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Como entender o vocabulário adolescente?

Priscila Correia Por Priscila Correia
22/11/2025
Em Coluna Aventuras Maternas
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Entre uma conversa e outra, as gírias e tantas outras expressões que saem da boca dos nossos filhos podem, muitas vezes, soar como um idioma paralelo, despertando certo estranhamento entre os adultos. Embora muitas vezes pareça algo indecifrável, a verdade é que cada geração cria seu próprio vocabulário, moldado por referências culturais, modos de interação que evoluem com o tempo e, de alguns anos pra cá, tecnologia. Ou seja, o fenômeno não é novo, já que reinventar a forma de falar é um ritual de passagem que se repete ciclicamente.

Michele Silveira, que é psicóloga, logoterapeuta e especialista em Transtorno de Ansiedade., explica que durante a adolescência, o indivíduo atravessa um processo intenso de construção identitária e, nesse contexto, o uso de gírias e expressões próprias do grupo funciona como uma forma simbólica de diferenciar-se dos adultos e afirmar a própria voz. “Criar ou adotar novas formas de comunicação permite que o jovem experimente autonomia, autenticidade e pertença, expressando a fase de transição entre dependência familiar e independência social. Essa linguagem compartilhada torna-se, portanto, um código de reconhecimento entre pares, uma maneira de dizer ‘eu faço parte’”, diz.

Mas enquanto os jovens usam essas palavras com naturalidade, muitos pais se veem perdidos, tentando decifrar o que significa aquele “crush”, “cringe” ou “shippar” que aparece em meio à conversa. Isso sem contar com as palavras abreviadas, quando o diálogo é por whatsapp ou redes sociais.  A sensação de não acompanhar o ritmo pode gerar estranhamento e até pequenos conflitos dentro de casa. Além disso, a cada palavra desconhecida, surge para alguns também a sensação de afastamento, como se, ao não decifrar os “códigos” usados pelo filhos adolescente, algo na comunicação familiar se perdesse.

Essa semana, vamos falar um pouco mais sobre como esses “dialetos” são importantes para o desenvolvimento social dos nossos filhos e como podemos acompanhar essa rotina que parece tão desafiadora às vezes.

Dialeto que socializa

A cada nova geração, a criação de gírias e expressões próprias surge como um código compartilhado que fortalece laços e facilita a socialização entre adolescentes, funcionando não apenas como uma forma de comunicação ágil e divertida, mas também como um marcador de identidade coletiva, capaz de aproximar jovens, diferenciar grupos e refletir as transformações culturais de seu tempo. Portanto, essas expressões cumprem um papel social fundamental entre os jovens: usar a gíria “da vez” funciona como uma senha de pertencimento, criando um elo imediato entre adolescentes que compartilham referências e experiências. No fundo, mais do que um jeito diferente de falar, essas invenções linguísticas são ferramentas de conexão.

Edson D’Addio da Silva, que é pedagogo e diretor pedagógico do Ensino Fundamental – Anos Finais na Escola Lourenço Castanho, comenta que a gíria, como identidade de certo grupo, nasce espontaneamente dentro de um diálogo com a realidade do momento em que se vive. “Do período em que você está vivendo, do que é significativo para cada período, para cada fase. E, normalmente, as que mais pegam, as que mais são usadas, são aquelas que combinam alguns pontos. Então, por exemplo, a gíria precisa ser simples, precisa ser foneticamente fácil de usar”. E continua:  “Hoje em dia, também pela escrita nas redes sociais, ela precisa ser fácil de escrever. Quando se aplica a vários contextos, também ganha outro peso. E ela atinge mais intensamente quando traduz uma ideia daquele grupo de forma mais contundente; assim, acaba pegando mais. As que morrem são aquelas que não cumprem esses fatores, quando atingem um grupo muito restrito, menor; quando são muito ligadas a um fato que aconteceu e teve uma repercussão momentânea, perdendo o significado com rapidez”.

Para Michele, o uso dessas linguagens pode ser entendido como uma forma de afirmação de identidade ou de pertencimento social, já que as gírias e expressões próprias do grupo cumprem uma função psicossocial de afirmação de identidade e pertencimento. “Elas são uma maneira de o adolescente se situar dentro de um grupo de referência, reforçando laços e marcando fronteiras simbólicas com outras gerações ou grupos sociais. Ao dominar esse vocabulário, o jovem se reconhece e é reconhecido, experimentando segurança em meio às incertezas próprias da adolescência, uma fase em que o ‘pertencer’ é tão importante quanto o ‘ser’”, avalia.

Como pais, sabemos que gírias e expressões próprias de cada geração são um fenômeno comum (inclusive, nós mesmos certamente nos comunicávamos com nossos pares, quando jovens, com gírias próprias na nossa época). Entretando, na prática, nos perguntamos como agir quando não entendemos tais palavras expressões, se isso pode aumentar a distância entre gerações. “O desconhecimento dessas expressões pode gerar estranhamento ou reforçar a percepção de que “os adultos não compreendem os jovens”. Contudo, essa distância não é apenas linguística, mas simbólica: trata-se de um desencontro entre modos de ver, sentir e interpretar o mundo. Por outro lado, quando o adulto se dispõe a escutar com curiosidade, sem invadir o território juvenil, o diálogo se restabelece, e o que era barreira transforma-se em ponte”, pontua Michele. Ela diz, ainda, que, mais importante do que usar as gírias, é compreendê-las em seu significado simbólico. “Quando os pais tentam se apropriar da linguagem juvenil apenas para “falar igual”, podem ser percebidos como invasivos ou artificiais. O ideal é que demonstrem interesse genuíno em entender o que essas expressões representam, o contexto emocional e cultural em que surgem. Essa atitude favorece o diálogo e o respeito mútuo, mantendo a individualidade e o espaço simbólico de cada geração”, conclui.

A importância das gírias

A criação de gírias desempenha um papel essencial na evolução da língua, pois funciona como um laboratório vivo onde grupos sociais experimentam novas formas de expressão, expandem significados e adaptam o idioma às mudanças culturais, tecnológicas e emocionais do cotidiano.

Ao surgirem e se disseminarem, a gírias renovam o vocabulário, aproximam gerações e comunidades e mostram que a língua, longe de ser estática, é um organismo dinâmico moldado pela criatividade coletiva. Mas como gírias e expressões adolescentes contribuem para a evolução da língua? Vivian Rio Stella, que é Doutora em Linguística pela Unicamp, explica que todas as inovações no uso da língua contribuem, dado que a língua é viva e constantemente atualizada pelos falantes nos seus usos diários. “As gírias e expressões adolescentes são uma forma de distinção e expressão de suas identidades e geram curiosidade e estranhamento de quem não pertence a esses grupos. Só é importante pontuar que a língua tem muitas variações, algumas delas permanecem e geram mudança de fato, outras tantas são as experimentações que vivem e tem sentido por um tempo depois passam a não fazer mais parte dos usos dos grupos”, esclarece. “Essas expressões surgem como forma de marcar identidades e se distinguir de outros grupos. Passam a ser usadas por grupos, que chamamos de comunidades de práticas. E passam a circular em diferentes comunidades. Algumas pegam por traduzir um comportamento, uma ideia, um espírito do tempo, outras fazem sentido muito localmente ou traduzem um comportamento que deixa de fazer sentido e passam a não ser mais usadas”, complementa.

Mas se antes encontrávamos gírias que eram próprias de cada geração e que eram usadas por jovens por longos períodos, agora, com a velocidade das redes sociais, elas podem cair em “desuso” mais rapidamente. “Como todas as ondas e modismos da internet. As novidades atingem um alcance muito maior, viram tema de conteúdos e conversas e amplificam seu uso. Mas também podem atingir um pico rápido e se desgastar, como vimos com expressões como cringe”, lembra Vivan. Para Edson D’Addio da Silva, que é Pedagogo e diretor pedagógico do Ensino Fundamental – Anos Finais na Escola Lourenço Castanho, como as redes sociais são criadas para serem rápidas, elas facilitam a comunicação e a velocidade com que surgem e morrem gírias também. “Do mesmo jeito que a gente tinha, uns anos atrás, antes dessa profusão de redes sociais, um tempo maior entre o surgimento e o “desaparecimento” de uma gíria, hoje, com a rapidez e a intensidade da comunicação, principalmente a escrita, esse processo se acelera. É natural. Pensando nas redes, elas são criadas para serem utilizadas em alta escala de consumo num curto espaço de tempo. Então, sim, quando você aumenta isso, você também aumenta a fluidez do nascimento de novas gírias e, ao mesmo tempo, a queda do uso delas. É o que acontece com tudo: uma notícia, por exemplo, perdura muito menos tempo do que antes das redes sociais. Aquilo cresce rapidamente, mas também “morre” rapidamente. Esse é um fenômeno que não é apenas observado empiricamente; há pesquisas que mostram isso. As pessoas nas redes sociais são mais intensas e mais rápidas. Assim, as notícias e as questões colocadas ali têm uma ascensão e queda muito rápida, e isso não é diferente com as gírias”, diz.

Entretanto, se por um lado o uso de gírias é absolutamente “normal”, Edson faz um alerta importante: os vícios de linguagem. Ele lembra, inclusive, de uma gíria bastante comum, inclusive, entre nós, adultos: a palavra “tipo”. “A juventude usa muito, os adolescentes usam demais essa palavra, e os adultos também a utilizam com grande frequência. Mas aí precisamos ficar atentos, porque ela entra para completar outras palavras, ou seja, para substituir vocabulário que eu poderia estar usando ali e não estou. Quando eu não sei exatamente o que usar, ou quando preciso de uma pausa para pensar um pouco, começo a introduzir essa palavra dentro da minha fala, e ela começa a virar um vício de linguagem ao qual precisamos estar atentos”.

Além disso, é impossível falar sobre linguagem sem pensar em tecnologias como o chatgpt, que tem sido motivo de bastante discussão. “Escrever é um ato de coragem, requer tempo, dedicação. As tecnologias de inteligência artificial generativa criam atalhos para produzir textos. Então, vemos essa pasteurização de conteúdos, padrões mais simples até porque as pessoas estão mais desatentas, sendo distraídas o tempo todo com notificações e a sedução de ficar horas e horas na internet consumindo conteúdos curtos. Essa é a mistura mais problemática e que vai refletir em inovações e características da comunicação dos tempos de hoje”, avalia Vivian. Para Edson, o uso da IA já faz parte da vida de todo mundo e não pode ser negado, mas precisa ser usado de forma consciente. “As crianças usam e vão usar cada vez mais. Mas precisamos ensiná-las a olhar esse texto e trazê-lo para a sua individualidade, para a sua marca, para o que faz sentido para elas, para as referências pessoais que têm”, conclui.

Direto ao Ponto

A seguir, Michele Silveira, Vivian Rio Stella e Edson D’Addio da Silva falam um pouco mais sobre as mudanças que a língua passa ao longo do tempo

Aventuras Maternas – Existe um padrão cíclico em que cada geração cria seu próprio “dialeto juvenil”?

Vivian Rio Stella – Olhando vídeos dos anos 90, há palavras que simbolizavam a juventude que hoje não são mais usadas. E não é só nas palavras, mas na roupa, nos gestos, até na entonação. Com as transformações a plena velocidade, esses ciclos de expressões que marcam grupos de jovens são cada vez mais curtos. De todo modo, há muitos dialetos juvenis, que representam recorte social, geográfico, etário. Uma pré-adolescente que mora em grandes centros urbanos provavelmente não usa exatamente os mesmos termos que uma adolescente que vive em bairros periféricos de cidades menores.

Aventuras Maternas – Qual papel a internet e as redes sociais têm na formação desse vocabulário adolescente?

Michele Silveira – As redes sociais funcionam hoje como grandes catalisadoras culturais, acelerando a criação, disseminação e transformação das linguagens juvenis. Plataformas como TikTok, Instagram e X (antigo Twitter) tornam-se espaços de experimentação simbólica e coletiva, onde palavras, memes e expressões ganham força e se popularizam rapidamente. A internet amplia o alcance das gírias, tornando-as virais, mas também efêmeras, refletindo a fluidez da cultura digital e a velocidade com que os adolescentes constroem e reconfiguram suas formas de expressão.

Aventuras Maternas – Hoje, com a digitação, muitas palavras, e consequentemente essas expressões, são escritas de forma errada. Isso é próprio da “invenção” dessas expressões ou é um fenômeno causado pelo empobrecimento de vocabulário que veio junto com a internet? Fale sobre isso.

Edson D’Addio da Silva – A questão de empobrecimento de vocabulário vem daí, não vem dessa questão de abreviar palavras; não está ligada tão diretamente a isso. Ela está muito mais ligada à falta de leitura – leitura de outros textos, de conversas mais formais, de conversas que exijam reflexão, de estar exposto a outras experiências e vivências. Isso, sim, vai empobrecendo o vocabulário, porque, realmente, quando a gente não sabe a palavra que quer usar, acaba inventando uma gíria ou recorrendo a outro recurso. Mas não é uma relação tão direta com a abreviação na hora de escrever, porque toda criança sabe que “vc” é “você”, mas, ao escrever um texto, ela vai escrever a palavra inteira, não vai escrever “vc”. Então, a escola, a família e todos os espaços de educação formal precisam estar atentos a isso, sim, e não começar a aceitar esse tipo de abreviação, que pode se tornar maior ou ser apenas uma abreviação de grupo. Isso é bem importante. Veja, a forma rápida de escrita é deliberada, é uma escolha; ela é criada para tornar a comunicação mais rápida. E ela é feita com um objetivo específico: acelerar a escrita, porque aquele meio exige rapidez e fluência. Normalmente, há também uma questão humorística envolvida, de praticidade. Então, não há esse empobrecimento, desde que você tenha clareza de qual tipo de linguagem é mais adequado para cada meio de comunicação e qual é o objetivo, qual é o fim ao usar aquilo. O que não pode acontecer é a pessoa não conseguir recorrer às formas cultas, à norma culta, para se expressar. É muito importante todos nós estarmos atentos para manter a norma culta, porque é ela que garante a compreensão coletiva de um texto e de uma ideia. Quando você se expressa na norma culta, você consegue atingir todo mundo. E quando você recorre a muitas gírias e formas abreviadas de escrita que pertencem a grupos menores, que não são coletivas, isso impede a compreensão da ideia que você quer transmitir, seja pela escrita, seja pela linguagem oral. Então, não vejo problema nesse empobrecimento desde que, claro, a pessoa continue tendo conhecimento e seja exposta, seja ensinada à norma culta, para que ela possa escolher, e isso também é importante, qual é a melhor forma de comunicação ou qual é o melhor tipo de escrita para cada objetivo e para cada meio em que está.

Tags: adolescênciaAdolescenteslinguagem
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Priscila Correia

Priscila Correia (@aventurasmaternas) é jornalista, casada e mãe de 2 meninos, Theo e Benjamin. Autora de livros infantis, adora viajar e escrever sobre educação e saúde. Tem diagnóstico de Superdotação, assim como seus dois filhos, e gosta de falar sobre o assunto. É colunista da AnaMaria Digital, onde compartilha matérias sobre maternidade, infância e adolescência.

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