O sorteio dos grupos da Copa do Mundo 2026 na última sexta-feira (5) trouxe de volta um velho ritual brasileiro: reorganizar a agenda para acompanhar a seleção. Embora a estreia contra o Marrocos aconteça em um sábado, as partidas seguintes — contra Haiti e Escócia — caem em dias úteis, o que naturalmente gera dúvidas sobre como conciliar futebol, compromissos pessoais e, claro, trabalho.
Além disso, o torneio acontecerá nos Estados Unidos, Canadá e México entre 11 de junho e 19 de julho. Por causa do fuso horário e da fase de grupos, muitas partidas ocorrerão em horários de expediente, o que repete uma dúvida que surge a cada edição da Copa: existe obrigação de liberação? A empresa pode exigir compensação? Há risco de punição?
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Essas perguntas ganham força justamente porque, apesar de toda comoção nacional, a legislação trabalhista não muda durante a Copa, exigindo organização e diálogo prévio entre empresas e funcionários.
Direitos trabalhistas: o que é mito e o que é verdade na Copa do Mundo 2026
Antes de tudo, vale reforçar um ponto essencial: jogo da seleção não é feriado. A legislação não cria nenhuma exceção durante a Copa do Mundo 2026, portanto a jornada regular continua valendo, independentemente da fase do torneio.
Apesar disso, muitas empresas adotam práticas mais flexíveis. Em vários setores, gestores liberam a equipe por algumas horas ou permitem que todos assistam às partidas no ambiente de trabalho. Contudo, essa liberação não é obrigatória e depende exclusivamente da política interna de cada organização.
Quando há liberação sem desconto, a folga é considerada remunerada. Já quando a empresa decide liberar, mas solicita reposição posterior, a compensação deve seguir critérios claros — especialmente o limite legal de duas horas extras por dia. Advogados trabalhistas reforçam que essa compensação precisa ser acordada previamente para evitar conflitos.
Para quem trabalha em escala, saúde, segurança ou transporte, o cenário é ainda mais rígido. Empresas que operam de forma ininterrupta dificilmente conseguem parar totalmente o atendimento, o que exige acordos individuais e planejamento antecipado.
Outro ponto importante: assistir ao jogo sem autorização, mesmo dentro do trabalho, pode ser interpretado como indisciplina. Nesses casos, a empresa tem respaldo legal para advertir ou suspender, especialmente em casos de reincidência.
Como se organizar para os jogos do Brasil e evitar problemas com a empresa
Embora o sorteio dos grupos da Copa do Mundo 2026 deixe muita gente ansiosa para acompanhar a seleção, o melhor caminho continua sendo o diálogo. Conversar com antecedência, entender a política da empresa e alinhar expectativas evita descontos, punições e mal-entendidos.
Além disso, documentar acordos — mesmo os mais simples, como uma compensação rápida — traz segurança para os dois lados. Para muitas empresas, organizar a rotina durante a Copa se torna uma forma de fortalecer o clima interno e até melhorar o engajamento da equipe.
No fim das contas, a liberação para assistir aos jogos do Brasil depende exclusivamente da decisão da empresa, já que a legislação não prevê nenhuma imposição específica para dias de jogo.
Resumo: A fase de grupos da Copa do Mundo 2026 reacende dúvidas sobre liberação no trabalho e compensações. Como os jogos do Brasil caem em dias úteis, empresas e funcionários precisam alinhar acordos para evitar conflitos. A legislação não prevê feriado e deixa a liberação a critério da empresa. Com diálogo antecipado e regras claras, é possível curtir a seleção sem riscos trabalhistas.
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