Silencioso e difícil de diagnosticar, o câncer de pâncreas está entre os tumores mais agressivos e com menor taxa de sobrevida. No Novembro Roxo, mês dedicado à conscientização e prevenção da doença, o Instituto de Oncologia de Sorocaba (IOS) reforça que o cuidado começa bem antes do tratamento — e pode estar na mesa de todo dia.
De acordo com a nutricionista Ana Flávia Locatelli, a alimentação tem papel direto na prevenção. “O pâncreas é um órgão sensível às escolhas diárias. O consumo exagerado de ultraprocessados e gorduras saturadas aumenta a resistência à insulina e favorece inflamações que podem abrir caminho para doenças graves”, explica.
A seguir, a especialista aponta hábitos que ajudam a manter o pâncreas saudável e reduzir o risco de câncer.
1. Faça das comidas naturais a base da dieta
Frutas, verduras, legumes, cereais integrais e leguminosas devem ocupar a maior parte do prato. Esse tipo de alimentação fornece fibras, vitaminas e minerais que ajudam a controlar processos inflamatórios e equilibrar os níveis de glicose no sangue. “O ideal é consumir pelo menos cinco porções de frutas e hortaliças por dia, totalizando cerca de 30 gramas de fibras”, orienta Ana Flávia.
2. Cuide do peso corporal
O excesso de peso é um dos principais fatores de risco para o câncer de pâncreas. Manter o peso dentro da faixa saudável ajuda o metabolismo a funcionar melhor e reduz a sobrecarga sobre o órgão. Um padrão alimentar equilibrado, aliado à prática de atividade física, é o caminho mais eficaz para essa prevenção.
3. Evite produtos ultraprocessados e excesso de açúcar
Refrigerantes, biscoitos recheados, embutidos e fast food oferecem calorias em excesso e poucos nutrientes. Além de favorecer o ganho de peso, esses produtos aumentam a resistência à insulina — um gatilho importante para alterações pancreáticas. Reduzir o consumo de açúcares simples e gorduras saturadas é uma das medidas mais eficazes para proteger o órgão.
4. Aposte em alimentos anti-inflamatórios e antioxidantes
Peixes como salmão e sardinha, ricos em ômega-3, e alimentos vegetais variados ajudam a combater o estresse oxidativo — mecanismo que pode estar relacionado ao desenvolvimento do câncer pancreático. “A proteção vem de um conjunto de hábitos, e não de alimentos isolados. Uma dieta colorida, com fontes naturais e equilibradas, faz toda a diferença”, explica a nutricionista.

5. Corte o álcool da rotina
Mesmo em pequenas quantidades, o álcool sobrecarrega o fígado e o pâncreas. “A metabolização do etanol gera acetaldeído, uma substância tóxica capaz de danificar as células pancreáticas. Com o tempo, o consumo frequente pode causar pancreatite crônica e aumentar o risco de tumor”, alerta Ana Flávia. Segundo ela, não existe dose segura de bebida alcoólica quando o objetivo é prevenção.
Quando o corpo dá sinais de alerta
Por se desenvolver de forma discreta, o câncer de pâncreas geralmente é descoberto em estágios avançados. Entre os sintomas mais comuns estão dor abdominal persistente, perda de peso sem causa aparente, náuseas, fadiga, icterícia (amarelamento da pele e dos olhos) e alterações nas fezes e urina.
A nutricionista reforça que buscar ajuda médica e nutricional logo no início dos sintomas pode fazer diferença no tratamento. “A intervenção precoce ajuda a preservar a massa muscular, melhora a resposta ao tratamento e contribui para a qualidade de vida do paciente”, afirma.
Resumo:
No Novembro Roxo, a conscientização sobre o câncer de pâncreas destaca a importância da alimentação na prevenção. Priorizar alimentos naturais, evitar ultraprocessados e bebidas alcoólicas, manter o peso equilibrado e incluir fontes antioxidantes no cardápio ajudam a reduzir inflamações e a proteger o órgão.
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Lígia Menezes
Lígia Menezes (@ligiagmenezes) é jornalista, pós-graduada em marketing digital e SEO, casada e mãe de um menininho de 3 anos. Autora de livros infantis, adora viajar e comer. Em AnaMaria atua como editora e gestora. Escreve sobre maternidade, família, comportamento e tudo o que for relacionado!








