Se você já participou de um jantar elegante, provavelmente já se perguntou por que alguns convidados mal tocam na comida. O comportamento pode parecer falta de apetite ou simplesmente estilo pessoal, mas, na realidade, existe um código silencioso que poucos conhecem. Durante o programa Saia Justa, Michel Alcoforado, antropólogo e autor do livro Coisa de Rico, revelou que essa prática é uma “regra de etiqueta” peculiar dos milionários.
“Às vezes a gente vai em jantares muito elegantes e quase ninguém come”, questiona Eliana. “Mas não é para comer”, responde rapidamente o convidado. “Oi?”, dispara a anfitriã do programa, sem acreditar.
O mistério do prato dos ricos
O gesto é simples, mas cheio de significado. Ao deixar o prato quase intacto, o convidado envia uma mensagem discreta sobre status e poder aquisitivo. Não se trata de fome, dieta ou capricho: é uma forma de mostrar que se tem acesso constante a comidas e bebidas de alta qualidade, sem precisar aproveitar a ocasião.
Essa curiosa atitude vai contra o comportamento esperado em qualquer jantar comum. Segundo Michel, para quem não está acostumado, pode parecer exagero ou esnobismo, mas, para os entendidos, cada movimento revela muito sobre a pessoa.
Como o silêncio comunica poder
Michel explica que a moderação em eventos sofisticados funciona como um sinal social. Quem come pouco ou quase nada indica: “posso ter tudo isso quando quiser, não preciso me satisfazer agora”. É um gesto que estabelece pertencimento a um grupo seleto, onde ostentar moderação vale mais do que se servir sem limites.
Além disso, quando um chef renomado é contratado, como Bela Gil, o convidado que come moderadamente envia outra mensagem: pode contratar o mesmo profissional em sua própria casa. O gesto transmite equivalência de status, reforçando a ideia de poder silencioso sem precisar de palavras.
“O grande jogo é que, quando um anfitrião oferece um jantar feito por um chef renomado, o convidado come pouco para dizer ‘Não preciso comer fartamente, porque também tenho acesso ao luxo’”, detalha o especialista.
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O vinho também entra no jogo
A mesma lógica se aplica às bebidas. Um gole de vinho caro já é suficiente para demonstrar que o convidado tem familiaridade com rótulos de luxo e não precisa se servir em excesso. A moderação funciona como uma metáfora: cada gesto revela acesso, sofisticação e domínio do ambiente social.
Quem ignora essa regra, comendo e bebendo à vontade, pode ser rapidamente percebido como alguém “não acostumado” ou “mal educado”.
Resumo: O segredo dos milionários nos jantares sofisticados não está no cardápio, mas no que fica no prato. Comer pouco ou beber moderadamente é uma forma de comunicar prestígio, poder aquisitivo e traquejo social. Entender essa curiosa etiqueta ajuda a perceber nuances do comportamento em eventos formais e a se sentir mais segura ao interpretá-los.
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