Nem sempre os sinais são claros, mas todo tutor já se perguntou em algum momento se está na hora de buscar ajuda profissional para lidar com o comportamento do pet. No Dia do Adestrador, celebrado hoje, 5 de novembro, o destaque vai para esses profissionais que ajudam a transformar a convivência entre animais e humanos, criando lares mais tranquilos e relações mais equilibradas.
Ter um pet é uma experiência cheia de afeto, mas também de desafios. Quando o cão destrói sapatos, rosna para visitas ou o gato se recusa a usar a caixa de areia, o problema pode estar menos no “mau comportamento” e mais na falta de orientação e estímulos adequados. E é justamente aí que entra o papel do adestrador.
Quando procurar ajuda profissional
Cada fase da vida do animal exige um tipo diferente de atenção. Filhotes, por exemplo, estão descobrindo o mundo e testam tudo o que encontram, roem móveis, mordem as mãos e têm dificuldade de concentração. Já os adultos podem apresentar ansiedade, medo ou reatividade, especialmente se passaram longos períodos sozinhos.
Essas situações podem ser amenizadas com treinos diários, mas, quando o problema foge do controle, o adestrador se torna indispensável. Segundo Marina Bastos, coordenadora da Cão Cidadão, o comportamento agressivo é um dos sinais mais claros de que o tutor precisa de ajuda.
“Se o seu cão rosna com a chegada de estranhos, isso mostra que essa situação o deixa desconfortável. E, infelizmente, as famílias não conseguem descobrir as causas sozinhas para entender como agir. Então, para evitar situações desagradáveis ou a necessidade de isolá-lo quando há visitas, é fundamental ajuda especializada e treinamento adequado”, explica.
Gatos também podem aprender
Embora o adestramento seja mais associado aos cães, os felinos também podem se beneficiar do treinamento. A diferença está no método. De acordo com Samantha Melo, adestradora da Cão Cidadão, o segredo está em respeitar o comportamento natural do animal.
“Os gatos possuem uma personalidade diferente dos cachorros. Além disso, cada espécie tem um funcionamento distinto. Mas, com as técnicas corretas, é possível treiná-los para corrigir condutas indesejadas”, afirma.
Segundo Samantha, truques simples e brincadeiras com recompensa são formas eficazes de educar o gato sem gerar estresse. A prática reforça o vínculo entre tutor e animal e torna a rotina mais leve e divertida.
Os benefícios do adestramento
Além de ajudar na convivência, o adestramento melhora a saúde mental e física do animal, estimula o raciocínio e canaliza a energia de forma positiva. Isso é essencial para pets que passam muito tempo sozinhos ou com responsáveis que trabalham em casa.
“Um animal adestrado e educado tende a ser mais confiante, sociável e obediente, o que reduz comportamentos como ansiedade, agressividade ou destruição de objetos. Além disso, os treinos fortalecem o vínculo afetivo entre o pet e o responsável, já que ao estabelecer uma linguagem em comum, o animal aprende o que o responsável espera dele e vice-versa”, completa Marina.

Pequenas atitudes que fazem diferença
Alguns hábitos simples ajudam a melhorar o comportamento do pet e podem complementar o trabalho do adestrador:
- Treinos curtos e frequentes: filhotes têm pouca concentração, por isso o ideal é praticar comandos básicos várias vezes ao dia.
- Passeios tranquilos: se o cão puxa demais a guia, use coleiras adequadas e evite puxões. Firmeza não significa agressividade.
- Elogie na hora certa: use a “regra dos três segundos” — elogie imediatamente após o bom comportamento, para que ele associe a ação ao reforço positivo.
- Redirecione condutas: em vez de repreender, ensine comandos alternativos, como “senta” ou “deita”.
- Ofereça brinquedos apropriados: morder é natural, e brinquedos certos evitam que móveis e objetos sejam destruídos.
- Mantenha a paciência: constância é essencial para que o pet aprenda de forma positiva e fortaleça o vínculo com o tutor.
Resumo:
O adestramento é essencial para garantir o bem-estar do animal e a harmonia em casa. Cães e gatos podem aprender a se comportar melhor com o apoio de profissionais, que identificam a causa dos comportamentos e orientam treinos adequados. Pequenas mudanças na rotina também ajudam a reforçar bons hábitos e a convivência entre tutor e pet.
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