Com a chegada dos meses mais frios e as bruscas oscilações de temperatura, os prontos-socorros de todo o país estão cheios de pacientes com sintomas respiratórios. Mas afinal, quando é realmente necessário procurar atendimento médico e o que ainda confunde a população entre gripe e resfriado?
A pneumologista Dra. Lara Silvello, do Hospital Saint Patrick, esclarece com exclusividade à Revista Ana Maria, as principais dúvidas e alerta para os erros mais comuns cometidos durante esses quadros. “Anualmente, até 15% da população é afetada por gripes, aproximadamente 1 bilhão de casos no mundo, causadas principalmente pelos vírus Influenza A e B”, explica a especialista.
Segundo ela, o atendimento adequado, especialmente para pacientes com fatores de risco, é essencial para evitar complicações e óbitos. “Os sinais de alarme que exigem uma ida ao pronto-socorro incluem falta de ar, desconforto respiratório, queda da saturação de oxigênio abaixo de 94% e descompensação de doenças crônicas. Em idosos, confusão mental, sonolência excessiva e perda de apetite também são alertas importantes”, complementa.
Afinal, qual a diferença entre gripe e resfriado?
A médica ressalta que ainda é comum que as pessoas confundam gripe e resfriado apesar de tanta informação nas redes hoje. “O resfriado é uma infecção viral do trato respiratório superior, geralmente causada pelo Rinovírus, e provoca coriza, congestão nasal, espirros e lacrimejamento.
Já a gripe, causada pelo vírus Influenza, costuma vir com febre alta, calafrios, tosse, dores no corpo e nas articulações”, explica. Enquanto o resfriado pede apenas medicamentos para aliviar os sintomas, a gripe pode exigir antivirais e até internação, dependendo da gravidade.
Outro sintoma que gera dúvida é o espirro constante após alguns dias de tosse. “Na maioria dos casos, não indica piora, mas uma irritação da mucosa nasal ou uma rinite viral, que tende a ser autolimitada. O tratamento deve focar na lavagem nasal com soro fisiológico e, se necessário, no uso de corticosteroides intranasais. Já a tosse persistente deve ser avaliada por um especialista”, recomenda Dra. Lara.
Se os espirros continuarem é um sinal ruim? Não!
Lara Silvello explica que o espirro, muitas vezes visto como sinal de agravamento, é na verdade uma resposta protetora do organismo. “É um reflexo que remove agentes irritantes da mucosa nasal, como poeira, pólens, fumaças e vírus. Durante um espirro, as partículas podem ser expelidas a até 160 km/h, por isso ele é tão importante e comum em casos de gripe e resfriado”.
Por fim, a pneumologista destaca os erros mais frequentes cometidos pelos pacientes: “O principal é a automedicação com antibióticos, que não combatem vírus e aumentam o risco de resistência bacteriana. Também é preciso cuidado com xaropes sem prescrição e receitas caseiras milagrosas. O essencial é descansar, manter boa hidratação, evitar aglomerações, usar máscara e buscar atendimento médico em caso de dúvida ou sinais de alarme”. Para a especialista, a informação é sempre o melhor remédio. “Quando entendemos o funcionamento do nosso corpo e os sinais que ele dá, evitamos complicações e usamos os serviços de saúde de forma mais consciente”, conclui.








