Olá, pessoal! E, pela primeira vez neste ano, a clima de outono realmente chegou. Com isso, dá-lhe ar mais seco, friozinho e várias pessoas com doença respiratória. Inclusive, recebi um “meme” que dizia “metade do Brasil está com gripe e a outra metade está com rinite e sinusite”!
Aproveitando este gancho, escrevo um pouco sobre esta fase que estamos passando, quando parece que todos estão ficando doentes. E não é só impressão, viu! Durante o outono, o ar mais frio e seco favorece a disseminação de doenças respiratórias, especialmente os vírus.
Alguns deles são bem conhecidos, como influenza, que causa a gripe, e o vírus sincicial respiratório, que causa a bronquiolite. Isso apenas para citar alguns mais conhecidos, pois a gama de agentes virais é grande, sendo o novo coronavírus um deles.
JUNTINHOS
Por conta do frio, escolhemos ambientes mais fechados, gerando aglomeração e ajudando na transmissão dos vírus. Vou dar um exemplo do nosso dia a dia: as escolas. Já perceberam que as crianças sofrem mais nesta época? E que é na escola que elas pegam as doenças? Isto também não é impressão.
Mas aviso que a culpa não é da escola, viu! Isso porque as crianças têm mais facilidade em ter doenças respiratórias devido ao amadurecimento do sistema imunológico (o mecanismo de defesa do nosso corpo), e o contato com as demais crianças facilita pegar algum vírus. Muitas vezes basta uma criança com tosse na sala de aula e pronto! Todos doentes, inclusive as professoras.
E AS RINITES? TAMBÉM AUMENTAM NESTA ÉPOCA?
Sim, de novo! A culpa é, novamente, das condições climáticas, que concentram mais poluentes no ar por conta do ar seco. Nesta época ainda usamos mais ar condicionado para manter a temperatura aquecida. Essa combinação de poluição, ar seco e variação de temperatura é gatilho para muita crise de rinite. Ela costuma dar seu sinal com nariz entupido, coriza, espirros e coceira. Se não tratar, vira uma infecção chamada de sinusite.
ESTAMOS MAIS DOENTES DEPOIS DA PANDEMIA?
A resposta é sim! A impressão geral é o período de afastamento da pandemia, associado às mudanças de hábito de vida ajudaram. A baixa adesão vacinal a vacina da gripe e reforços vacinais do calendário vacinal tiverem papel importante também.
E DÁ PARA EVITAR?
Nem sempre! Mas há algumas coisas que ajudam. Anote aí!
- Lavagem nasal com soro: lavar o nariz ao menos duas vezes ao dia ajuda na prevenção de 40% dos episódios de gripes e resfriados;
- Própolis: tem ação antiviral e pode ser usado para dor de garganta;
- Beba água: manter boa hidratação do corpo auxilia o funcionamento do sistema respiratório;
- Vitaminas: não há evidência específicas que suplementação de vitaminas tenha impacto nas doenças respiratórias. A sugestão é manter uma boa alimentação e manter o aporte vitamínico por meio de frutas e legumes;
- Não esqueça da vacina da gripe: A melhor prevenção é o melhor remédio.
*DRA. MAURA NEVES é formada na Medicina pela Faculdade de Medicina da USP. Residência em Otorrinolaringologia pelo HC- FMUSP. Fellow em Cirurgia Endoscópica pelo HC- FMUSP. Doutorado pela Faculdade de Medicina da USP. Médica Assistente do Hospital Universitário da Universidade de São Paulo -SP. Aqui na Revista AnaMaria, trará quinzenalmente um conteúdo novo sobre a saúde do ouvido, nariz e garganta. Instagram: @dra.mauraneves.