Giovanna Antonelli é um ícone da TV brasileira e também pura representatividade de milhares de mulheres da ‘vida real’. Ela é esposa, profissional e mãe de Pietro, 16 anos, e das gêmeas, Antônia e Sofia, de 11. E enxerga a maternidade como uma dádiva e um aprendizado constante também.
Encarar a adolescência dos filhos não é algo que a assusta, por exemplo, tanto que a famosa expressão ‘aborrescência’, que muita gente usa para definir essa fase, não soa nada bem para ela: “É injusta a definição ‘aborrescência’ porque eles são incríveis! Em casa, existe muito diálogo e vamos passando tranquilos por todas as fases e obstáculos que surgem pelo caminho”.
Gente como a gente, Gio também se posiciona quando o assunto é maternidade real: “Sem romantismo! Hoje, mais do que nunca, as mulheres têm falado sobre dificuldade em educar, equilibrar a carreira e a maternidade, erros e acertos. E é isso! Não dá para criar um ideal que não existe. Somos guerreiras, é fato. E maternar é maravilhoso, mas, ao mesmo tempo, desafiador. Na verdade, damos conta de tudo e nem nos damos conta disso. Levar essa capacidade feminina de uma maneira leve já é um ato heroico. E a mulherada faz isso com uma performance de alto nível”
Confira a entrevista completa:
Seu filho primogênito, Pietro, está com 16 anos. Já as caçulas Antônia e Sofia são gêmeas idênticas e têm 11. Como é ser mãe de um adolescente e duas pré-adolescentes?
Uma delícia, principalmente aprender a educar por meio do olhar e das necessidades de cada um deles! Me reinventar todos os dias: esse é o meu dever.
É justa a expressão ‘aborrescência’, que muita gente usa para definir essa fase?
É injusta a definição ‘aborrescência’ porque eles são incríveis! Em casa, existe muito diálogo, tento estar sempre atenta às necessidades individuais de cada um deles. E, assim, vamos passando tranquilos por todas as fases e obstáculos que surgem pelo caminho.
Você costuma sempre repetir o mantra “Abundância entra na minha vida de maneiras surpreendentes e milagrosas”. A maternidade é uma delas?
A vida é surpreendente e milagrosa. Amo ser mãe e temos uma relação bacana, de troca e abundância de amor, alegria, carinho, respeito e limites. E isso é o que vale.
Com mais de 17 milhões de seguidores, você procura proteger seus filhos da exposição e dos perigos que as redes sociais trazem. Considera que os jovens de hoje andam perdendo a mão com uma exposição, digamos, desnecessária?
Independentemente de ser jovem ou não, tudo na vida é uma questão de medida. O que eu acredito se resume à educação que dou dentro da minha casa – o que, certamente, não serve para quem está de fora, porque cada família e cada indivíduo deve saber se alimentar do que acha que é melhor para si próprio.
Acredita ser possível blindar os filhos das maldades do mundo?
Não, mas meu dever é tentar isso incansavelmente… Ensinando, guiando, mostrando as cabeçadas que já dei, mas permitindo que errem e que vivam suas próprias experiências. E é bom aprender com erros, isso faz parte do processo natural de amadurecimento e aprendizado.
A mídia costuma reforçar o papel da mãe como ‘super-heroína’, que trabalha, cuida da casa, dos filhos… Com tantas expectativas, há espaço para uma mãe real, que nem sempre acerta?
Sempre fui uma mulher/mãe da vida real. Sem romantismo! Hoje, mais do que nunca, as mulheres têm falado sobre maternidade real, dificuldade em educar, equilibrar carreira e maternidade, erros e acertos. E é isso! Não dá para criar um ideal que não existe [risos]. Somos guerreiras, é fato. E maternar é maravilhoso, mas, ao mesmo tempo, desafiador.
Já encontrou o melhor caminho para que a maternidade não seja um perrengue diário?
A maternidade não é um perrengue diário. Não vejo dessa forma. Tem desafios, passamos várias fases, noites sem dormir, parto, hormônios, missão de educar, proteger, exercitar a paciência e a compreensão, mas acabamos esquecendo de tudo perto do tamanho do amor que sentimos pelos filhos e em ser mãe. Aliás, amo minha versão mãe.
Podemos dizer que, na vida real, um de seus ‘papéis’ é discutir a importância de tirar a mãe desse lugar idealizado, como alguém que tem que dar conta de tudo?
Na verdade, damos conta de tudo e nem nos damos conta disso [risos]. Levar essa capacidade feminina de uma maneira leve já é um ato heroico. E a mulherada faz isso com uma performance de alto nível.
Costuma-se ter a ideia de que mãe sofre, mas que, ainda assim, a maternidade é o melhor lugar do mundo. Todo esse estigma em torno da maternidade não acaba gerando culpa, insegurança e angústia em mulheres que não conseguem dar conta do que acreditam ser a sua principal responsabilidade: ser mãe?
A maioria das mulheres está desempenhando vários papéis e ainda sendo mães. E boas mães! Eu amo ser mãe, mulher, e amo meus trabalhos. Sou atriz, empreendedora, influenciadora digital e me desdobro no tempo. Equilibrar expectativas é sempre bom, para não gerar frustração. Filhos crescem, criam suas próprias histórias, trilham seus caminhos e temos que ter essa consciência.
Dá para listar os ônus e os bônus do processo de educar os filhos?
Difícil demais essa pergunta… Bônus é ter a oportunidade de mostrar a eles tudo o que acredito, senso de justiça, honestidade, caráter e por aí vai. E o ônus é saber que não temos controle de nada.