Um estudo recente da Academia Nacional de Medicina da França vem deixando algumas pessoas aflitas. Isso porque, de acordo com comunicado da instituição publicado em maio deste ano, utilizar a cabine UV de unhas de gel pode ter relação com o câncer de pele.
Logo após essa informação, muitos especialistas e profissionais estéticos começaram uma discussão sobre o aparelho, que é muito utilizado em salões e clínicas estéticas.
Para a Dra. Isadora Rosan, dermatologista formada pela USP e especialista em oncologia dermatológica, é preciso primeiramente analisar o estudo de maneira bem criteriosa e respeitar os seus processos, pois existe a diferença entre suspeita e comprovação. Segundo ela, ainda não é motivo para as pessoas entrarem em pânico.
“É um estudo de laboratório e não foi analisado em seres humanos. O que ele levanta é uma possibilidade. Mas como o tempo de exposição é muito curto e existem outras variáveis na pele viva, a gente não pode afirmar essa relação causal, e é possível, inclusive, que estudos in vivo não confirmem essa suspeita”, explica.
A técnica não é de agora, já que é realizada há décadas por manicures e especialistas em estética. E ela se utiliza de lâmpadas de raios ultravioleta para facilitar o processo de secagem do esmalte das unhas, sendo três vezes maior que o usual. Além da luz UV, o processo condiciona um esmalte semipermanente, o que aumenta a durabilidade do trabalho em quase um mês.
O estudo também ressaltou que as pessoas de pele mais clara e que utilizam o aparelho de cinco a seis vezes por ano podem ser as mais afetadas. Para embasar, foi utilizado o período científico Clinics in Dermatology, publicado pela mesma instituição e que traz compilados de doenças relacionadas ao esmalte em gel. Porém, assim como explicou a Dra. Isadora Rosan, a Academia afirmou que outros estudos precisam ser feitos para uma avaliação mais certeira: “Com os dados que temos hoje, ainda não podemos afirmar que existe uma relação das cabines de sacanagem de esmalte com o câncer de pele”, conclui.
Frente a tudo isso, como podemos nos proteger? “A gente precisa pensar o seguinte: se existe esta possibilidade, o que podemos fazer para minimizar o risco? Usar filtro solar antes de expor as mãos nas cabines de unha em gel. Essa é a recomendação mais sensata que temos hoje”, orienta Dra Isadora.
Além da dica do uso do protetor solar, a instituição anunciou o desenvolvimento de campanhas para que o público e os profissionais possam estar cientes dos prováveis riscos que o aparelho pode trazer, além de treinamento frequente para a aplicação de esmaltes em gel ou semipermanentes.