Os internautas se alegraram com a notícia de que Stênio Garcia recebeu alta hospitalar nesta sexta-feira (7). O ator de 91 anos estava há 6 dias internado em um hospital particular na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio de Janeiro, com um quadro de septicemia aguda.
No início da tarde, o Hospital Samaritano informou à imprensa que o famoso se recuperou e já deixou a unidade. Por mais que apresentasse um caso grave, Stênio melhorou ao longo da semana e foi dispensado pelos médicos.
O QUE É SEPTICEMIA?
Também conhecida como sepse, sépsis e infecção generalizada, é a resposta do organismo a uma infecção. Garcia foi internado apenas três semanas depois de revelar que fez uma harmonização facial. O resultado do procedimento estético chamou a atenção pelo aparente exagero e ficou entre os assuntos mais comentados das redes sociais.
A proximidade entre os eventos levantou dúvidas de uma possível conexão entre a harmonização e o quadro de septicemia. De acordo com o infectologista e membro da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Julival Ribeiro, em entrevista ao Metrópoles, há a possibilidade de conexão, mas ela é baixa.
De acordo com ele, quadros de infecção não são comuns em procedimentos estéticos se comparados com ferimentos ou cirurgias. Ainda assim, há o risco de uma contaminação com origem neles – quando os produtos usados estavam contaminados ou o pós-operatório não tiver sido feito corretamente.
Como o quadro de Stênio Garcia é de manifestações de dores principalmente nas pernas, conforme noticiou sua assessoria, a chance de que os eventos estejam conectados no caso dele parecem baixas. O ator está consciente e respirando normalmente, sem máscara de oxigênio.
O QUE É SEPTICEMIA?
Toda vez que ocorre uma infecção —que pode ser uma simples gripe — o sistema de defesa de seu corpo entra em ação para combater a doença. Você, então, pode ter uma febre, sentir-se cansado. Em alguns dias, porém, se sente melhor e volta à sua rotina.
Entretanto, pode acontecer de essa resposta ser desregulada e, de alguma forma, ela passa a prejudicar o seu organismo. Na tentativa de atacar a infecção, o sistema imunológico faz com que ela saia de um local específico do corpo e se espalhe por ele todo e em última instância cause a falência de órgãos.
Algumas das infecções que podem levar à uma sepse são: Pneumonia, Infecção do Trato Urinário (bexiga, rins), Infecção Intestinal e Infecção de Pele. Qualquer pessoa pode ter sepse, mesmo as mais saudáveis.
Porém, ela é mais comum em recém-nascidos prematuros, idosos, pessoas com doenças crônicas (como diabetes) e pacientes imunodeprimidos (como os em tratamento de câncer ou com insuficiência cardíaca ou renal).
QUAIS OS SINTOMAS DA SEPSE?
Como dito anteriormente, a sepse sempre aparece em decorrência de uma infecção de base. Isso significa que já existe uma doença em curso causada por vírus ou bactéria, com seus sintomas característicos, como mal-estar generalizado e retenção de urina, que logo podem ser notados porque não passam ou parecem se agravar. Todo sintoma que não passa deve ser avaliado por um médico. Como é uma situação de emergência, procure um pronto-socorro imediatamente.
COMO PREVENIR A SEPTICEMIA?
A OMS alerta que a maioria dos casos da síndrome pode ser evitada com cuidados simples, como lavar as mãos com água e sabão, manter a carteira de vacinação em dia e evitar o uso indiscriminado de antibióticos, pois segundo infectologistas, o antibiótico cria uma resistência bacteriana que pode limitar as possibilidades de tratamento.
Fontes: Denise Medeiros, médica intensivista, coordenadora da atenção médica do INI-Fio Cruz (Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas-RJ); Luciano Cesar Pontes Azevedo, presidente do Ilas (Instituto Latino Americano de Sepse) e médico intensivista do Hospital Sírio Libanês (SP); Fabiano Ramos, médico infectologista, chefe do Serviço de Infectologia e de Controle de Infecção do Hospital São Lucas da PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul); Viviane Maria de Carvalho Hessel Dias, médica infectologista, coordenadora do Núcleo de Epidemiologia e Controle de Infecção do Hospital Marcelino Champagnat (Grupo Marista), presidente da Comissão Estadual do Controle de Infecção do Serviço de Saúde do Estado do Paraná.