A síndrome do coração partido deixou de ser apenas uma expressão popular e passou a ocupar espaço real nos consultórios e prontos-socorros do país. Cada vez mais diagnosticada, a condição chama atenção especialmente em janeiro, mês marcado pelo Janeiro Branco, movimento que incentiva o cuidado com a saúde mental.
Embora muitas pessoas ainda desconheçam o problema, médicos já observam um aumento significativo de casos relacionados ao estresse emocional intenso.
Também chamada de síndrome de Takotsubo, a síndrome do coração partido provoca sintomas muito semelhantes aos de um infarto. Dor no peito, falta de ar, arritmias e mal-estar surgem de forma súbita e assustam.
No entanto, ao contrário do infarto clássico, o gatilho não está nas artérias obstruídas, mas sim em uma resposta exagerada do organismo a emoções extremas.
Estresse emocional e seus impactos no coração
Segundo a cardiologista Thais Moreno, diretora de saúde da Starbem, o estresse libera uma descarga intensa de hormônios, como adrenalina e cortisol. Como resultado, o músculo cardíaco pode sofrer um espasmo temporário, que compromete seu funcionamento. Dessa forma, o coração reage como se estivesse sob ataque, mesmo sem uma causa coronariana direta.
Além disso, situações como luto, separações, ansiedade intensa, pressão constante no trabalho e esgotamento emocional funcionam como gatilhos frequentes. Em alguns casos, emoções positivas muito intensas, como grandes sustos ou fortes celebrações, também desencadeiam o quadro. Ou seja, não é apenas a tristeza que afeta o coração, mas qualquer emoção vivida no limite.
Mulheres e adultos jovens entram no radar
Tradicionalmente, os médicos associavam a síndrome do coração partido a mulheres acima dos 40 anos. Hoje, no entanto, o perfil mudou. Cada vez mais adultos jovens chegam ao hospital com sintomas típicos de infarto e recebem o diagnóstico relacionado ao estresse crônico. Isso acontece porque, atualmente, muitas pessoas vivem sob pressão constante, sem pausas adequadas para recuperação emocional.
Enquanto isso, mulheres seguem como o grupo mais afetado, possivelmente por fatores hormonais e sociais. Ainda assim, especialistas reforçam que ninguém está imune. Portanto, reconhecer sinais de alerta e respeitar os limites do corpo se tornou essencial.
Diagnóstico rápido faz toda a diferença
Apesar do susto, a boa notícia é que a síndrome do coração partido tem tratamento e, na maioria dos casos, evolução favorável. No entanto, o diagnóstico precoce faz toda a diferença. Por isso, diante de dor súbita no peito, falta de ar ou sensação de aperto, a orientação permanece clara: procurar atendimento de emergência imediatamente.
Muitas vezes, o paciente chega ao hospital acreditando que está infartando. Ainda assim, exames específicos ajudam a diferenciar os quadros e direcionar o tratamento correto. Quanto mais rápido ocorre a identificação, menores são as chances de complicações.
Janeiro Branco
O Janeiro Branco surge como um convite à reflexão. A campanha lembra que cuidar da saúde mental não é luxo, mas necessidade. Como destacam os especialistas, muitas vezes o corpo dá sinais antes mesmo de a mente perceber o esgotamento. Ignorar emoções, portanto, pode gerar consequências físicas reais.
Cuidar da mente significa proteger o coração. Em um cenário de aumento de casos, a síndrome do coração partido reforça que prevenção emocional também salva vidas. Assim, falar sobre sentimentos, buscar apoio psicológico e reduzir níveis de estresse se tornam atitudes tão importantes quanto manter exames em dia.
Resumo: A síndrome do coração partido é uma condição cardíaca real, ligada ao estresse emocional extremo e com sintomas semelhantes aos do infarto. O problema cresce no Brasil, afeta principalmente mulheres, mas também atinge jovens. Janeiro Branco reforça a importância do cuidado com a saúde mental. Reconhecer sinais e buscar ajuda precoce faz toda a diferença.
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