O final do ano chega e, com ele, uma mistura de emoções. Para muitas pessoas, dezembro traz motivação e alegria ao olhar para conquistas e traçar novos objetivos. No entanto, nem todos sentem essa euforia. Existe quem viva um período de ansiedade, melancolia e tristeza — fenômeno conhecido como dezembrite.
Segundo a psicanalista e neuropsicóloga Andrea Ladislau, a dezembrite é caracterizada por um aumento do estresse e da ansiedade no fim do ano. “Apesar de a mudança de calendário representar alegria para muitos, para outras pessoas ela intensifica sentimentos negativos, como melancolia, cansaço e insegurança”, explica.
O que é a dezembrite e por que ela acontece
A dezembrite é conhecida popularmente como a “síndrome de fim de ano”. Ela se manifesta devido à sobrecarga emocional que dezembro impõe: trabalhos acumulados, confraternizações, compras de Natal, metas a cumprir e a ansiedade pelo que está por vir. “O gatilho mais comum é a frustração do balanço pessoal. Ao revisar tudo que realizou ou deixou de realizar, muitas pessoas aumentam a auto cobrança, sentem decepções e se exaurem emocionalmente”, esclarece Andrea.
Além disso, a sociedade contemporânea reforça a ideia de felicidade obrigatória nesse período, gerando expectativas irreais e camuflando sentimentos genuínos. Essa pressão contribui para a dezembrite, tornando a vivência do fim de ano mais pesada para quem já apresenta alguma vulnerabilidade emocional.
Principais sentimentos da dezembrite
A especialista explica que os sentimentos mais comuns durante a dezembrite incluem:
- Tristeza profunda
- Ansiedade e insegurança
- Cansaço e exaustão mental
- Frustração e amargura
- Necessidade de isolamento
- Irritabilidade e estresse elevado
“É como se tudo estivesse acabando de uma vez. Mas a recomendação é se permitir desacelerar, fazer apenas o necessário e praticar o autocuidado”, destaca Andrea.

Dicas práticas para enfrentar a dezembrite
A psicanalista sugere estratégias simples que ajudam a reduzir o impacto emocional desse período:
- Dar menos importância a falas inconvenientes em reuniões familiares.
- Não fingir felicidade só para agradar os outros.
- Ter coragem de dizer não, quando necessário.
- Reduzir a auto cobrança se não conseguir estar presente em todos os compromissos.
- Manter a rotina de terapia, mesmo que em frequência reduzida.
- Preservar hábitos de alimentação, sono e exercícios para manter equilíbrio físico e mental.
Segundo Andrea, a dezembrite só se instala se houver terreno fértil. Leveza e calmaria devem fazer parte dos últimos dias do ano para que a construção da nova jornada seja consciente e saudável.
Encerrar o ano com tranquilidade não significa ignorar os desafios ou esconder emoções, mas sim aprender a respeitar seus próprios limites. Com empatia consigo mesmo e pequenas práticas de autocuidado, é possível vivenciar dezembro de forma mais leve e preparar o terreno para um novo ciclo de realizações.
Resumo: A dezembrite é um fenômeno que aumenta a ansiedade, melancolia e estresse no fim do ano. Com autocuidado, reflexão e limites saudáveis, é possível encerrar Dezembro de forma equilibrada e iniciar o novo ciclo com mais leveza.
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