A introdução de frutas na alimentação dos pequenos é uma batalha na maioria dos lares. Segundo a Pesquisa Nacional de Alimentação do IBGE (2021), o consumo de frutas entre crianças brasileiras está abaixo do recomendado. O resultado é um misto de rejeição inicial e a dificuldade dos pais em manter a constância de alimentos frescos no dia a dia. Any Freire, nutricionista infantil, explica que a aceitação não é uma mágica, mas um processo que depende da exposição repetida.
1. O poder do exemplo e da repetição na mesa
Não desista na primeira recusa. De acordo com a nutricionista, a criança pode precisar de até 15 exposições ao mesmo alimento antes de aceitá-lo. “A criança aprende pelo contato e pela observação. Muitas vezes, aquilo que ela recusa em um momento pode se tornar parte da rotina alimentar depois de algumas exposições”, afirma Any.
Para facilitar essa fase e criar um ambiente leve, é essencial:
- Comer junto com a criança: Ver o adulto consumindo o alimento cria uma referência positiva e um estímulo visual poderoso.
- Criar um ambiente leve: Evitar insistir, brigar ou transformar a refeição em um momento de negociação.
- Envolvimento na cozinha: Peça ajuda para lavar, descascar ou misturar as frutas (sob supervisão, claro). O contato com o alimento antes do consumo aumenta o interesse.
2. Apresentação é tudo
Para desarmar o paladar teimoso, a estratégia é apostar no lúdico. Transformar a fruta em algo divertido pode ser o empurrão que falta.
- Mude o formato: Corte em palitos, em cubos, use cortadores de biscoito para criar formas de estrelas ou bichinhos, ou ofereça em espetinhos coloridos. A variação de apresentação (amassar, cortar em finger food) também é uma dica de Any.
- Sorvetinhos e picolés frozen: Frutas maduras congeladas e batidas no processador viram um sorvete caseiro e natural, sem adição de açúcar. Você pode usar a banana como base para dar cremosidade (tipo nice cream) ou fazer picolés usando forminhas com pedaços de fruta e água de coco ou suco.
- Brincadeira de cheiro: convide a criança a adivinhar a fruta pelo cheiro ou a escolher as frutas na feira, tocando e cheirando. Quanto mais contato sensorial, maior o interesse.
3. Alternativas práticas para a rotina corrida
A nutricionista reconhece que a vida moderna impõe dificuldades. Nem sempre há tempo para higienizar e preparar frutas frescas, especialmente em viagens ou passeios. Para esses momentos, alternativas práticas podem ser grandes aliadas para complementar o consumo de nutrientes, desde que a escolha seja criteriosa.
“Nesses casos, alternativas prontas feitas apenas de fruta podem complementar o consumo, desde que tenham composição simples, natural e adequada para crianças”, orienta Any.
Resumo:
A aceitação de frutas depende de repetição, paciência e do exemplo positivo dos pais. A chave é usar a criatividade, variando a apresentação (cortes divertidos) e transformando a fruta em preparações lúdicas, como sorvetinhos frozen caseiros.
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