Tradicionalmente, todo início de ano é marcado por uma série de despesas: IPVA, IPTU, férias e outras. No entanto, se você tem filhos, ainda tem as contas da criançada, que podem incluir a rematrícula da escola, o uniforme e a lista de material escolar. Em 2024, os preços desses itens estão, em média, 8,5% mais caros do que no ano passado. Assim, economizar o máximo possível é sempre uma boa pedida.
Mas, ao que se deve esse aumento? Conforme explica a economista Nadja Heiderich, professora da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (FECAP), o aumento é resultado de uma série de fatores, incluindo a inflação, o aumento dos custos de produção e o dólar mais alto.
“A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), no acumulado de 12 meses até novembro de 2023, fechou em 4,68%. Isso significa que, em média, os preços de todos os produtos e serviços subiram 4,68% no período de dezembro de 2022 a novembro de 2023”, explica a especialista.
O custo de produção de artigos escolares, porém, também impacta. Segundo a Associação Brasileira de Fabricantes e Importadores de Artigos Escolares e de Escritório (Abfiae), o aumento desse custo foi de 7,5%. O principal motivo foi que os preços das matérias-primas subiram, além disso, em 2023, o dólar norte-americano se valorizou em relação ao real, o que encareceu os produtos importados, incluindo os artigos escolares.
Entre os itens que mais subiram estão os que têm maior dependência de matérias-primas importadas, como o papel e a tinta. Dessa forma, lideram os aumentos: cadernos, com uma elevação média de 15%, seguido por lápis de cor, com 12%, e borrachas, com 10% de crescimento no preço.
DICAS PARA ECONOMIZAR
Diante dos preços mais altos, a saída é economizar. Nadja recomenda aos pais e responsáveis seguir algumas dicas, como:
- Pesquisar preços em diferentes lojas, inclusive on-line;
- Comprar itens de marcas mais baratas, pois nem sempre as opções mais caras são as melhores;
- Aproveitar as promoções, já que muitas lojas oferecem descontos durante o período de volta às aulas;
- Se possível, reutilizar o material do ano anterior;
- Comprar material escolar usado. Existem várias opções para comprar material escolar usado, como sites de compra e venda online, grupos de troca em redes sociais e bazares de escolas;
- Outra estratégia é comprar em atacado itens usados com frequência, como lápis, borrachas e canetas.
Além disso, muitas dúvidas podem surgir quando os pais e responsáveis se deparam com os pedidos das escolas. No entanto, existem alguns itens que podem ser considerados desproporcionais.
Nadja explica que alguns materiais de uso coletivo, como papel sulfite e cola, podem ser fornecidos pela escola, além disso, as instituições de ensino não devem obrigar os pais a comprarem materiais de marcas específicas. Tais exigências podem ser conversadas com as instituições de ensino e, de maneira cordial e com argumentos bem fundamentados, os pais podem rever a necessidade da compra.
PESOU NO ORÇAMENTO, E AGORA?
Mesmo seguindo as dicas para economizar, muitas vezes o orçamento não permite dar conta das despesas, não é mesmo? Na hora de pagar, a economista alerta que parcelar pode ser uma boa alternativa para quem não tem condições de arcar com o valor total do material escolar à vista. No entanto, é importante fazer as contas para garantir que o valor das parcelas não comprometa o orçamento familiar.