Uma pesquisa realizada pela Pluxee, com mais de 2.100 mulheres, revelou que 60% das entrevistadas enfrentaram dificuldades na carreira após a maternidade e 27% afirmaram não ter recebido suporte das empresas nesse período. Entre os principais desafios estão a falta de flexibilidade nas jornadas (42%), a perda de oportunidades de crescimento (33%) e a discriminação em processos seletivos ou no retorno ao trabalho (33%).
Como consequência, 61% já pensaram em deixar o mercado de trabalho, e uma em cada quatro efetivamente abandona a carreira após ter filhos.
A diretora executiva de Pessoas e Responsabilidade Social Corporativa da Pluxee, Fabiana Galetol, destaca que o retorno da licença-maternidade “é muitas vezes um recomeço: exige readaptação, acolhimento e reconhecimento do valor e da potência que essas profissionais carregam”. As entrevistadas também apontaram caminhos para ambientes mais inclusivos, como igualdade salarial (60%), flexibilidade de horários (45%), mentorias femininas (39%) e combate ao assédio (47%).
O impacto invisível da “dupla jornada”
Mesmo quando retornam ao trabalho, muitas mulheres continuam sendo as principais responsáveis pelos cuidados domésticos e pela criação dos filhos. Essa sobrecarga física e mental reduz o tempo para descanso, estudo e qualificação profissional, afetando diretamente a produtividade e a autoestima. Estudos mostram que a chamada “penalidade da maternidade” está ligada não apenas à rotina, mas à falta de suporte estruturado dentro e fora das empresas.
Como a maternidade influencia promoções e salários
Pesquisas internacionais indicam que mulheres com filhos recebem menos promoções ao longo da carreira e têm maior probabilidade de serem excluídas de projetos estratégicos. O fenômeno, conhecido como “motherhood penalty”, está presente mesmo quando o desempenho da profissional continua o mesmo. Em contrapartida, homens pais costumam receber o chamado “prêmio da paternidade”, sendo percebidos como mais estáveis e comprometidos, o que amplia ainda mais a desigualdade.
O que as empresas podem fazer na prática
Organizações que adotam horários flexíveis, trabalho híbrido, políticas de acolhimento no retorno da licença, benefícios estendidos para cuidados infantis e programas formais de diversidade e inclusão apresentam maior retenção de talentos femininos. Criar espaços de escuta, revisar critérios de avaliação interna e treinar lideranças para evitar vieses inconscientes também são medidas efetivas para combater a discriminação.
Como as mães podem buscar apoio
Procurar redes de suporte, como grupos de mães profissionais ou coletivos femininos, ajuda a compartilhar experiências e identificar oportunidades. Conversar com o RH sobre possibilidades de flexibilização e registrar situações de discriminação são passos importantes para garantir visibilidade a problemas muitas vezes naturalizados. Terapia, mentorias e profissionalização contínua fortalecem a confiança e ajudam na retomada da trajetória profissional.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1492, de 24 de outubro de 2025). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.







