Muito tem se falado sobre felicidade. Seus caminhos, se dinheiro traz ou não esse sentimento tão desejado… Para Henrique Bueno, especialista em Psicologia Positiva e CEO do Wholebeing Institute Brasil, felicidade é algo que deve ser tratado com seriedade, baseado em fatos científicos e sem a crença de que podemos ser felizes o tempo todo. “Me dedico ao estudo dessa ciência desde 2013 e posso garantir: não tem receita. Felicidade é uma conquista diária, é ‘realidade, realidade, realidade’, como diz Tal Ben-Shahar, um dos fundadores do Wholebeing Institute. E acrescento: é coisa séria!”, diz.
O especialista explica que, por meio das cinco dimensões para a construção de uma vida mais feliz, ous seja, emoção positiva, engajamento, relacionamentos positivos, propósito e realização, baseadas no modelo PERMA de felicidade, criado por Martin Seligman, considerado o pai da Psicologia Positiva, e no modelo SPIRE, criado por Tal Ben-Shahar e Megan McDonough, fundadores do Wholebeing Institute, que apresenta uma visão do indivíduo como um todo, considerando as dimensões espiritual, física, intelectual, relacional e emocional, é possível estudar a ciência e ferramentas que podem transformar nossa vida pessoal e profissional em busca de mais bem-estar e felicidade para nós mesmos, a família, os clientes, a organização e a sociedade em geral. “A grande verdade é que felicidade é algo a ser construído ao longo da vida. Podemos fazer escolhas para construir uma vida cada vez melhor”, finaliza.
FELICIDADE, DINHEIRO E SUCESSO CAMINHAM JUNTOS?
Muitos acreditam que sim, que mais dinheiro tem uma relação direta com mais felicidade. E, segundo o especialista, dinheiro traz felicidade de forma sustentável, na medida que serve para satisfazer necessidades básicas do ser humano. E, para aqueles que têm condições dignas de vida e recebem uma boa quantia, naturalmente, o dinheiro trará mais constância em felicidade e bem-estar. Já para Sonja Lyubomirsky, professora no Departamento de Psicologia da Universidade da Califórnia, todos nós temos um set point de felicidade. Ou seja, quando ganhamos mais dinheiro, temos momentos de euforia, que tendem a voltar à linha normal.
UM PROCESSO DE CONSTRUÇÃO
Outro mito muito falado é de que a felicidade é um lugar a se chegar, algo como ‘um dia, vou conseguir tal coisa e serei feliz’. A verdade é que felicidade é algo a ser construído ao longo da vida. Para os estudiosos, podemos fazer escolhas para construir uma vida cada vez melhor. “Nós nos acostumamos com situações, coisas e pessoas. É necessário um esforço para agir diferente. Não existe um ponto, existem escolhas e comportamentos que você pode implementar na vida. Cada um vai encontrar o seu caminho, fazer as suas escolhas. Essa é uma jornada pessoal, sem certo e errado, mas com o que te faz melhor, o que faz sentido para você. O que precisa ser compreendido é que felicidade se aprende e todo mundo é capaz disso”, garante Henrique.
CHAVE PARA A FELICIDADE
Aprenda a celebrar os fracassos: estudo da Universidade de Harvard diz que as pessoas que são capazes de avaliar positivamente as suas falhas conseguem ser mais felizes. Acreditar que somos infalíveis e que não podemos errar pode nos fazer muito mal. É uma posição idealista e tirana, porque todos nós cometemos erros. Acreditar que não devemos ou não podemos cometer erros é uma ideia que só provoca ansiedade e depressão. Tire proveito das endorfinas: elas são os hormônios da felicidade. Estão em nosso cérebro, à nossa disposição o tempo todo, mas não sabemos como usá-las. Uma caminhada diária de trinta minutos ajuda a liberar endorfina. Um abraço de dez segundos libera três minutos de endorfina e felicidade. É simples, uma questão de hábito. Realize todos os dias práticas que liberem as endorfinas e seja muito mais feliz.