Com o aumento do uso de canetas emagrecedoras, como semaglutida, liraglutida e tirzepatida, plataformas de farmacovigilância e estudos de mundo real observaram um crescimento nos relatos de queda de cabelo, especialmente em mulheres que passam por um emagrecimento rápido. O padrão é o eflúvio telógeno, uma queda difusa que surge cerca de 2 a 3 meses depois de um estresse intenso no organismo.
No universo da beleza, isso explica por que tantas leitoras notam fios mais fracos, sem volume e com menos brilho justamente no momento em que estão mudando o corpo. Para entender como esse processo afeta a aparência e a saúde dos fios, conversamos com duas especialistas em queda capilar.
A tricologista Ana Carina Junqueira explicou que as canetas não são tóxicas ao folículo, mas que a perda rápida de peso e a redução de proteínas e micronutrientes desencadeiam o eflúvio telógeno. Ou seja, queda de cabelo temporária, caracterizada por um aumento acentuado da queda diária de fios, geralmente após um evento de estresse ou alterações hormonais.
Já Natasha Veloso, médica tricologista, reforçou a ideia de que a queda costuma acontecer como efeito indireto da perda de massa (água, proteínas, minerais) e defendeu acompanhamento multidisciplinar desde antes do início do tratamento.
Ambas reforçam que não existe substância nas canetas capaz de causar queda diretamente. O impacto vem da transformação que o corpo sofre durante o emagrecimento acelerado.
Por que as canetas emagrecedoras causam queda de cabelo?
A explicação não está na caneta em si, mas no ritmo de emagrecimento. “As canetas não provocam queda de cabelo de forma direta, elas não são tóxicas para o folículo capilar”, explica Ana Carina. O problema aparece quando o corpo perde peso rápido e entra em estresse metabólico, alterando o ciclo de crescimento dos fios.
Além disso, muitas pessoas passam a ingerir menos proteínas, vitaminas e minerais. “O corpo não diz ‘isso fica’ e ‘isso não fica’. Ele elimina tudo junto: gordura, proteínas, minerais e vitaminas. Se não houver acompanhamento correto, o que vai acontecer é queda capilar”, alerta Natasha.

A soma de fatores faz diferença: idade, genética, hormônios, alimentação e até hábitos como dormir com o cabelo molhado ou prender muito apertado podem intensificar o problema. “Problemas com o cabelo são sempre soma de fatores, nunca têm uma causa única”, reforça a médica.
Mulheres com síndrome dos ovários policísticos, alterações de tireoide, dietas muito restritivas ou histórico familiar de calvície também têm mais chance de notar perda intensa.
O que fazer para reverter e recuperar a beleza dos fios
Na maioria dos casos, a queda é temporária. “O cabelo volta a crescer quando o organismo retoma o equilíbrio, geralmente entre três e seis meses após a estabilização do peso”, afirma Ana Carina.
Para acelerar essa recuperação, as especialistas recomendam:
1. Correção de deficiências nutricionais
Antes de qualquer tratamento, é essencial investigar carências de ferro, vitamina D, B12, zinco e proteínas. “Imagina uma ferritina em 20: com o emagrecimento acelerado, ela pode chegar perto de zero”, diz Natasha.
2. Tratamentos dermatológicos que estimulam o folículo
Eles aceleram o retorno da densidade, trazendo mais volume visual aos fios. O arsenal inclui:
- Microagulhamento
- Fatores de crescimento
- Laser capilar
- Minoxidil (tópico ou injetável)
- Loções estimulantes
3. Ajustes de rotina para deixar o cabelo mais forte
Natasha lembra que os cuidados diários contam muito: “Se eles estão somando fatores para cair, você precisa somar fatores para não cair”, diz. Entre as indicações estão:
- Lavar de manhã e evitar dormir com o cabelo molhado
- Manter o couro cabeludo limpo
- Usar finalizadores nutritivos e reposição proteica
- Seguir um cronograma capilar básico
- Não prender apertado nem usar elásticos que fazem tração
- Pequenas trocas, como optar por camadas suaves no corte, finalizadores com aminoácidos e texturizadores leves, também ajudam a devolver volume e movimento.
Como evitar a queda durante o uso das canetas
Para quem ainda vai iniciar o tratamento emagrecedor, a prevenção começa antes da primeira aplicação. “O ideal seria pedir exames, corrigir deficiências e preparar o organismo antes do início das canetas para que aquilo que já estava ruim não fique pior”, orienta Natasha.
Acompanhamento com nutricionista, médico responsável pelo emagrecimento e, quando possível, um tricologista evita que a queda avance. Uma dieta rica em proteínas, vitaminas e minerais também é determinante.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (21 de novembro). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.
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