A manhã desta terça-feira (18) começou com um susto para quem depende da internet — ou seja, quase todas nós. Uma ampla falha na Cloudflare, empresa responsável por acelerar e proteger milhões de sites no mundo inteiro, tirou do ar diversos portais, e até serviços como o ChatGPT e o X (antigo Twitter). Segundo o Downdetector, a instabilidade começou por volta das 8h50 e se espalhou rapidamente, já que a empresa funciona como uma espécie de “porteira” do tráfego global.
De acordo com Eduardo Freire, estrategista de inovação e CEO da FWK Innovation Design, o problema não surpreende mais. Isso porque a internet se tornou extremamente concentrada: quando um grande provedor apresenta qualquer erro, o impacto ocorre em cascata. “Uma simples degradação interna pode gerar erros 500, travar APIs e deixar plataformas inteiras indisponíveis”, explica ele.
Por que a internet “cai” tanto? Especialistas explicam o papel da Cloudflare
Embora pareça que a web está falhando mais do que nunca, o advogado e especialista em Direito Digital pel USP Lucas Ruiz Balconi afirma que o cenário é ainda mais profundo. Hoje, uma parcela gigantesca do tráfego digital passa por poucas empresas — entre elas, a própria Cloudflare. Não à toa, quando ocorre uma falha na Cloudflare, partes inteiras da internet ficam inacessíveis.
Segundo Balconi, três fatores contribuem para essa instabilidade: atualizações complexas, ataques DDoS cada vez mais sofisticados e falhas no protocolo de roteamento da rede. Em conjunto, esses elementos formam um ambiente mais vulnerável, no qual qualquer erro pode se espalhar rapidamente.
Eduardo reforça que não falamos mais de “falhas isoladas”, e sim de riscos estruturais. A internet moderna opera como uma monocultura: se um elo central falha, todo o restante sofre.

Como reduzir danos e dependência? Alternativas ao risco da falha na Cloudflare
Apesar desse cenário desafiador, empresas podem — e devem — buscar alternativas. Freire destaca que estratégias como Multi-CDN e DNS autoritativo de outro provedor ajudam a distribuir riscos. Além disso, ele recomenda desenhar produtos preparados para operar em “modo degradado”. Assim, mesmo diante de uma falha, serviços essenciais continuam funcionando de forma limitada, mas ainda acessível.
Balconi concorda, mas alerta que essas medidas exigem investimento e maturidade técnica. “Atualizações não podem ser globais e instantâneas”, explica. Ele defende processos de mudança mais seguros, com mecanismos de reversão automática quase imediatos, o que evitaria apagões prolongados. Empresas que tratam a internet como algo infalível acabam expostas quando um grande fornecedor falha.
O impacto para o usuário e o alerta deixado pelo apagão do ChatGPT
Para quem depende de serviços como o ChatGPT, o apagão serve de lembrete importante: mesmo gigantes da tecnologia enfrentam limitações. Além disso, episódios como esse reforçam a necessidade de comunicação transparente. Segundo Freire, manter páginas de status independentes e praticar “game days” — simulações de falhas — ajuda empresas a responder melhor em situações de crise.
Em outras palavras, embora a internet pareça invisível no dia a dia, sua infraestrutura exige cuidado constante. E, como vimos na falha na Cloudflare desta terça-feira, qualquer deslize pode afetar desde grandes portais até ferramentas que usamos para trabalhar e nos comunicar.
Resumo: A falha global na Cloudflare derrubou sites e serviços como o ChatGPT nesta terça-feira. Especialistas explicam como a concentração da infraestrutura global aumenta riscos e por que esses apagões se tornam tão frequentes. Há estratégias para reduzir danos, mas exigem preparo técnico e investimento.
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