A busca por formas de aumentar o tamanho do pênis é antiga, mas segue cercada de informações enganosas. Promessas de resultados rápidos e garantidos proliferam na internet, e muitos homens acabam recorrendo a métodos sem comprovação científica que podem causar danos irreversíveis. Antes de qualquer tentativa, é fundamental avaliar se há indicação clínica real para uma intervenção.
Segundo o urologista Ubirajara Barroso, coordenador do Departamento de Cirurgia Afirmativa de Gênero e Estética Genital da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a maioria dos pacientes que procura esse tipo de procedimento tem medidas dentro do padrão normal. Em muitos casos, o problema está na percepção equivocada sobre o próprio corpo, o que leva à procura por soluções perigosas e sem respaldo médico.
Mitos mais comuns sobre aumento peniano
A maior parte dos métodos divulgados em fóruns, vídeos e redes sociais carece de estudos que comprovem eficácia e segurança. Veja os principais exemplos:
Exercícios penianos
Práticas como o jelqing, que consistem em movimentos manuais para “alongar” o órgão, não apresentam resultados comprovados. Quando feitas de maneira incorreta, podem causar dor, hematomas e até disfunção erétil.
Dispositivos de tração
Esses aparelhos exercem força contínua sobre o pênis com a promessa de estimular o crescimento. O uso sem orientação pode causar lesões nos tecidos, desconforto e comprometimento da circulação.
Bombas de vácuo
Embora criem uma ereção momentânea ao aumentar o fluxo de sangue, as bombas de vácuo não provocam crescimento real. O uso excessivo pode romper vasos sanguíneos e gerar hematomas e deformidades.
Enxertos e implantes
Alguns procedimentos cirúrgicos propõem o uso de enxertos retirados do próprio corpo, de doadores ou de materiais sintéticos para aumentar o comprimento ou a espessura peniana. O risco é alto: rejeição, infecção, fibrose e até necrose estão entre as possíveis complicações.

Ubirajara reforça que intervenções estéticas sem validação científica devem ser evitadas, já que podem comprometer a forma e a funcionalidade do órgão. A recomendação é buscar avaliação médica criteriosa e confirmar se a técnica é reconhecida por entidades médicas.
Procedimentos com respaldo médico
Existem cirurgias seguras e cientificamente embasadas, aplicáveis apenas em casos específicos, como micropênis, pênis embutido ou doença de Peyronie. Entre elas estão:
– Escrotoplastia, indicada para redução da bolsa escrotal.
– Lipectomia pubiana, para retirada de gordura da região do púbis.
– Correção da prega penoescrotal e aplicação de toxina botulínica para melhorar o contorno.
– Bioplastia peniana, com uso controlado de ácido hialurônico.
O especialista também menciona a técnica Dart-Vag, desenvolvida por sua equipe, que utiliza tecido escrotal associado à túnica vaginal para aumentar a circunferência peniana de forma permanente, e o método TCM (Total Corporal Mobilization), que possibilita o ganho de comprimento entre 3 e 8 centímetros ao reposicionar estruturas internas do órgão.
Ambos os procedimentos exigem avaliação detalhada e devem ser realizados por profissionais qualificados, em ambiente hospitalar e com acompanhamento pós-operatório.
Cuidados antes de qualquer decisão
Antes de considerar qualquer procedimento, é essencial investigar se há uma condição médica que justifique a intervenção. A avaliação inclui exames físicos, análise hormonal e acompanhamento psicológico. O foco, segundo o urologista, deve ser a saúde e a funcionalidade, e não apenas a aparência.
Resumo: A maioria dos métodos divulgados para aumento peniano não tem comprovação científica e pode causar danos graves. Apenas técnicas médicas reconhecidas, aplicadas em casos específicos e por profissionais habilitados, oferecem segurança. O cuidado com a saúde e a orientação especializada são indispensáveis para evitar complicações e frustrações.
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