Quem inicia um projeto de emagrecimento costuma esbarrar na mesma dúvida: afinal, suplementos ajudam de verdade ou são apenas um reforço sem muito efeito? A lista dos mais populares cresce a cada ano – creatina, whey protein, cafeína, albumina, chá verde e vários outros -, mas entender como cada um funciona é essencial para evitar expectativas irreais.
Antes de falar em cápsulas e pós, há um ponto que não muda: o corpo só perde gordura quando existe déficit calórico, ou seja, quando se consome menos energia do que se gasta. É a primeira explicação do médico especialista em emagrecimento e nutrologia Thiago Viana, que esclarece: “Os suplementos podem ser aliados no processo de emagrecimento, mas não são a base do resultado.”
O papel real dos suplementos no emagrecimento
A suplementação faz parte da estratégia, mas não é o centro dela. É um complemento que pode atuar em diferentes frentes: melhorar desempenho nos treinos, aumentar a saciedade, preservar massa magra e ajudar na regulação metabólica.
Mas nenhum deles substitui a combinação clássica entre alimentação adequada e exercício físico. Isso porque, segundo Viana, ganhar massa magra é determinante para perder gordura de maneira sustentável.
“O músculo é metabolicamente ativo, ou seja, quanto mais massa magra, maior o gasto calórico em repouso. Além disso, ao ganhar músculo, o corpo tende a ‘modelar’ melhor, promovendo perda de medidas e melhora a estética, mesmo que o peso na balança não mude tanto”, explica.
Treinos de força, portanto, não são apenas recomendados, são parte da engrenagem que faz qualquer suplemento funcionar melhor.
Creatina: por que ela aparece em todas as listas?
Entre tantos produtos disponíveis, a creatina é apontada como um dos mais consistentes e estudados. Ela não queima gordura diretamente, mas cria condições melhores para que isso aconteça.
“Seu principal benefício é o aumento da força e da performance em exercícios de alta intensidade, como a musculação. Isso ajuda indiretamente no ganho de massa muscular e, consequentemente, no emagrecimento”, afirma o médico.
Os estudos sobre creatina vão além da estética. Viana destaca pesquisas que apontam possíveis efeitos positivos na cognição, no humor e até como coadjuvante na prevenção de doenças neurodegenerativas, como Parkinson e Alzheimer.
“A creatina pode melhorar funções cognitivas, ajudar na fadiga mental e até ter efeitos protetores em doenças neurodegenerativas. Também tem sido estudada como coadjuvante no humor e saúde mental”, explica.
Suplementos com evidência para ajudar na perda de gordura
Segundo Viana, alguns produtos têm respaldo científico no auxílio ao emagrecimento. Entre eles:
– Cafeína: melhora foco, disposição e pode elevar o gasto energético
– Chá verde (extrato de catequinas): leve ação termogênica
– Whey protein e outras proteínas: aumentam a saciedade e preservam massa magra
– L-carnitina: efeito modesto e variável, mas pode complementar o tratamento
– 5-HTP: pode auxiliar no controle da compulsão e ansiedade em casos específicos

Quem não deve usar suplementos
O acesso fácil faz parecer que suplementação serve para todos, mas não é assim. Pessoas com hipertensão, gestantes, pacientes com doença renal ou hepática precisam de acompanhamento especializado.
“Algumas pessoas têm contraindicações específicas. Para esse grupo, o uso deve ser somente com orientação médica”, reforça Viana.
Ele também alerta para riscos comuns:
– Hipercalóricos: podem gerar ganho de gordura quando usados sem critério
– Vitaminas lipossolúveis (A, D, E, K): excesso pode sobrecarregar o fígado
– Termogênicos com muita cafeína: causam insônia, ansiedade, taquicardia e podem desregular o apetite
No fim das contas, o que funciona?
O emagrecimento continua sendo uma equação que combina alimentação, treino, descanso e ajustes hormonais quando necessários. Suplementos entram como um apoio estratégico, não como solução isolada.
Resumo:
Suplementos ajudam no emagrecimento quando fazem parte de um plano com déficit calórico e atividade física. Creatina, whey e cafeína têm evidência, mas o uso deve ser individualizado e, em alguns casos, supervisionado.
Leia também:
Lígia Menezes
Lígia Menezes (@ligiagmenezes) é jornalista, pós-graduada em marketing digital e SEO, casada e mãe de um menininho de 3 anos. Autora de livros infantis, adora viajar e comer. Em AnaMaria atua como editora e gestora. Escreve sobre maternidade, família, comportamento e tudo o que for relacionado!








