Por trás das palavras diretas e dos conselhos que tocam milhares de corações, está Guilherme Machado, CEO do Grupo Meu Conselheiro e especialista em psicoterapia aplicada aos relacionamentos. Conhecido por ajudar mulheres a identificarem e romperem padrões emocionais que as mantêm em ciclos de frustração, ele se tornou uma referência quando o assunto é equilíbrio emocional e poder pessoal.
Na entrevista a seguir, Guilherme fala sobre a criação do quadro Central do Amor, o impacto das suas conversas com o público e o que aprendeu sobre o amor em tempos tão acelerados.

O quadro Central do Amor resgata o clima dos antigos programas de rádio, com música flashback e um tom nostálgico. O que te inspirou a criar esse formato e o que ele representa para você?
“Eu sempre amei música antiga. Cresci ouvindo flashbacks, porque meus pais sempre tiveram esse hábito em casa. E um dia comum — desses que você só quer relaxar um pouco — eu coloquei uma playlist de flashbacks pra ouvir enquanto fazia algumas coisas.
De repente começou a tocar Must Have Been Love, do Roxette. Aquela introdução me arrepiou. E, sem pensar, eu soltei: ‘Central do Amor, com quem eu falo?’ — como se eu estivesse apresentando um programa de rádio. Foi automático, parecia que aquele momento tinha sido orquestrado pra isso.
Na hora eu senti que era um sinal. Peguei o celular, abri uma live, coloquei a música de fundo e comecei a ligar para algumas seguidoras em tempo real. E foi ali, de forma totalmente espontânea, que nasceu o Central do Amor.
Parece loucura dizer isso, mas foi como se o quadro tivesse sido enviado por Deus, sabe? Porque ele nasceu sem planejamento — nasceu de alma.
E pra mim, o Central do Amor representa isso: uma conexão mais íntima e profunda com a minha seguidora, mesmo estando longe. É como se, por alguns minutos, a gente estivesse dividindo o mesmo espaço emocional — o dela pra falar, o meu pra escutar.”
Você conversa ao vivo com pessoas que se abrem sobre seus relacionamentos — muitas vezes em momentos de dor, dúvida ou confusão. Como constrói essa escuta tão acolhedora e, ao mesmo tempo, consegue dar respostas tão diretas?
“Esse acolhimento já faz parte da essência do Meu Conselheiro. E as respostas diretas também. Eu gosto de brincar com essa dualidade — porque eu acolho quem está passando por uma dor, mas ao mesmo tempo aciono interruptores de atenção com as minhas respostas diretas. É esse contraste que faz os conselhos funcionarem: a pessoa se sente compreendida, mas também é desafiada a enxergar o que estava evitando. E é aí que a transformação acontece — entre o abraço e o sacode.”

A leveza é uma das marcas do seu trabalho. Por que acredita que falar de amor também pode (e deve) ser divertido, mesmo quando o tema é desafiador?
“Porque a pessoa já está passando por uma dor. E a maioria dos seres humanos faz de tudo pra evitar sentir dor. O que eu faço é o contrário: convido essas pessoas a olharem pro problema com uma outra perspectiva — com curiosidade, com leveza, sem tanto peso. É por isso que a leveza precisa estar nos meus ensinamentos. Porque quando a gente sorri, o coração se abre pra ouvir o que a dor estava tentando ensinar.”
O amor é um tema eterno, mas as formas de se relacionar mudaram muito com o tempo. Na sua visão, o que mais mudou nas relações de hoje — e o que continua essencial, mesmo com as transformações. “O que mudou, na minha visão, foi o excesso de dopamina e distrações. A gente vive em um mundo que te puxa pra todo lado — e isso dificulta estar ali, inteiro, 100% presente com o outro. Mas o que continua igual é a essência: a necessidade de ter alguém pra compartilhar a vida. No fundo, ninguém quer só companhia… a gente quer conexão.”
Ao longo das participações na Central do Amor, há perguntas ou histórias que mais te marcaram? O que esses encontros te ensinam sobre o que as pessoas realmente buscam nos relacionamentos?
“Com certeza, todas as histórias me marcam de alguma forma. E o mais bonito é que eu também aprendo com elas. O que eu percebo é que, no fundo, a maioria das pessoas busca clareza e segurança. Muita gente tá perdida — tanto quem tá em um relacionamento, quanto quem tá sozinha — porque ainda não entendeu o tipo de amor que merece viver. E quando essa clareza chega, tudo muda.”

Para encerrar: se pudesse deixar um conselho de ‘Central do Amor’ para quem está em dúvida entre insistir ou seguir em frente em uma relação, qual seria?
“Ah… o conselho seria a frase mais emblemática do Meu Conselheiro: ‘Você nasceu pra amar e ser amada. Não se distraia.’ Não se distraia com pensamentos errados, nem com pessoas erradas. O amor certo não confunde, ele acalma.”








