Ana Hickmann foi vítima de violência doméstica, no último sábado (11), por parte de seu marido, Alexandre Correa, com o qual está casada há mais de 25 anos. Segundo o boletim de ocorrência feito pela apresentadora, o empresário foi denunciado por lesão corporal e violência doméstica. O episódio aconteceu dentro da casa da família, em Itu, no interior de São Paulo. Nas redes sociais, Alexandre disse que a discussão não passou de um “caso isolado”, antes de assumir a agressão.
“De fato, tive um desentendimento com a minha esposa, situação absolutamente isolada, que não gerou maiores consequências. Gostaria de esclarecer também que jamais dei uma cabeçada nela, como inveridicamente está sendo vinculado na imprensa, e que tudo será devidamente esclarecido no momento oportuno. Aproveito a oportunidade para pedir minhas mais sinceras desculpas a toda a minha família pelo ocorrido. São 25 anos de matrimônio, sem que tivesse qualquer ocorrência dessa natureza. Sempre servi a Ana como seu agente, com todo zelo, carinho e respeito, como assim trato as 7 mulheres com quem trabalho no meu escritório”, escreveu ele em suas redes sociais.
Ana Hickmann, por sua vez, apenas agradeceu o apoio que vem recebendo: “Queria agradecer o carinho e apoio de todo mundo. O momento está sendo difícil para mim e para minha família. Ainda não estou pronta para falar a respeito”, disse a apresentadora o programa ‘Hoje em Dia’ da última segunda-feira (13).
A VIOLÊNCIA DOMÉSTICA NÃO DEVE SER TRATADA COMO “CASO ISOLADO”
Nos primeiros seis meses deste ano, 722 mulheres foram vítimas de feminicídio no Brasil, contra 704 no mesmo período do ano passado, de acordo com dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Conforme o especialista em relacionamentos Henri Fesa, não tem como falarmos de violência doméstica sem falar de feminicídio.
“Mesmo diante de alegações como ‘caso isolado’, é importante denunciar, principalmente pelas diversas formas que a violência pode ser identificada: abuso físico, emocional, sexual, econômico e psicológico. Estes ocorrem frequentemente dentro do ambiente considerado mais seguro: o lar”, afirma Henri.
O especialista também fala sobre o apoio emocional que as vítimas precisam. “Não é um momento para perguntas, mas sim de acolhimento, sobretudo porque muitas mulheres ainda não se sentem seguras para fazer a denúncia. A busca por apoio emocional, seja na espiritualidade ou em outros meios, é primordial para seguir a vida. A honestidade na fala da apresentadora em dizer que não está pronta para falar é mais um dos tantos exemplos que ela, mesmo em uma situação bem difícil, nos deu”.
Segundo ele, não existem hierarquias de poder dentro de um casamento. “É importante pontuar que essa ideia que coloca o homem como figura central da família também é machista e contribui para os índices citados. A união matrimonial deve ser respeitosa, com empatia e companheirismo. Quando se tem esse pensamento em mente, não existe a possibilidade de violências do gênero, por isso que “caso isolado”, se for, de fato, o caso, deve ser denunciado”, afirma.