A Black Friday de 2025 chega com um cenário diferente do visto nos últimos anos. Com a inflação mais comportada e o consumidor retomando a confiança para comprar, a data promete movimento no varejo, mas nem todo desconto é tão vantajoso quanto parece.
Um levantamento feito pela analista de research Maria Giulia Figueiredo, da Rico Investimentos, analisou a variação de preços dos produtos mais buscados ao longo de 12 meses, até setembro de 2025, e trouxe um retrato fiel daquilo que realmente ficou mais barato (e do que segue inflacionado).
Onde os preços caíram de verdade
As categorias campeãs de queda foram justamente as mais procuradas pelos consumidores.
- Eletrodomésticos e equipamentos: –3,09%
- TV, som e informática: –2,58%
- Cama, mesa e banho: –0,97%
- Utensílios e enfeites: –0,22%
A combinação entre dólar mais baixo, oferta global estabilizada após a pandemia e forte competição nos marketplaces abriu espaço para preços menores. Produtos de entrada, versões anteriores e kits promocionais devem dominar as vitrines das grandes varejistas, especialmente em celulares, TVs e eletroportáteis.
Não é coincidência que varejistas costumem liquidar modelos antigos de smartphones justamente na Black Friday. Com os lançamentos anuais acontecendo em setembro, a data virou o momento ideal para escoar estoques de 2023 e 2024.
Onde a “oferta” pode enganar
Se alguns setores estão em clima de liquidação real, outros ainda apertam o orçamento.
- Joias e bijuterias: +20,06%
- Maquiagem: +6,44%
- Roupas: +4,63%
- Calçados e acessórios: +3,03%
Moda e beleza seguem pressionadas por custos de matéria-prima e estratégias comerciais que priorizam pacotes, cupons e combos – e não cortes agressivos de preço. O risco aqui é cair na sensação de promoção sem que o preço realmente esteja mais baixo do que o restante do ano.
Segundo o estudo, esses segmentos devem aparecer com “descontos” que, muitas vezes, só compensam quando combinados a kits e programas de fidelidade. Em outras palavras: é preciso mais cautela na compra de roupas, perfumes e maquiagens.
Não caia em armadilhas
A educadora financeira Thaisa Durso, da Rico, dá o passo a passo prático para transformar a data e uma aliada do orçamento:
1. Faça uma lista realista
Escolha o que você realmente precisa e evite incluir itens só porque “pode aparecer promoção”.
2. Pesquise antes
Use sites que mostram histórico de preços, como Zoom e Buscapé. Assim, dá para identificar facilmente o que é desconto real e o que é maquiagem de valores.
3. Estabeleça um teto de gastos
Reserve um valor, mantenha-o separado e use apenas isso. Quem quiser ir além pode colocar esse dinheiro em um fundo de liquidez diária – ele rende até o momento da compra.
4. Prefira produtos de qualidade
Às vezes, economizar demais significa pagar duas vezes. Priorize marcas confiáveis e boas políticas de troca.
5. Foque em poucos itens
Concentre seus esforços em um ou dois produtos importantes, em vez de dividir o orçamento em impulsos menores.
6. Pagamento à vista é vantagem
Evita juros e pode render mais descontos.
7. Proteja-se contra golpes
Verifique o cadeado de segurança no site, evite clicar em links recebidos por mensagem e dê preferência a cartões virtuais.
8. Pausa antes de finalizar
Se bateu dúvida, espere alguns minutos. Esse pequeno intervalo evita muitas compras das quais você se arrependerá depois.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (28 de novembro). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.
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