O tabagismo, além de prejudicar os pulmões, impacta diretamente a fertilidade e eleva o risco de câncer de mama. Segundo um estudo publicado no BMJ, mulheres fumantes têm 16% mais chance de desenvolver câncer de mama, enquanto as expostas ao fumo passivo apresentam aumento de 32% no risco. O Ministério da Saúde também aponta uma alta de 25% no número de fumantes no Brasil, a primeira desde 2007.
Isso porque o cigarro acelera a perda da reserva ovariana, reduz a qualidade dos óvulos e aumenta as chances de falhas de implantação e aborto espontâneo. Durante a gestação, ele eleva os riscos de parto prematuro e complicações placentárias.
O alerta também vale para os cigarros eletrônicos, cujo consumo no país cresceu 600% em seis anos, segundo a Anvisa. Um levantamento do Hospital das Clínicas de São Paulo mostra que as substâncias presentes nos vapes, como nicotina e solventes, têm potencial tóxico para células reprodutivas.
Como o cigarro afeta o sistema reprodutivo
As toxinas do cigarro reduzem o fluxo sanguíneo nos ovários e alteram a produção hormonal, comprometendo a maturação dos óvulos. Além disso, o tabaco acelera a degradação dos folículos ovarianos, antecipando a menopausa em até dois anos em mulheres que fumam com frequência. Esse efeito cumulativo torna a fertilidade mais difícil de recuperar, mesmo após a interrupção do hábito.
Efeitos sobre o câncer de mama
O tabagismo favorece mutações celulares ao gerar radicais livres, compostos que danificam o DNA das células mamárias. A exposição contínua à fumaça — ativa ou passiva — interfere na regulação dos estrogênios, hormônios diretamente relacionados ao desenvolvimento de tumores na mama. Mulheres que começaram a fumar antes da primeira gestação apresentam risco ainda mais elevado.
Recuperação após parar de fumar
Estudos indicam que, após um ano sem fumar, o corpo já começa a reverter parte dos danos. A fertilidade tende a melhorar, com aumento da qualidade dos óvulos e redução dos riscos de aborto. A longo prazo, as chances de câncer e complicações reprodutivas diminuem significativamente, reforçando que nunca é tarde para abandonar o cigarro.
Estratégias para quem quer parar
O tratamento do tabagismo envolve mais do que força de vontade. O acompanhamento médico, a terapia cognitivo-comportamental e o uso de adesivos ou gomas de nicotina ajudam na transição. O SUS oferece programas gratuitos de cessação do tabagismo, com apoio psicológico e medicamentos, disponíveis em unidades básicas de saúde em todo o país.
A matéria acima foi produzida para a revista AnaMaria Digital (edição 1491, de 17 de outubro de 2025). Se interessou? Baixe agora mesmo seu exemplar da Revista AnaMaria nas bancas digitais: Bancah, Bebanca, Bookplay, Claro Banca, Clube de Revistas, GoRead, Hube, Oi Revistas, Revistarias, Ubook, UOL Leia+, além da Loja Kindle, da Amazon. Estamos também em bancas internacionais, como Magzter e PressReader.







