale a pena nos perguntarmos se é realmente necessário. É importante lembrar que a comida tem uma série de significados: cultura, religião, política, status, memórias afetivas, família, relacionamentos. Devemos considerar que as funções simbólicas da comida são tão importantes quanto as funções nutricionais”, avalia.
Uma alimentação realmente saudável é o equilíbrio entre estes dois pontos. Construir uma boa relação com a comida passa por esse caminho de considerar todos os aspectos da alimentação, que não só o biológico. E é na infância, a partir da introdução alimentar, que esse relacionamento é construído. Para ela, os pais precisam cuidar para que seus filhos cresçam sem medo e sem terrorismo alimentar, pois a Páscoa, no Brasil, é uma data de grande importância simbólica, cultural e religiosa. Como o Natal, por exemplo, é um momento importante para presentear as pessoas, de conexão afetiva.
“Então, se dentro do seu núcleo familiar e de amigos, vocês possuem o hábito de comemorar e presentear com chocolates, é muito mais válido ensinar ao seu filho o significado dessa data e desses presentes, e, ao mesmo tempo, abordar o consumo equilibrado de todo esse doce. Ensiná-lo a apreciar e controlar o impulso de comer tudo de uma vez o ajudará, inclusive, a ser um adulto que sabe fazer esse controle”, comenta. No caso de crianças menores de 2 anos, que ainda não podem consumir açúcar, ou crianças alérgicas à proteína do leite de vaca ou com intolerância à lactose, uma boa opção é o ovo de alfarroba, que pode ser oferecido a partir de um ano de idade e não possui açúcar nem leite em sua composição. “Em situações particulares, como estas mencionadas, vale a pena a conversa com os familiares de que a criança não poderá consumir o chocolate tradicional, e explicar os motivos. No geral, o segredo não é proibir o chocolate, mas sim aprender a equilibrar o consumo e curtir a páscoa sem culpa”, complementa.
E para os que não abrem mão de dar chocolates para os filhos, o indicado é que optem por opções mais saudáveis e com moderação, como o chocolate amargo, que contém uma quantidade menor de açúcar e mais cacau, é rico em antioxidantes e tem propriedades anti-inflamatórias (é importante escolher um chocolate amargo com um teor de cacau de pelo menos 70% para garantir que seja uma opção mais saudável); chocolate com adoçantes naturais, que levam, por exemplo, xilitol ou eritritol, em vez de açúcar refinado; chocolates sem lactose, que são feitos com leite de origem vegetal, como o leite de amêndoa, leite de coco ou leite de soja; doces que “enganam”, que são feitos com ingredientes mais saudáveis, como cookies de aveia com gotas de chocolate amargo, ou barras de proteína com sabor de chocolate. “Esses doces podem ser uma opção mais saudável do que os chocolates tradicionais. É importante lembrar que mesmo opções mais saudáveis de chocolates devem ser consumidas com moderação. Os pais podem definir um limite diário de consumo de chocolate e incentivar seus filhos a escolher opções mais saudáveis de alimentos em outras refeições”, conclui Valéria Goulart.
GOSTINHO DE PÁSCOA, MAS SAUDÁVEL
Para ajudar as famílias a equilibrarem o consumo do açúcar, selecionamos algumas receitas que podem ajudar nesse processo. Vamos lá?
Sacolé de Páscoa, por Luane Villar, nutricionista infantil.
Ingredientes:
- saquinhos de plástico do tipo tubo;
- 500 ml de suco de laranja;
- 1 unidade de cenoura.
Bata o suco com a cenoura picada no liquidificador até ficar uniforme, coe e coloque no saquinho.
Ovos coloridos, por Luane Villar, nutricionista infantil.
Ingredientes:
- 12 ovos brancos;
- 1 ½ colher (sopa) vinagre;
- 1 xícara (chá) de casca de cebola;
- 1 xícara (chá)de beterraba ralada;
- 1 xícara (chá) de espinafre picado.
Coloque 4 ovos em cada panela e cubra com água e ½ colher de sopa de vinagre. Em uma das panelas, coloque a casca de cebola. Na outra a beterraba e por último o espinafre. Cozinhe por cerca de 12 minutos. Após começar a ferver, escorra e coloque os ovos em uma compota, sem retirar as cascas e sirva.
Mousse de chocolate para crianças de 8 meses até os grandes, por Luane Villar, nutricionista infantil.
Ingredientes:
- 1 banana madura;
- 1/2 abacate maduro;
- 1/2 xícara de uva passas;
- 2 colheres de sopa de cacau 100%.
Bater tudo no liquidificador ou mixer, e estará pronto.
Pão de mel saudável para crianças, por Fred Sabbag, chef, crítico gastronômico e parceiro da Trela.
Ingredientes:
- 3/4 de xícara de mel;
- 1/4 de xícara de açúcar mascavo;
- 1/4 de xícara de óleo de girassol;
- 1 e 1/2 de água em temperatura ambiente;
- 1 xícara (chá) de quinoa em flocos;
- 1 + ¼ de xícara (chá) de farinha integral;
- 1 colher (café) de cravo em pó; 1
- 1/2 colher (café) de noz-moscada;
- 2 colheres (chá) de canela em pó;
- 1 colher (sobremesa) de fermento em pó.
Bater no liquidificador o mel, o açúcar mascavo, o óleo e a água. Em uma batedeira, bata todos os demais ingredientes (exceto o fermento) e em seguida acrescente tudo o que bateu no liquidificador. Com a batedeira já desligada, acrescente o fermento e mexa com uma colher. Coloque a mistura batida em forminhas pequenas de silicone e leve ao forno por 40min a 180 graus. Se quiser colocar cobertura, recomenda-se derreter chocolate zero açúcar, meio-amargo ou amargo (a depender do gosto da criança) e colocar sobre o pão de mel assado. Decore de acordo com sua criatividade.
Bolinho de cenoura e chocolate, por Valéria Goulart, pediatra com especialização em endocrinologista pediátrica, nutróloga e endocrinologista.
Ingredientes:
- 2 cenouras raladas;
- 3 ovos;
- 1/4 xícara de óleo de coco;
- 1/2 xícara de açúcar de coco;
- 1 xícara de farinha de trigo integral;
- 1/2 xícara de cacau em pó;
- 1 colher de sopa de fermento em pó.
Preaqueça o forno a 180 graus. Em um liquidificador, misture as cenouras raladas, os ovos, o óleo de coco e o açúcar de coco até obter uma mistura homogênea. Em uma tigela separada, misture a farinha de trigo integral, o cacau em pó e o fermento em pó. Adicione a mistura líquida à mistura seca e misture até ficar homogêneo. Despeje a massa em forminhas de muffin e asse por cerca de 20 minutos. Deixe esfriar antes de servir.
Salada de frutas temática de Páscoa, por Valéria Goulart
Ingredientes:
- 1 melancia pequena;
- 1 abacaxi;
- 2 kiwis;
- 1 xícara de morangos;
- 1/2 xícara de uvas verdes;
- 1/2 xícara de uvas roxas;
- folhas de hortelã para decorar.
Corte a melancia ao meio e retire a polpa com uma colher, deixando uma borda de cerca de 1 cm de espessura. Corte o abacaxi em cubos e coloque dentro da metade da melancia. Descasque os kiwis e corte em fatias finas. Coloque as fatias sobre o abacaxi para formar uma “cama”. Corte os morangos ao meio e coloque sobre os kiwis. Distribua as uvas verdes, uvas roxas e sobre a salada de frutas. Decore com folhas de hortelã.
Mousse de chocolate com abacate, por Valéria Goulart
Ingredientes:
- 2 abacates maduros;
- 1/2 xícara de cacau em pó;
- 1/4 xícara de mel;
- 1 colher de chá de essência de baunilha;
- 1/4 xícara de leite de amêndoas.
Corte os abacates ao meio e retire o caroço. Coloque a polpa dos abacates em um processador de alimentos ou liquidificador. Adicione o cacau em pó, mel, essência de baunilha e leite de amêndoas. Bata até que a mistura fique homogênea e cremosa. Transfira para tigelas individuais e leve à geladeira por pelo menos 1 hora antes de servir.
Cookies de aveia com gotas de chocolate, por Valéria Goulart
Ingredientes:
- 1 xícara de aveia em flocos;
- 1/2 xícara de farinha de trigo integral;
- 1/4 colher de chá de bicarbonato de sódio;
- 1/4 colher de chá de sal; 1/4 xícara de óleo de coco;
- 1/4 xícara de mel;
- 1 ovo;
- 1 colher de chá de essência de baunilha;
- 1/2 xícara de gotas de chocolate meio amargo.
Pré-aqueça o forno a 180°C e forre uma forma com papel manteiga. Em uma tigela, misture a aveia em flocos, farinha de trigo integral, bicarbonato de sódio e sal. Em outra tigela, misture o óleo de coco, mel, ovo e essência de baunilha. Adicione a mistura de aveia na mistura de óleo de coco e mexa até que fique homogêneo. Adicione as gotas de chocolate e misture bem. Com uma colher de sopa, coloque a massa na forma, pressionando levemente para achatar. Asse por cerca de 10 a 12 minutos, ou até que estejam dourados. Deixe esfriar antes de servir.
Fondue de chocolate com frutas, por Valéria Goulart
Ingredientes:
- 200g de chocolate meio amargo;
- 200g de creme de leite;
- frutas variadas para acompanhar (como morangos, uvas, bananas e kiwis);
- palitos para fondue
Pique o chocolate em pedaços pequenos e reserve. Em uma panela, aqueça o creme de leite em fogo baixo até começar a ferver. Desligue o fogo e adicione o chocolate picado, mexendo bem até que o chocolate esteja completamente derretido e incorporado ao creme de leite. Despeje a mistura em um recipiente para fondue e acenda o fogareiro. Sirva as frutas em um prato ao lado do recipiente com o chocolate. Use os palitos para fondue para mergulhar as frutas na mistura de chocolate quente e aproveite!
Muffin de cacau (a partir de 9 meses), por Giliane Belarmino, nutricionista e consultora de Philips Avent.
Ingredientes:
- 2 bananas;
- 2 colheres (sopa) de cacau em pó;
- 2 ovos;
- ½ xícara (chá) de aveia;
- 1 colher (sopa) de fermento em pó químico.
Bata no liquidificador os ovos, banana cacau até ficar uma textura homogênea. Coloque todos esses ingredientes em uma tigela. Adicione a aveia e o fermento. Misture tudo com uma colher. Distribua a massa em forminhas de cupcake untadas. Leve ao forno pré-aquecido em temperatura 180°C durante 35 minutos.
Ovo de Páscoa de alfarroba (a partir de 1 ano), por Giliane Belarmino
Ingredientes:
- 60 g de alfarroba em barra;
- forma para ovo de Páscoa.
Pique a barra de alfarroba e leve ao microondas ou banho maria até derreter. Depois que derreter, coloque a alfarroba em uma superfície de granito e mexa até chegar em temperatura ambiente. Assim que esfriar, pincele a alfarroba na forma de ovo de Páscoa, e coloque em uma forma virada para baixo. Leve à geladeira por 10 minutos. Pincele mais uma camada da alfarroba e leve novamente à geladeira, dessa vez por 15 minutos. Desenforme, junte as bandas do ovo e embrulhe como desejar!
Biscoito amanteigado (a partir de 2 anos), por Giliane Belarmino
Ingredientes:
- 2 xícaras (chá) de farinha de trigo;
- 1/2 de xícara (chá) de açúcar;
- 150g de manteiga;
- 1 colher (chá) de extrato de baunilha;
- papel manteiga.
Coloque em uma tigela a farinha, açúcar, manteiga em temperatura ambiente e a essência de baunilha. Amasse bem com as mãos até formar uma massa lisa e homogênea. Embale a massa com filme e leve para descansar na geladeira por 15 minutos. Abra a massa com as mãos e deixe em uma espessura de 1cm. Com ajuda de forminhas temáticas de coelho, modele a massa e transfira para uma assadeira forrada com papel manteiga, deixando cerca de 0,5 cm entre cada um. Leve ao forno para assar por cerca de 15 minutos ou até os biscoitos ficarem levemente dourados. Retire do forno e deixe esfriar antes de servir ou armazenar.
Obs: se não tiver forminhas de corte, você pode moldar as patinhas do coelho fazendo bolinhas com a massa, por exemplo.
PÁSCOA NA LITERATURA
Uma das formas mais lúdicas das crianças aprenderem um pouco mais sobre a Páscoa é por meio da literatura. Por isso, abaixo, alguns títulos que farão a garotada se divertir com coelhinhos, ovos e muita história.
“Páscoa no galinheiro: ou a história do ovo de galinha que queria ser ovo de páscoa”, por Eduardo Bakr – Editora Paulinas – Eduardo celebra o fenômeno da vida ao entrelaçar o valor simbólico do ovo com a festa da Páscoa e leva o leitor a refletir sobre o que é e o que quer ser, sobre diferenças, amizades. As ilustrações recriam a atmosfera pura que embala o nascer neste sonho de livro, tão doce quanto o gosto de chocolate. Indicado para os anos iniciais do Ensino Fundamental 3º ano e 4º ano. Para comprar, acesse aqui!
“O Coelhinho que não Era de Páscoa” – Ruth Rocha – Editora Salamandra – Vivinho é um coelho normal: Tem muitos irmãos e uma família legal. E o que ele vai ser quando crescer? Coelho de páscoa, só pode ser! Mas vivinho quer outra profissão. Será que os pais vão aceitar sua decisão? As histórias da Série Vou te contar! foram escritas pela Ruth Rocha durante os anos de 1969 a 1981 em várias revistas para crianças que ela dirigiu, publicações que faziam um grande sucesso entre os pequenos. São histórias que mostram situações e personagens que valorizam a independência de pensamento e a ousadia: um coelhinho que não queria ser coelho de Páscoa e escolhe outra profissão, um menino fazendeiro que se torna amigo de um menino escravo, um macaco e um porco que são companheiros de aventuras e saem pelo mundo ajudando as pessoas… e muitas outras coisas mirabolantes, que a gente lê, relê e sempre dão muito que pensar! Para comprar, acesse aqui!
“Uma História de Páscoa” – Ana Maria Machado – Editora Salamandra – Quando a Páscoa se aproxima, meninos e meninas ficam ansiosos por ovos coloridos, chocolates, presentes. Mas as crianças têm desejos? E os coelhos? O que desejariam ganhar em um dia tão especial? Joãozinho e o coelho Dudu terão motivos de sobra para comemorar a Páscoa juntos. Para comprar, acesse aqui!
“Uma páscoa sem ovos de chocolate” – Etna Lacerda – Editora Boa Nova – Você já viu uma Páscoa sem ovos de chocolate? Estranho, não é? Foi isso que deixou o coelho Leleco muito preocupado. Tudo porque sua chocomáquina, a incrível máquina de fazer ovos de chocolate, quebrou, e o mago Barba Longa, o único que seria capazde consertá-la, resolveu não fazer mais suas espetaculares mágicas. Poxa, logo agora! Com essa notícia, a maioria dos animais da cidade Barba Longa ficou em total alvoroço. O que fazer? Como para tudo há uma solução, o coelho Leleco e os animais trabalharam juntos e conseguiram resolver o problema antes do Domingo de Páscoa. Afinal, nenhuma criança merece ficar sem seus ovinhos de chocolate, não é mesmo? Acho que também ninguém merece. Para comprar, acesse aqui!