Dez anos se passaram desde que Aline Dahlen teve sua passagem pelo ‘BBB‘. Entre “mocinhas e vilãs”, ela viveu a maior rejeição da edição, eliminada com 80% dos votos. A agora tri-campeã de fisiculturismo reflete sobre os erros e acertos e principais mudanças do público e do programa, em entrevista à AnaMaria Digital.
“Não baixei a cabeça para me encaixar na turminha. Não acreditei em quase nenhum personagem que estava naquele BBB. Eu, atriz acusada de atuar, era praticamente a única original e orgânica. Não teve atuação. Mostrei minhas fraquezas e bravuras. A atriz não atuou. O público não estava acostumado a ver uma mulher que não se deixa pisar. ‘Ué? Mas não é a mocinha que deveria ser a estrela?’, se perguntavam. Automaticamente virei a vilã. Fui rejeitada por ser diferente, por falta de identificação. Hoje, dez anos depois, a mulher aprendeu que pode ser forte e também ser mocinha. Mas naquela época, não. A rejeição veio e precisei batalhar muito para mostrar de verdade quem eu era, sem corte ou edição.”
SINCERONA
Sem papas na língua em 2014 e assim seguindo, Aline não teme em discordar do pódio de sua edição. “Dentre as opções que estavam na casa, a vencedora estava ‘ok’, mas o resto, não”. Para ela, os vencedores de realities tornam-se ídolos e por isso, precisam ser relevantes. “Eram apáticos”.
De lá para cá, muita coisa mudou e a atriz aprova a diferença: “Os participantes têm alguma vida pregressa interessante, famosos e anônimos. O público já não cai mais no papo do coitadinho, o mix tá bom”.
Também sobre as diferenças através dos anos, Dahlen destaca a força das redes sociais. “O poder era praticamente exclusivo da TV e algumas poucas revistas. A internet permite que o público opine e interfira no programa”. E ainda dispara sobre a condução do programa: “Hoje o apresentador é isento, não toma partido e nem influencia a audiência. Está bem melhor”.
Apesar das melhorias, ela destaca que mudanças ainda precisam acontecer. “Os mais abastados jogam com equipes dignas de ator de primeiro escalão. Quero ver menos show e mais reality”. Superando os primeiros impactos da era do cancelamento, Aline não se arrepende de ter participado do programa.
“Hoje em dia é considerado bacana dizer que participou do BBB. Não me vanglorio, mas tenho sim orgulho de ter participado. Foi dolorido, mas válido”. E mesmo mostrando a personalidade forte desde o começo, afirma que hoje, engoliria ainda menos sapos.
“Nem um mísero que fosse. Educada, sim. Frouxa e trouxa, não”. Sobre as expectativas para edição de 2024, ela aconselha: “Entreguem tudo! Aí que é bom. Deixem de fora as vítimas e coloquem provas de resistência e gincanas ‘hardcore’!”.