O início da segunda semana de dezembro traz uma mudança brusca no clima: uma frente fria avança com força incomum e, junto dela, um ciclone extratropical se organiza entre o Paraguai, o nordeste da Argentina e o Sul do Brasil. Embora o mês costume marcar dias abafados, este sistema quebrará esse padrão e aumentará o risco de temporais, ventania e chuva volumosa.
A combinação entre a frente fria e o ciclone cria áreas de instabilidade capazes de espalhar nuvens carregadas rapidamente, algo que exige atenção redobrada. De acordo com a Climatempo, os efeitos desse sistema serão sentidos até 11 de dezembro, com maior impacto no Sul e reflexos importantes no Sudeste e no Centro-Oeste.
Como o ciclone extratropical se forma e se desloca
A formação do ciclone extratropical começa na tarde do dia 8, quando uma área de baixa pressão se intensifica na tríplice fronteira. Durante a madrugada do dia 9, esse centro de baixa pressão se organiza completamente e avança para o oeste do Rio Grande do Sul. Ao longo da terça-feira, o sistema cruza o estado de oeste para leste e chega à região da Grande Porto Alegre no fim do dia.
Porém, a trajetória não para aí. Na madrugada do dia 10, o ciclone alcança o mar e começa a se mover lentamente para alto-mar. Conforme avança, ele puxa ar quente e úmido do continente e, dessa forma, fortalece ainda mais as instabilidades. Finalmente, no dia 11, o sistema se afasta do continente, mas ainda provoca ventos fortes no litoral sul.
Por que esta frente fria em dezembro chama tanta atenção
A pressão atmosférica do centro desse ciclone extratropical deve ficar abaixo de 1000 hPa — um valor que meteorologistas classificam como perigoso. Pressões tão baixas favorecem nuvens do tipo cumulonimbus, conhecidas por gerar tempestades, granizo e rajadas violentas. Além disso, o contraste de pressão ao redor do ciclone intensifica a circulação do ar e acelera o vento.
Assim, rajadas entre 90 e 120 km/h podem atingir áreas altas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina, especialmente entre os dias 10 e 11. Em situações como essa, fenômenos raros — como microexplosões e tornados — também podem ocorrer, embora sejam mais difíceis de prever.
Estados que sentirão os efeitos do ciclone extratropical
Entre 8 e 11 de dezembro, os três estados do Sul enfrentam chuva forte e riscos de temporais. A Grande Porto Alegre deve registrar ventania mais intensa entre os dias 9 e 10. A região de Florianópolis tende a viver dois dias instáveis, enquanto Curitiba encara ventos mais fortes especialmente na quarta-feira, 10.
No Sudeste, o avanço da frente fria em dezembro impacta São Paulo, Sul e Sudoeste de Minas Gerais, centro-sul do Rio de Janeiro e áreas serranas fluminenses. Embora o ciclone não entre nessas regiões, o vento se intensifica e aumenta o risco de tempestades — sobretudo no dia 10.
Já no Centro-Oeste, Mato Grosso do Sul é o estado mais exposto. As rajadas começam ainda no dia 8, mas atingem seu ápice no dia 9, quando o ciclone extratropical está mais próximo da fronteira sul.
Resumo: A combinação entre ciclone extratropical e frente fria em dezembro muda o clima no Sul e influencia outras regiões. O sistema deve causar chuva forte, ventania e risco de tempestades severas entre 8 e 11 de dezembro. As áreas mais afetadas serão o Sul do país, mas parte do Sudeste e do Centro-Oeste também sentirá reflexos significativos.
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