No ar como Maria Divina em Êta Mundo Melhor!, Castorine segue dedicada à arte e ao papel educador do audiovisual. “A novela tem um papel educativo de mostrar a realidade daquela época, e isso faz a gente refletir sobre o quanto evoluímos e o quanto ainda precisamos evoluir”, reflete.
Na TV desde o Zorra, em 2019, a jovem atriz de 26 anos tem transitado entre humor, musical e projetos para o público adolescente, como o filme Era uma vez minha primeira vez, inspirado no livro de Thalita Rebouças: “As conversas mais marcantes que eu tive com a minha mãe e com o meu pai nasceram de filmes que a gente assistia juntos, ou de algo que eu via e levava pra eles. E, de repente, se não fosse por esses filmes, certos assuntos talvez nunca tivessem surgido”, diz.
Na entrevista, Castorine também reflete sobre a importância da comédia no mundo de hoje: “o trabalho do comediante é levar leveza para vida das pessoas, é curar através do riso. E eu acredito muito nisso”. E, mesmo com a agenda cheia, mantém o foco em suas metas: morar perto da família, desenvolver novos projetos e construir uma rotina possível entre arte, estudo e vida cotidiana.
Maria Divina, de Êta Mundo Melhor!, é uma personagem divertida, intensa e apaixonada. O que mais te atrai nela e quais foram suas referências para criá-la?
O que mais me atrai na Maria Divina é o jeito que ela se joga na vida com leveza. Mesmo quando as coisas não saem como ela quer, ela se adapta, dá um jeito, mas não perde a esperança. Ela acredita no amor, na sorte, em si mesma. A maior referência foi minha mãe. Ela é bem Maria Divina, o mundo dela pode tá um caos, ela reclama 10 segundos qnd você pisca, ela tá sambando arrumando a bagunça.
Você esperava que o público fosse receber o casal Maria Divina e Josias (Anderson Rizzi) com tanto carinho?
Acho que eu e o Anderson construímos uma parceria muito boa e divertida com Maria Divina e Zé dos Porcos. A gente se divertiu muito juntos desde o início, então estávamos torcendo pra que o público também embarcasse nessa relação.
A novela tem um tom de humor muito particular. Como é o clima nos bastidores?
É muito leve! A equipe toda é incrível, generosa, divertida. Realmente é um trabalho muito gostoso de fazer. A gente sente prazer em estar ali
Como se sente ao trabalhar em uma novela de época, lidando com costumes hoje considerados ultrapassados?
Toda a estrutura, os cenários, os figurinos, a arte, fazem a gente mergulhar completamente em outro universo. A novela tem uma equipe maravilhosa cuidando de cada detalhe, e isso ajuda muito na criação. É muito doido, porque a mente realmente viaja no tempo.
Sobre os costumes, é um grande exercício de entender outro jeito de pensar, falar e até de existir. A novela tem um papel educativo também, de mostrar a realidade daquela época dentro da trama, e isso faz a gente refletir sobre o quanto evoluímos e o quanto ainda precisamos evoluir.
O filme Era uma vez, a minha primeira vez, baseado no livro da Thalita Rebouças, fala com um público adolescente, o que é uma grande responsabilidade, principalmente sobre assuntos que permeiam o comportamento, como relacionamentos. Como foi encarar esse desafio e quais foram as suas preocupações durante o projeto?
A Clara é uma personagem muito sensível, que trabalha questões internas sobre si mesma. Eu me preocupei muito com a forma como chegaria até meninas que se enxergam nela. O caminho que escolhi foi o de não julgá-la em nenhum momento, apenas embarcar nas suas dúvidas, nas suas dores e nos seus desejos.
Você sente que esse tipo de história ajuda a abrir diálogo entre pais e filhos?
As conversas mais marcantes que eu tive com a minha mãe e com o meu pai nasceram de filmes que a gente assistia juntos, ou de algo que eu via e levava pra eles depois. E, de repente, se não fosse por esses filmes, certos assuntos talvez nunca tivessem surgido. Foram momentos muito importantes para minha formação. Acho essencial quando uma história consegue abrir esse tipo de diálogo dentro de casa.
Você começou no Zorra e agora volta a explorar o humor em Volte Sempre, no Multishow. O que mais te encanta nesse gênero?
Não se levar tão a sério. Acho que esse é o maior encanto do humor. A maioria das pessoas vivem uma rotina muito corrida, cheia de problemas e preocupações, e às vezes o que nos basta é rir. O trabalho do comediante é levar leveza para vida das pessoas, é curar através do riso. E eu acredito muito nisso
Você faz parte da geração Z, conhecida por ser mais independente, empreendedora e autêntica. Se identifica com essas características? Como você se descreve?
Não sei se isso é exatamente sobre ser geração Z. Até um mês atrás eu achava que era millennial! (risos) Uma amiga que me avisou que 99 já é Z. Mas sim, eu corro atrás do que acredito. Tive minha independência cedo, e ser artista e se manter sozinha depende muito da criatividade, né? (risos) Sempre tive e ainda tenho muita certeza de onde quero chegar. Agora, como e quando… aí eu deixo pro universo.
Como enxerga sua geração e o que acha que ela está trazendo de novo para o mundo das artes e da comunicação?
Por mais que estamos vivendo em um momento ultra tecnológico, guiada por algoritmos, acredito na minha geração por ser também muito corajosa, que respeita suas vontades e impõe limites. No meio dessas vontades, estamos enfrentando esse período onde a moeda de troca é o status digital. Então, acredito que precisamos também consumir arte de artistas que também não estão no jogo algoritmo.
O que faz para desestressar entre um projeto e outro?
Eu amo trabalhar! Deveria pensar em algo pra descansar, mas minha maior diversão é meu ofício até agora.
Sua família é presente na sua vida? Como é sua rotina em casa?
Agora estou morando mais perto dos meus pais, isso ajudou muito a estar mais presente. Estou focada na minha academia e em estudar textos. E me junto com meu maridão pra fazer faxina.
Pensa em ter filhos no futuro?
Quero sim. Mas a maternidade é um ponto de mudança muito forte que não estou pronta para viver agora, tenho outros focos no momento.
Quais sonhos ainda quer realizar?
No meu profissional eu quero muito entrar em cartaz com alguma peça que possa viajar o país apresentando e nas pausas fazer projetos incríveis no audiovisual.
No pessoal quero ter minha casa com minha família: cachorros, gatos, música, dança e celebrações!
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1497, de 28 de novembro de 2025). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.
