A busca por mais disposição, concentração e longevidade tem levado muita gente a um conceito que, embora pareça futurista, começa com passos simples: o biohacking. Nas últimas semanas, o termo ganhou força nos buscadores e nas redes sociais, impulsionado por quem deseja melhorar a saúde sem depender exclusivamente de medicamentos ou intervenções invasivas.
Na prática, o biohacking propõe experimentar estratégias que otimizem o funcionamento do organismo com base em evidências científicas. São métodos que envolvem alimentação, sono, exposição à luz, gestão do estresse e outros ajustes cotidianos que “reprogramam” reações do corpo.
Renato Lobo (CRM 181069-SP), médico formado pela USP e pós-graduado em Nutrologia pela ABRAN e em Medicina Esportiva, resume a lógica do biohacking com uma metáfora que vem do universo gamer. “Biohacking nada mais é do que buscar a otimização da performance. É como se você pegasse o seu personagem em um videogame e usasse um código para ter mais status, força, inteligência e energia”, afirma.
O especialista explica que mudanças aparentemente simples têm impacto direto no rendimento físico e mental. “Se eu otimizar meu sono, renderei mais no trabalho. Se eu me alimentar de forma inteligente, isso refletirá na minha cognição e na disposição para o treino. São formas de burlar limitações e o envelhecimento natural para otimizar a performance do corpo.”
A seguir, ele detalha oito técnicas acessíveis para quem quer iniciar esse processo.
1. Dieta de eliminação
Consiste em retirar temporariamente alimentos que costumam causar reações — como glúten, laticínios, soja ou amendoim — e reintroduzi-los de forma gradual. Assim, é possível identificar se algum deles desencadeia cansaço, alterações digestivas ou irritações na pele, facilitando a montagem de um cardápio mais adequado.
2. Uso estratégico da cafeína
A cafeína pode ser uma aliada quando utilizada com consciência. Pequenas doses elevam o estado de alerta e melhoram a concentração. Estudos mostram que até duas xícaras de café por dia estão associadas à proteção cardíaca.
3. Sono como prioridade
Dormir entre sete e nove horas por noite é fundamental para regular açúcares no sangue, reparar tecidos e manter o raciocínio afiado. Para o médico, o sono é um dos pilares do biohacking, já que influencia diretamente a produtividade e a longevidade.
4. Redução de açúcares adicionados
Evitar refrigerantes, doces e produtos ultraprocessados estabiliza os níveis glicêmicos e reduz inflamação sistêmica — dois fatores cruciais para prevenir diabetes e melhorar o nível de energia ao longo do dia.
5. Gorduras boas no cardápio
A inclusão de azeite, abacate, nozes e castanhas favorece o foco mental e o equilíbrio energético. Quando inseridas em uma dieta balanceada, essas gorduras ainda podem auxiliar na perda de peso.
6. Meditação diária
Mesmo poucos minutos de prática são suficientes para diminuir o estresse, acalmar o sistema nervoso e melhorar a clareza mental. Para Lobo, funciona como uma espécie de “reinicialização” emocional ao longo do dia.
7. Ficar menos tempo sentado
Levantar-se com frequência, fazer pequenas caminhadas ou trabalhar em pé em determinados momentos melhora a circulação, reduz o sedentarismo e ajuda na prevenção de doenças cardíacas.
8. Contato dos pés com o chão
Caminhar descalço na grama, areia ou terra ativa receptores importantes da postura e pode gerar sensação de relaxamento imediato, aliviando tensões físicas e emocionais.


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