Os números mostram que o ambiente de trabalho ainda é um dos principais cenários de acidentes no Brasil. Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego, mais de 724 mil ocorrências foram registradas em 2024, evidenciando o desafio de garantir segurança e informação aos profissionais. Entre os direitos assegurados a quem sofre sequelas permanentes está o auxílio-acidente, benefício concedido pelo INSS a trabalhadores que tiveram perda parcial e definitiva da capacidade de exercer suas funções.
Uma análise da DS Beline, empresa especializada em orientar vítimas de acidentes, aponta que as categorias mais afetadas pertencem a áreas que envolvem riscos físicos constantes, como construção civil, transporte, indústria e serviços de manutenção.
Os setores mais atingidos
Na construção civil, os acidentes mais comuns envolvem quedas de altura, impacto com materiais pesados e uso de ferramentas cortantes. Essas ocorrências frequentemente resultam em fraturas, amputações e limitações motoras, gerando sequelas que dão direito ao benefício.
Entre motoristas e entregadores, o trânsito é o principal fator de risco: colisões, quedas e atropelamentos figuram entre os eventos mais registrados. Já nas indústrias metalúrgicas e de produção, cortes e lesões nos braços e mãos são frequentes. Profissionais de limpeza, manutenção e serviços gerais também estão entre os mais afetados – nesse grupo, lesões por esforço repetitivo e quedas são as causas mais recorrentes.

Benefício garantido por lei
O auxílio-acidente é pago de forma contínua e corresponde a 50% do salário de benefício. Ele funciona como uma compensação pela perda parcial da capacidade laboral e pode ser solicitado mesmo que o trabalhador tenha voltado às suas atividades, desde que a sequela seja comprovada por perícia médica.
De acordo com Caroline Alves, Head de Planejamento da DS Beline, a falta de informação ainda é um dos maiores entraves. “Se a pessoa ficou com alguma limitação permanente, ainda que consiga voltar à função, ela pode ter direito ao auxílio-acidente. Nosso papel é orientar e garantir que esse direito seja reconhecido com clareza e agilidade”, explica.
Além de ajudar financeiramente, o benefício tem caráter social importante: permite que o trabalhador mantenha estabilidade e segurança durante o processo de readaptação. Para Caroline, compreender os direitos é um passo essencial para recomeçar com dignidade. “Muitas histórias de superação começam quando o trabalhador entende que não precisa enfrentar sozinho o processo de recuperação e reconhecimento de seus direitos”, afirma.
Resumo:
Profissionais da construção civil, transporte, indústria e manutenção estão entre os mais expostos a acidentes que geram sequelas permanentes. O auxílio-acidente do INSS garante compensação financeira a quem teve redução da capacidade de trabalho, mesmo após o retorno às atividades. Segundo a DS Beline, o acesso à informação é o primeiro passo para assegurar esse direito.
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