O sucesso da série ‘Tremembé’, do Prime Video, despertou uma nova onda de curiosidade sobre um clássico da psicologia: o teste de Rorschach, popularmente conhecido como “teste do borrão”. Na produção, que mostra a convivência de criminosos famosos como Suzane von Richthofen, Elize Matsunaga, Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, o exame aparece em cenas marcantes.
Desde então, as buscas por o que o teste de Rorschach avalia cresceram significativamente, segundo o Google Trends. Mas afinal, o que há por trás dessas manchas enigmáticas?
A origem do teste de Rorschach
Entre 1917 e 1921, o psiquiatra suíço Hermann Rorschach desenvolveu um método que unia arte e ciência. Ele criou dez pranchas com manchas de tinta simétricas – algumas em preto e branco, outras coloridas – para investigar como as pessoas interpretavam imagens ambíguas.
Durante a aplicação, o participante deve observar cada prancha e descrever o que enxerga. Em seguida, o psicólogo analisa as respostas considerando fatores como forma, cor, movimento e conteúdo simbólico. A partir disso, o profissional consegue identificar aspectos do funcionamento emocional e da personalidade do indivíduo.
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O que o teste de Rorschach avalia?
Em essência, o Teste de Rorschach busca entender como a mente organiza e interpreta estímulos ambíguos. Ou seja, ele não mede respostas “certas” ou “erradas”, mas revela padrões de percepção, raciocínio e até traços inconscientes.
Por esse motivo, o método é classificado como teste projetivo. Diferente de questionários objetivos, ele permite que sentimentos, pensamentos e conflitos internos “apareçam” de forma indireta nas respostas. Assim, profissionais podem usar o exame para compreender reações emocionais, impulsos e até dificuldades de adaptação social.
Hoje, ele é aplicado tanto em contextos clínicos (como acompanhamento terapêutico) quanto em avaliações forenses, especialmente quando é necessário entender o perfil psicológico de alguém, exatamente como mostrado em ‘Tremembé’.

Embora o teste pareça simples à primeira vista, a sua aplicação exige formação técnica e validação científica. No Brasil, apenas psicólogos registrados e habilitados podem aplicar o Rorschach, utilizando versões reconhecidas pelo Sistema de Avaliação de Testes Psicológicos (Satepsi), órgão vinculado ao Conselho Federal de Psicologia (CFP).
Além disso, é importante destacar que versões disponíveis na internet não são confiáveis. Elas podem gerar interpretações incorretas e até causar prejuízos emocionais. O ideal é buscar sempre um profissional especializado, capaz de conduzir o processo com ética e precisão.
Resumo: O Teste de Rorschach é uma ferramenta psicológica centenária que analisa a forma como as pessoas interpretam imagens ambíguas. Amplamente utilizado em contextos clínicos e forenses, o método ganhou destaque novamente com a série ‘Tremembé’, que retrata sua aplicação em personagens inspirados em casos reais. Apesar da curiosidade do público, o exame só deve ser feito por psicólogos habilitados e com versões reconhecidas pelo CFP.
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