Bárbara Evans fez um desabafo para relatar que está passando pelo o que chama de “crise do segundo filho”, após a chegada dos gêmeos Antônio e Álvaro ao mundo na última segunda-feira (27). A influenciadora digital está se sentindo culpada.
Telma Abrahão, biomédica e especialista em Neurociência e Desenvolvimento infantil, explicou esse fenômeno e concedeu orientações sobre como passar por esse período, em entrevista exclusiva para a IstoÉ Gente.
“A chegada de um irmão na família é sempre bastante desafiador, especialmente para a mãe, porque a demanda é grande no início da vida, pois o bebe precisa ser amamentado e cuidado em período integral. No início, não dorme muito durante a noite, entre outras coisas. Então, a mãe acaba se dedicando muito para esse recém-nascido. E o tempo que ela tem enquanto a criança dorme é para ela descansar, conseguir tirar um cochilo, se recuperar”, disse ela.
A especialista acrescenta que o essencial é entender que o filho mais velho também precisa de carinho e atenção. “A questão é que quando tem o irmão mais velho, esse tempo fica escasso para ele. Isso pode gerar ciúmes e medo de perder o lugar no coração da mamãe e do papai. O irmão mais velho também precisa de atenção, mas muitas vezes acaba sendo negligenciado, não só pela exaustão da mãe, mas às vezes por falta de compreensão de que o mais velho vai precisar de receber atenção, igual ou até mais do que antes”, aponta.
“Então, é importante que a mãe e o pai saibam disso, para que esses adultos cuidadores possam suprir essa necessidade do filho mais velho por brincar, por estar junto, conectado, e fazer com que ele se sinta seguro, de que nada do que aconteça vai tirar o lugar dele dentro da família. E esse é um período de adaptação importante, inclusive para que o mais velho não passe a brigar com o mais novo, porque o sentimento que fica é algo como ‘depois que esse bebê chegou, minha mãe não fala mais comigo, não olha mais para mim’ e, inconscientemente, isso acaba despertando rivalidade entre irmãos”, observa.
COMO EVITAR TRANSTORNOS?
Uma forma para que o filho mais velho não se sinta esquecido é inseri-lo nas atividades. “Sempre que possível, também incluir ele dentro da rotina com o irmão mais novo. ‘Vem aqui, vamos dar banho no bebê, vem ver como ele é pequeno. Você já está grande, não usa mais fralda. Uau, como você está crescendo rápido. Que incrível’. Atenção, pertencimento e segurança. Necessidades emocionais básicas que todo ser humano precisa e principalmente as crianças”, orienta.