Por muito tempo, saúde física e mental foram tratadas como áreas separadas. Mas a medicina neurocomportamental vem mostrando que o cérebro, as emoções e os hábitos cotidianos estão mais conectados do que se imagina. Essa linha de estudo propõe uma visão integrada do corpo humano, na qual sono, alimentação, movimento e emoções são partes de um mesmo sistema.
De acordo com a médica e farmacêutica Sâmia La-Côrte, mestre em Saúde pela UFJF e especialista em endocrinologia, nutrologia e medicina funcional integrativa, compreender essa relação é essencial para prevenir disfunções hormonais e metabólicas. “A forma como pensamos, dormimos e nos alimentamos interfere diretamente na liberação de neurotransmissores e hormônios, que regulam desde o humor até o metabolismo”, explica.
A seguir, a especialista destaca 5 atitudes que ajudam a alinhar corpo e mente segundo os princípios da medicina neurocomportamental.
1. Dê prioridade ao sono
Durante o sono profundo, o corpo reorganiza o sistema nervoso e regula a produção de hormônios essenciais. “É nesse momento que o organismo controla o cortisol e o GH, hormônios ligados ao estresse e à regeneração celular”, explica Sâmia. Estabelecer horários regulares e evitar telas antes de dormir melhora a qualidade do descanso e contribui para o equilíbrio hormonal.
2. Escolha alimentos que alimentam o cérebro
O cérebro também precisa de combustível de qualidade. Nutrientes como vitaminas do complexo B, magnésio, vitamina D e ômega-3 favorecem a produção de serotonina e dopamina, neurotransmissores que influenciam diretamente o humor e a concentração. “Uma dieta rica em proteínas e personalizada de acordo com suas necessidades melhora o foco e a disposição”, orienta a médica.
3. Mexa o corpo para equilibrar as emoções
O movimento é um dos pilares da medicina neurocomportamental. A prática de exercícios estimula áreas cerebrais ligadas à motivação e reduz a inflamação no organismo. “O movimento ativa regiões do cérebro associadas à energia e à sensação de bem-estar, além de reduzir a resposta ao estresse”, diz Sâmia. Caminhadas, musculação e treinos de força progressiva e cardio metabólico estão entre as melhores opções.
4. Treine o cérebro para lidar com o estresse
O cérebro não diferencia uma ameaça real de uma preocupação mental, e isso explica por que o estresse emocional tem efeitos físicos. “Respirações profundas, pausas conscientes, aprender a lidar com as regras do jogo da vida e momentos de lazer ajudam o sistema nervoso a voltar ao equilíbrio”, afirma a médica. Técnicas de mindfulness e meditação também contribuem para reduzir a tensão diária.

5. Construa vínculos e propósito
Relacionamentos saudáveis e um propósito de vida claro fortalecem a saúde emocional e hormonal. “Conexões sociais positivas estimulam a liberação de ocitocina e serotonina, substâncias ligadas ao prazer e à sensação de segurança. Ter um propósito e vínculos afetivos sólidos é um dos pilares da longevidade emocional e física”, completa Sâmia.
A especialista ressalta que a medicina neurocomportamental cresce justamente por unir ciência e comportamento humano em uma abordagem personalizada. “Não existe equilíbrio sem autoconhecimento e mudança de hábitos. O cérebro é plástico e responde às nossas escolhas todos os dias”, conclui.
Resumo:
A medicina neurocomportamental propõe o cuidado integrado entre corpo e mente. Sono de qualidade, alimentação equilibrada, prática de exercícios, controle do estresse e conexões sociais são os cinco pilares apontados pela médica Sâmia La-Côrte para regular hormônios, melhorar o metabolismo e fortalecer o bem-estar emocional.
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Lígia Menezes
Lígia Menezes (@ligiagmenezes) é jornalista, pós-graduada em marketing digital e SEO, casada e mãe de um menininho de 3 anos. Autora de livros infantis, adora viajar e comer. Em AnaMaria atua como editora e gestora. Escreve sobre maternidade, família, comportamento e tudo o que for relacionado!







