Com a chegada das festas de fim de ano, a rotina das casas muda, aumenta o número de visitantes e surgem novos estímulos para as crianças. Decorações, brinquedos, alimentos diferentes e ambientes mais movimentados tornam esse período especialmente sensível para a ocorrência de acidentes domésticos, sobretudo entre crianças com menos de cinco anos.
Quedas, afogamentos, queimaduras e engasgos estão entre os incidentes mais comuns nessa época. Segundo orientações de especialistas do Sabará Hospital Infantil, a prevenção é a principal estratégia para garantir um período mais seguro e tranquilo para toda a família.
Atenção redobrada na cozinha durante a ceia
O preparo das refeições costuma concentrar grande parte dos riscos. O ideal é manter as crianças afastadas da cozinha enquanto os adultos cozinham, já que o ambiente reúne fontes de calor, líquidos quentes e objetos cortantes.
“É fundamental redobrar a atenção com bebês que estão engatinhando, evitando que se aproximem ou se apoiem no forno, e jamais cozinhe com crianças no colo. Ao preparar as refeições, priorize sempre as bocas traseiras do fogão e mantenha os cabos das panelas virados para dentro, para reduzir o risco de acidentes. Durante as refeições, também é importante ficar atento às toalhas de mesa, pois crianças podem puxar o tecido e derrubar alimentos quentes, causando queimaduras graves”, explica Luiz Philipe Molina Vana, coordenador do Centro de Tratamento à Criança Queimada do Sabará Hospital Infantil.
Alimentos e decoração
O sufocamento está entre os acidentes mais perigosos na infância, especialmente em crianças menores de quatro anos. Durante as festas, alimentos diferentes e objetos decorativos pequenos aumentam esse risco.
“Procure cortar os alimentos como uva, salsicha e cenoura em pedaços pequenos e supervisione a alimentação; evite oferecer grãos como amendoim e milho, fique atento aos objetos de decoração natalina, principalmente os menores, que podem ser ingeridos causando engasgos”, afirma Saramira Cardoso Bohadana, otorrinolaringologista e coordenadora do Programa Aerodigestivo.
Enfeites pequenos, pontiagudos ou frágeis devem ser colocados fora do alcance das crianças. Nas áreas mais baixas, a recomendação é optar por itens maiores e sem peças soltas.
Brinquedos também podem representar riscos
Os brinquedos recebidos no Natal precisam ser adequados à idade da criança. A orientação é verificar se possuem o selo do Inmetro e respeitam a faixa etária indicada pelo fabricante.
“É importante que os pais e responsáveis inspecionem para verificar se há partes soltas ou quebradas com pontas afiadas ou arestas”, orienta Saramira.

Além disso, brinquedos muito pequenos ou com peças destacáveis devem ser evitados para crianças menores, devido ao risco de ingestão ou sufocamento.
Menos telas, mais movimento
Outro ponto de atenção no período de festas é o estímulo às brincadeiras ativas. Dados apresentados pelos especialistas indicam que 78% das crianças de zero a três anos e 94% das de quatro a seis anos são expostas diariamente a telas, o que pode impactar o desenvolvimento e a saúde.
Por isso, a sugestão é priorizar brinquedos que incentivem o movimento, como bicicleta, skate ou patins. Para essas atividades, o uso de equipamentos de proteção, como capacete, cotoveleiras e joelheiras, é indispensável para reduzir o risco de lesões.
Em brincadeiras ao ar livre, como empinar pipas, é fundamental manter distância da rede elétrica e interromper a atividade em caso de chuva ou relâmpagos.
Resumo:
Durante as festas de fim de ano, o risco de acidentes domésticos com crianças aumenta devido a mudanças na rotina, presença de decorações e preparo de refeições. Queimaduras, engasgos e quedas estão entre os incidentes mais comuns. Atenção na cozinha, cuidado com alimentos e brinquedos adequados à idade, além de supervisão constante, são medidas essenciais para um período mais seguro.
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